O Sábado D
O Dia D não foi domingo, foi sábado
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O dia do golpe não foi o domingo, 8 de janeiro de 2023. O dia decisivo foi o sábado, 7 de janeiro, quando o Presidente da Republica, em sua primeira semana de mandato, se afastou de Brasília para ir a São Paulo olhar a casa, conforme declarou em entrevista à Natuza Nery, na GloboNews. A primeira entrevista que Lula deu após sua posse.
O chefe da Nação se afasta do núcleo do poder. A quem convinha esse afastamento? Aos executores do golpe, certamente. Cabem aqui algumas perguntas. O que, efetivamente, motivou Lula a se deslocar de avião de Brasília a São Paulo no seu primeiro sábado após empossado? Apenas ver a casa, ou haveria outro tipo de preocupação? Quem não informou Lula sobre a manifestação gigante que haveria domingo, com 90 ônibus lotados, rumando para a Capital Federal?
Naquele sábado, enquanto Lula voava para São Paulo, uma imensa caravana de 90 ônibus, muitos deles partindo de São Paulo, cruzava as estradas rumo a Brasília, onde chegaram no domingo com a missão do golpe.
A mídia progressista se manteve sete dias antecipando essa manifestação, de segunda a sábado. O jornalista Joaquim de Carvalho colocou no ar, no Brasil 247, o áudio de uma organizadora da caravana golpista, detalhando todo o plano, e dizendo que iriam "quebrar tudo". Lula, segundo declarou, não foi informado, não sabia, não desconfiava. Foi o último a saber, como costuma acontecer quando há traição.
Faço um exercício mental, nada além disso, mas, no estágio de gravidade em que se encontra a Nação, é o mínimo que qualquer brasileiro preocupado pode fazer: especular, cogitar, investigar, perguntar.
A gravidade da ausência do presidente do posto de comando da Nação no primeiro sábado de seu mandato, enquanto uma multidão se mantinha na Capital Federal concentrada diante do QG do Exército, aguardando o momento para atacar a Democracia, ficou clara nas entrevistas do Ministro da Justiça.
Para Flávio Dino, não houve uma tentativa de golpe. Houve um golpe, concretizado, já que a multidão de terroristas invadiu e "conquistou" os três espaços de poder da Capital Federal. Congresso, STF e Palácio do Governo. Os três poderes ocupados pela turba, dominados, num dia de vacância de poder na Capital. O Chefe de Estado não estava.
Se o ministro Flávio Dino não tivesse tido a iniciativa de enviar, pelo WhatsApp, o decreto para a Intervenção Federal no Distrito Federal, para Lula assinar e devolver, o golpe teria se concretizado, por uma simples questão de timing.
Por uma questão de timing houve o golpe contra Jango, que voava do Rio Grande do Sul para Brasília, quando o presidente do Senado, Auro de Moura Andrade, declarou a "vacância de poder". Se houvesse WhatsApp e se o ministro da Justiça de então tivesse a agilidade de Flávio Dino, João Goulart teria concluído seu mandato.
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