O revoltado recado das urnas
Consequentemente, 2018 é uma incógnita na disputa presidencial, assim como para o governo e senado em Alagoas, especificamente. Explico: Nos dois principais grupos políticos formatados para 2018, após o segundo turno em Maceió, estão nomes que podem ser atingidos pela Lava Jato ou pela nova onda de investigações e delações
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Projetar 2018 é praticamente impossível. Existem algumas tendências, mas muito mais nítidos sinais de insatisfação por parte do eleitorado em Alagoas e nos demais estados. Isso ficou patente no recorde de votos brancos, nulos e abstenções. Por aqui, o número ficou em torno de 20%.
O fato é que estas eleições reforçaram a tendências de crescimento do PSDB, a derrocada da esquerda, principalmente do PT, e o fortalecimento da direita religiosa com a vitória do bispo Marcelo Crivella (PRB), da Igreja Universal do Reino de Deus, no Rio de Janeiro. Mas também houve um vitorioso: Os insatisfeitos com os políticos.
É que nas maiores capitais em que houve segundo turno, abstenções, brancos e nulos superaram o total de votos recebidos pelos prefeitos vencedores, da mesma forma como registrado na vitória de João Dória (PSD), em São Paulo, no primeiro turno.
No Rio de Janeiro, 2.034.352 não votaram nem em Marcelo Freixo (PSOL) nem em Marcelo Crivella (PRB), que venceu com 1.700.030 votos.
Em BH, o empresário Alexandre Kalil (PHS) venceu a com 628.050 votos. Abstenções, brancos e nulos somaram 100 mil votos a mais do que ele.
Já em Porto Alegre, Nelson Marchezan (PSDB) também 'perdeu'. Ele obteve 402.165. Brancos, nulos e as abstenções ficaram em 433.751. Ou seja, ficou claro que a insatisfação com a classe política é imensa.
Como também é sabido que as eleições municipais refletem na futura composição do Congresso Nacional, o que aponta para um encolhimento da bancada de esquerda e crescimento das bancadas de direita. Essa é a tendência, hoje.
Também está claro que as esquerdas e o PT, principalmente, foram 'esmagados' pela Operação Lava Jato. No entanto, até 2018 isso pode mudar, ou, talvez, até piorar.
É que tanto o PSDB quanto o PMDB deverão ser atingidos pela delação premiada negociada pela construtora Odebrecht. Some-se a isso o fato de Eduardo Cunha permanecer preso e, quem sabe, firmar também um acordo de delação.
Consequentemente, 2018 é uma incógnita na disputa presidencial, assim como para o governo e senado em Alagoas, especificamente.
Explico: Nos dois principais grupos políticos formatados para 2018, após o segundo turno em Maceió, estão nomes que podem ser atingidos por julgamentos por conta da Lava Jato ou pela nova onda de investigações e delações.
O deputado federal Maurício Quintella, por exemplo, especulado como candidato ao Senado, já há quem afirme que é aliado antigo e foi indicado para o cargo de ministro por Eduardo Cunha. Biu de Lira é investigado, idem Renan Calheiros, entre outros.
Portanto, os principais partidos, políticos e seus grupos estão ameaçados.
E toda estratégia para o futuro pode virar pó, com o antipolítico saindo vitorioso ao se beneficiar da decepção registrada pelo eleitor que optar por novos nomes - abstenção, branco e nulo.
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