O regime político tem dono
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Nesta sexta-feira, 30 de junho, confirmou-se o esperado. Bolsonaro foi considerado inelegível até 2030 pelo STF. Não porque é um fascista, não porque vendeu o país para os EUA, não porque entregou a Base de Alcantara para os EUA, não pela negligência durante a pandemia, não porque realizou a maior compra de votos com dinheiro estatal da história do país, não foi condenado por nenhum motivo real. Foi condenado por questionar a sagrada urna eletrônica. Foi condenado por questionar o regime político, supostamente democrático.
A exata semelhança com que ocorre nesse exato momento nos EUA contra Trump e na Inglaterra contra Johnson levanta a questão: que força social e política é capaz de articular a grande imprensa desses três países e seus judiciários para realizar essa operação simultânea? Seriam as “instituições democráticas mundiais” combatendo o fascismo? Ou o imperialismo mundial realizando um acerto de conta com um setor problemático para seus interesses?
Nos EUA o jogo é mais claro, Wall Street e o complexo militar não querem Trump. Eis a força organizadora do julgamento farsa contra Bolsonaro.
E ao voltarmos à história desse processo político encontraremos sempre essa mesma força controlando as rédeas chave. O Estado brasileiro tem dono, e ele fala inglês.
A Globo é uma criação norte-americana em solo nacional. O Exército virou sucursal do departamento de estado norte-americano contra o “inimigo interno”. O Ministério Público “independente” e o Banco Central “independente” são enclaves do capital financeiro. STF é uma trupe que interpreta qualquer papel, exceto a lei.
Essas forças se uniram para derrubar o PT e colocar seu representante parlamentar legítimo, o PSDB ao poder. Dentro de campo foram derrotados em 2014. Para isso decidiram mobilizar de forma extraparlamentar a pequena-burguesia para enfrentar o PT, desmobilizar e intimidar por baixo enquanto por cima a conspiração corria a solto. Eis o fascismo.
O PT por sua vez é uma força social poderosa, e para enfrenta-lo foi preciso ir à direita extrema. A tal ponto que o PSDB perdeu seu eleitorado de vez.
O eterno coadjuvante Jair virou presidente. Para garantir a derrubada do PT, STF realizou julgamento farsa e tirou Lula do páreo.
O baixo clero no poder buscou aproveitar a chance e tirar lasquinhas. Os donos do poder mantinham Lula preso e tentavam disciplinar Bolsonaro. Agora querem disciplinar Lula e afastar Bolsonaro. O pau que bateu em Chico agora bate em Francisco. Chico-Francisco, Francisco-Chico se revezam enquanto a ditadura avança.
Desfazer a polarização é a palavra-de-ordem. Atacar os dois extremos para recompor o regime político. O imperialismo por aproximações sucessivas vai impondo uma ditadura bonapartista contra vários setores, usando um setor contra o outro. Mas sem base popular para voltar a governar de forma normal, resultará necessariamente da utilização da força crua e nua.
O próprio dia 8 de janeiro foi sintomático desse jogo. Os militares soltaram os cachorros contra o recém presidente para desmoraliza-lo, para colocar Lula na defensiva e ao mesmo tempo usar o teatro repressivo de Dino contra zé ninguéns para disciplinar a tropa fascista.
Agora usam a esquerda paralisada pelo medo e oferecem um ouro para tolos. Chamam toda a esquerda a apoiar a ditadura do imperialismo contra Bolsonaro. Ao mesmo tempo que bloqueiam e atacam Lula diariamente.
Deram aos bolsonaristas por sua vez, a melhor campanha que qualquer marketeiro deles gostaria: o de perseguido pelo sistema.
A esquerda esqueceu que Lula preso saiu de lá muito mais fortalecido.
Mas acredita que Bolsonaro sairá de cena por uma canetada do STF. O fascismo que hoje é jogado pela janela voltará pela porta da frente.
Afinal a jogada seguinte é preparar a derrubada de Lula novamente. A CIA e seus órgãos de imprensa já deram a letra: a política internacional anti-imperialista de Lula é inaceitável.
Banco Central, Ministério Público, STF e Exército, Globo e afins mandam no país. E usam as emoções desses e daqueles para manter o poder, mesmo sem partido capaz de exerce-lo.
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