O risco de um grande estelionato eleitoral no Brasil
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A questão nacional de defesa do país, de sua população, é fundamental, especialmente quando se trata de um país oprimido pelo imperialismo, como o Brasil. Para o povo, a defesa do seu país, de sua economia, do território, da Amazônia, é fundamental. Os ricos têm muito dinheiro, inclusive depositados em paraísos fiscais, para fugir dos impostos. Mas o povo só conta com o suor do seu rosto e com a sua força de trabalho. O trabalhador quando tem que sair do país é para ser explorado nos países ricos, exercendo as funções mais penosas, que os cidadãos daqueles países não querem desempenhar.
Jair Bolsonaro é patriota de fachada, é um falso nacionalista, assim como a extrema direita tradicional. A comprovação de que Bolsonaro é um falso patriota é a destruição de direitos que vem fazendo. Não existe pátria com destruição dos direitos do povo. O governo vem impedindo que o salário-mínimo, que é tão fundamental para a maioria do povo, tenha ganhos reais, há quatro anos. Fez uma contrarreforma para dificultar a aposentadoria e baixar os seus valores, que já são bastante modestos. São medidas que vão contra os interesses da população, que depende de se aposentar para continuar comendo e pagando suas contas.
A imensa polarização existente no país hoje não é obra do Espírito Santo, mas decorrência de uma crise econômica sem precedentes e sem um fim previsível. Como ocorre em graves crises, a cada ação encaminhada, ao invés de aliviar a crise, esta é alçada à um patamar superior. Em um quadro de crise mundial aguda como a atual, cujas consequências neste momento são imprevisíveis, aumenta a disputa por matérias primas, fontes de energia e mercados mundiais. Um país com os recursos naturais e com a extensão territorial do Brasil, com uma política de desenvolvimento, petroquímica desenvolvida, com as reservas petrolíferas que dispõe, seria imbatível como nação desenvolvida.
A posição do governo Bolsonaro em relação à questão nacional é muito simples. Entregou a Base de Alcântara no Maranhão para os norte-americanos, mas faz de conta que é nacionalista. Tem posição ambígua em relação à uma questão fundamental como a Amazônia. Claro que o governo Bolsonaro não tem como fazer uma gestão correta da Amazônia. Este é um governo incompetente em qualquer área, especialmente no tema ambiental, que é complexo e exige um mínimo de capacidade de planejamento e gestão.
O governo de Bolsonaro está destruindo as ferramentas de execução de política econômica, o conjunto de medidas encaminhadas ou anunciadas pelo governo tendem a debilitar ainda mais a economia brasileira. Venda de estatais estratégicas sem política de valorização dos ativos, entrega do pré-sal e de outros recursos naturais, achatamento do mercado consumidor interno via arrocho salarial, regressão em décadas na regulamentação do trabalho, esvaziamento do BRICS, fragilização do Mercosul, tudo isso enfraquece ou dificulta muito a possibilidade de retomada do crescimento do país.
Tudo indica que vem mais bomba por aí. Segundo várias matérias de jornais, publicadas a partir de quinta-feira, dia 20, Bolsonaro prepara a maior farsa eleitoral da história brasileira. Segundo as reportagens, há um estudo preparado ao longo de meses pelo ministério da Fazenda, mas mantido em segredo até agora, visando, supostamente, obter o “equilíbrio das contas públicas”. O plano, dentre outras coisas, defende o fim da correção do salário-mínimo e das aposentadorias pela inflação. Esse conjunto de medidas que, se confirmada, é brutal, está sendo pensado em uma conjuntura na qual o governo gastou mais de R$ 350 bilhões para tentar comprar votos e obter a vitória artificial nas urnas.
A previsão é que cerca de 75 milhões de pessoas, as mais empobrecidas do país, serão afetadas. Imaginem o salário-mínimo e as aposentadorias deixarem de ser corrigidos pela inflação, neste cenário em que os preços sobem descontroladamente. Especialmente o preço de alimentos e combustível. Teríamos uma queda do padrão de vida das famílias ainda maior do que já ocorreu nos últimos anos.
O pacote prevê ainda, segundo os jornais, privatizar as estatais que restam – Petrobrás, Banco do Brasil, Caixa e Correios, em especial – para obter recursos. O país queimará, então, as empresas e bancos indispensáveis à reconstrução da sua economia. O país corre o sério risco de sofrer o maior estelionato eleitoral da história.
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