O tempo passa, o tempo voa

O mote de uma campanha publicitária incentivava a captação de recursos para poupança, e retirava qualquer abertura a novos produtos financeiros



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O título deste artigo nos remete a tempos difíceis, onde os bancos precisaram ser resgatados, e a morosidade da economia impedia o crescimento sustentável de renda, emprego e melhorias sociais. De outro lado, representou a abertura financeira nacional para a chegada de conglomerados internacionais. Bancos foram privatizados, e independente se por razões justas ou não, tais medidas foram fundamentais para a melhoria dos serviços.

O mote de uma campanha publicitária incentivava a captação de recursos para poupança, e retirava qualquer abertura a novos produtos financeiros. A engenharia econômica da época era fator impeditivo de desenvolvermos nossas relações financeiras e popularizarmos novos produtos.

Caminhamos em rotas diversas, mas sempre nos pautamos pela austeridade fiscal, estabilidade da moeda, câmbio flutuante (livre ou sujo), metas de inflação, governo ostensivamente regulador via agências de controle, democracia e liberdade de expressão. A pobreza e a desigualdade social sempre foram e serão algo pelo qual lutaremos para reduzir, seja via uma nova e ampla reorganização social direcionada pela educação e ganhos produtivos, seja pela distribuição de oportunidades para escolhas livres individuais.

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Mesmo com estas melhorias setoriais, ganhos de renda e emprego, ainda necessitamos de algo melhor, de algo qualitativamente moderno. Faltam dois meses para fecharmos o ano de 2013, e este ano já demonstra sinais de uma fadiga econômica muito severa.
Iniciamos um momento que nos pede a iniciarmos balanços e análises. É tempo de olharmos o que foi feito, os resultados, as ações concretas e os prazos estabelecidos. Outubro é um mês de coletar informações. Novembro de pensar novas estratégias e Dezembro, ter todo o planejamento montado.

Deveria ser assim, pelo menos em tese. Porém, o que temos é mais uma vez um governo federal hesitante, sem planos concretos e colhendo informações que atestam seus devaneios ao longo dos dias de 2013.

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Mesmo que o tom deste artigo possa demonstrar algo final sobre as realizações de 2013, estimo que algumas melhoras quantitativas possam ser atingidas, mas sinceramente não espero saltos qualitativos nos números que nos próximos dias serão divulgados.
Espero que o nível de emprego continue em alta, e acredito que irá, principalmente pela dificuldade das empresas em contratar, o que fará uma elevação dos níveis salariais torne mais atrativo se ocupar formalmente. Além disso, as desonerações ajudaram nesta busca de novos trabalhadores.

A verdade é que o que plantamos na área macroeconômica entre 2011 e 2013 vem obtendo rendimento muito abaixo dos ideais. A montanha de dinheiro injetada pelo BNDES na criação de mega corporações nacionais, mesmo contra todas as lógicas de mercado, confirmaram o péssimo negocio da ingerência política nos meios da livre concorrência empresarial. Criar elefantes para monopolizar serviços dinâmicos não conjectura estratégias de longo prazo. A concorrência é mote de desenvolvimento de tecnologias e melhorias produtiva.

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O capitalista deve pagar pelo seu risco de operação, deve bancar suas apostas e colher, prejuízos ou lucros, em consonância a sua atuação, e não ter por trás interesses políticos que assegurem qualquer tomada de posição. O lucro é o prêmio sobre o risco assumido.

Empresas nacionais que não contaram com o dinheiro barato do BNDES, por exemplo, padecem de ausência de recursos, e projetos, tão largamente alardeados, que foram simplesmente abandonados a sorte do empresário, que incipiente as forças impeditivas da burocracia federal, não consegue romper seu caminho inovador.

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Quero dizer que os recursos deveriam ter sido aplicados em melhorias estruturais, e não em organizações individuais.

As fantasias contábeis não cabem mais no manual de boa conduta, mesmo que este tenha sido esticado muito alem do prudente. O tesouro nacional não é uma fonte inesgotável de recursos. Não há espaços para factóides. Não toleramos mais um Estado ineficiente, pesado, intruso em negociações financeiras realistas e omisso em suas funções fiscalizadoras, normativas e coordenadas.

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Os negócios costurados sem os devidos choques de realidade, fizeram com que empresas até então rentáveis e inabaladas, se perdessem em meandros das políticas e interesses de conselhos de administração sem visão de longo prazo e altamente influenciados pelas mazelas de Brasília.

Outra análise que merece ponderação é sobre a captação de dinheiro via empréstimo para os Estados sem projetos estruturantes e com resultados concretos. Quero dizer com isso que, a farra de empréstimos do governo federal aos estados, pode melhorar a situação atual de alguns brasileiros, mas que no longo prazo, comprometerá a governabilidade de outros tantos, que serão maioria, uma vez que perde-se capacidade de gerir um orçamento com altas parcelas de juros e dívidas a serem pagas. Precisa-se rever o modelo adota.

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Enfim, neste emaranhado de ideias e confusões, rascunho alguns temas a serem elaborados. Cada parágrafo deste artigo merece reflexão em todos os pontos, sejam das mais diversas ideologias e correntes de pensamento. Serve para pensarmos o que foi realizado neste ano, e o que queremos desenhar para o próximo. Furte-se a pensar, mesmo que idéias possam parecer menos conclusivas possíveis, mas servirão de pilares para construirmos ponte entre o hoje e o amanhã.

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