O terrorismo nas Torres Gêmeas dos EUA e a eleição no Brasil
Bolsonaro não é um líder, um Chefe de Estado e de Governo; é comparável a Osama Bin Laden (aquele que patrocinou e realizou o terrorismo em 11/9 nos EUA)
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Estranho, mas até as guerras possuem protocolos. No direito internacional e na geopolítica pactuou-se um conjunto de regras que não permite que uma determinada nação combata outra de forma desleal. Há alguma previsibilidade, razoabilidade na aplicação bélica e mobilidade tática de defesa. O que explico, grosso modo, é chamado de “guerras regulares”.
Ao inverso, as “guerras irregulares” não possuem qualquer convenção de aceite. Não há regras; há susto, surpresa. Tudo é à traição, de forma sorrateira, e cruel ao extremo. Conhecemos isso por um vocábulo mais fácil que chamamos de terrorismo. O terrorismo é uma forma de guerra, entretanto, é desprezível (toda guerra é desprezível; e essa é a pior), pois atinge, sobretudo, vidas inocentes que não treinaram (como soldados) para enfrentar um combate direto, cara a cara. São crianças, idosos, mulheres e todos que morrem sem terem absolutamente nada a ver com a convocatória para enfrentar um inimigo; o inimigo invisível.
Como exemplo, o ato de terrorismo mais famoso do mundo foi o atentado às Torres Gêmeas em 11 de setembro de 2001, nos EUA. De lá para cá nunca mais o mundo conseguiu sentir segurança no previsível. E mesmo os EUA tornaram o mundo bem pior, bem mais violento com a desculpa de proteger seus concidadãos. Investiram em práticas reversas de terrorismo; roubaram o petróleo de outras nações para custear seus conflitos armados; destruíram democracias; atentaram contra os direitos humanos de milhares, milhões de pessoas; mataram inocentes. Contudo, não é esse o objeto central deste texto. Queremos comparar o terrorismo (guerra irregular) com a eleição no Brasil. Vamos lá?
Em toda eleição pressupomos regras. Há previsibilidade mínima quanto aos embates. A disputa é (deveria ser) no campo das propostas, da melhor ideia, da ou do candidato com maior capacidade de governar, tanto pela história pregressa, pelos trabalhos e lutas em contínuo, quanto pela potencial competência e pelo conjunto da agenda, dos interesses (justos) e dos aliados que, a rigor, ajudarão a subsidiar o programa, seja no campo do imaginário (a defesa pedagógica e política), seja na arena das instituições (as que estão formalmente regulamentas na Constituição). Portanto, quem tem o melhor projeto e o conjunto mencionado, vence (ou deveria vencer) a eleição. Não, neste momento, a tragédia à democracia no Brasil (que reverbera em tragédia social e humana) é que estamos diante de uma “guerra irregular”; o terrorismo eleitoral. Expliquemos de forma prática.
Bolsonaro não é um líder, um Chefe de Estado e de Governo; é comparável a Osama Bin Laden (aquele que patrocinou e realizou o terrorismo em 11 de setembro nos EUA). Bolsonaro não tem propostas; não tem gente competente, honesta ou digna no governo dele (e nem na campanha); não tem bondade ou empatia mínimas. Bolsonaro é um ser cruel. Um encantador de serpentes que engana cerca de 35% das mentes e corações [1] brasileiros. Bolsonaro não sabe jogar limpo, de forma direta. Sua disputa é suja, irregular, feita no submundo das brejas da democracia e das instituições. É, portanto, um terrorista eleitoral.
Vamos a um ponto prático sobre a guerra irregular aqui. Tenho parentes evangélicos que estão – não apenas recebendo, mas – enviando vídeos e mais vídeos, textos e mais textos com mentiras absurdas e já superadas (ou deveriam está) de que o Lula mandou uma ex-namorada dele fazer aborto na década de 70; vídeos em que o criminoso Marcola, chefe do Primeiro Comando da Capital (PCC) teria empenhado apoio ao Lula, mentira tão deslavada que o TSE determinou à TV Record e ao sítio Antagonista (e outros) que retirassem do ar suas supostas reportagens sobre esse que é uma das mais graves fake news feitas em véspera de eleição no mundo.
São evangélicos que caíram no terrorismo de Bolsonaro (Bin Laden do Brasil) e seus líderes fascistas. Portanto, são pessoas que, de um lado (à noite) vão ao culto celebrar as lições e sofrimento e salvação que Jesus Cristo nos ofereceu: deu a vida pelo fim do pecado; e de outro, (ao dia) espalham a mentira que é senhora da morte e do diabo. São evangélicos que não investigam nenhum conteúdo: recebem as fake news e repassam sem qualquer pudor ou medo de perderem o direito à Vida Eterna (no céu). Mentir é pecado!
Entretanto, o terrorismo é isso. O piloto do avião que se jogou contra as Torres Gêmeas era um “cidadão de bem” (como o evangélico). Ela achava que seu ato era de heroísmo; que ao dar a sua vida (lançando aquele monte de aço contra vidas inocentes), que receberia a recompensa no Paraíso. Bin Laden e seus líderes são religiosos (de outra religião, o Islã). E essa é a única diferença entre Bolsonaro e ele. Pastores como Silas Malafaia, Edir Macedo (e outros) cumprem o papel semelhante ao do “aiatolá”, do “imã”, ou do “califa” no Islã (a depender da região). Ou seja: fazem as orações, as pregações em nome de Cristo (lá, para Maomé). Contudo, se o aiatolá/califa/imã [2] for do mal – como é o caso do Malafaia e do Macedo – junto à oração vem a pedagogia da alienação, isto é, de exigir de seus fiéis, membros da igreja, que espalhem toda ordem extremista de mentiras e fake news a confundir o bom fiel, aquele que, na sua pureza, o que realmente sempre quiz era tão somente orar, encontrar-se com o Amor de Deus e sentir a presença santa que alivia nossas dores e nos prepara para o lar santo, um dia.
Retomando. A eleição do dia 2 de outubro ficará mais uma vez marcada pela potência do terrorismo. Os líderes religiosos, seguidores do mito Bolsonaro, este ser do mal, sem qualquer pudor ou compaixão (mas muito carismático em suas mentiras) têm subido aos púlpitos para disseminar ódio ao PT, mentiras sobre as mais variadas coisas. E Bolsonaro, com o apoio financeiro, de um lado, do roubo do Orçamento Secreto (público), e de outro do capital de empresas que ganharam muito dinheiro em seu governo, institui um “Gabinete de Fake News”. Portanto, quando o pastor (do tipo do Silas) fala no altar, imediatamente a mentalidade do seu fiel recebe duas mensagens: uma no coração e mente simbolicamente representada no seu líder; e a outra no Whatsapp ou Telegram para que continuem a rede de disparos que chegam instantaneamente a milhões de lares de pessoas honestas que, infelizmente, se confundem e acreditam naquelas bobajadas [3] cruéis.
Sinceramente, se o campo progressista, os democratas deste País, os seres lúcidos, os poucos bons políticos e agentes do Estado brasileiro (dentro do TSE, STF e outras instituições), os professores, os jornalistas, os artistas, os bons religiosos e todos ainda acordados querem realmente vencer o ódio, o fascismo e o terrorismo de Bolsonaro e seus asseclas, terão de trazer a guerra para um campo de batalha regular, ou identificar como sucumbir a pedagogia da alienação que tem feito milhões de pessoas (enganadas) morarem numa ilha de mentiras cuja verdade é o inimigo a ser abatido.
NOTAS
[1] Na verdade, ele teve 43% dos sufrágios. Portanto, o restante de seus votos são de antipetistas arrependidos que – por ódio ao PT – voltaram/votaram no Jair (voto útil). Mesmo sabendo que o Presidente não comprou vacinas e matou cerca de 400 mil pessoas inocentes; que mata de fome 33 milhões pessoas; que acabará com o futuro de milhões de crianças de até 10 anos que, neste momento, estão desnutridas (ou sem comida, ou com uma refeição ao dia); e tudo mais de ruim do Governo Federal, esses antipetistas – sem terem uma explicação racional – optaram por colocar suas impressões digitais na sobrevivência política do Presidente da morte.
[2] É muito importante esta ressalva. Primeiramente, a religião Islâmica é linda e tem seus preceitos, dogmas e crenças justas, puras, sinceras. E, como todas as religiões, devemos respeito. Não podemos, de forma alguma, vincular ao Islã (que possui bilhões de seguidores no mundo) à pecha de terrorismo. Não. O terrorismo é pontual e realizado por seres humanos, não por religião “A”, “B” ou “C”. Além disso, apenas uns poucos sujeitos líderes no Islã operam o fundamentalismo religioso. A maioria ensinam, no respeito devido ao dogma, a beleza do ser livre, da generosidade e do bem.
Assim também são os evangélicos no Brasil: apenas alguns poucos pastores são extremistas. E estes têm feito um estrago enorme na cognição – simples ou generosa – de seus fiéis membros. Têm alienado as pessoas de tal forma a estimular menos leituras da Bíblia e mais vídeos nas redes sociais (a maioria dos vídeos, quando sobre política, carregados de mentiras, fake news e ódio).
Nem Jesus Cristo, nem Maomé merecem alguns poucos líderes sujarem seus nomes com suas bocas imundas.
[3] Tenho dito que a mentira e a violência são velozes em seu fazer e seu agir. Quando disparadas, chegam rapidamente e causam estragos complexos. A verdade é uma moça distraída: demora a conquistar as mentes e corações das pessoas. De fato, a verdade consolida o bem, contudo, como sua pedagogia é mais lenta, também é lento o processo de cura das tragédias que a mentira causou.
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