O que os EUA têm a ver com a eleição no Paraguai?

Para analistas, “queira-se ou não” os EUA estão “presentes” nesta eleição, a partir das decisões do Departamento do Tesouro sobre os políticos colorados



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No dia 30 de abril, os eleitores paraguaios irão às urnas no único turno da eleição presidencial. A disputa promete ser entre o candidato governista Santiago Peña, do Partido Colorado, e o opositor Efraín Alegre, da Concertación, com víeis de esquerda. 

A pesquisa de intenções de voto da consultoria política Atlas, divulgada na semana passada, apontou empate técnico entre os dois presidenciáveis, com leve vantagem para Alegre (38% a 36%). Em terceiro lugar, de acordo com o levantamento, aparece o candidato Paraguayo Cubas, da Cruzada Nacional, com 14%. Senador destituído, ‘Payo’, como é conhecido, integra a categoria de políticos que se definem “contra o sistema”. No seu currículo, ele inclui diferentes formatos de brigas. Brigou com policiais, usou o cinto para bater em um juiz, em um tribunal, e arriou os ‘pantalones’ (as calças) para defecar na sede da Justiça. Sua proposta é governar com as Forças Armadas, caso seja eleito para o palácio presidencial de López, em Assunção. É chamativo que conte com 14% das intenções de voto. 

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Peña e Alegre têm diferentes trajetórias na política paraguaia. Com formação universitária nos Estados Unidos, Peña trabalhou no Fundo Monetário Internacional (FMI) e foi ministro da Fazenda no governo do ex-presidente Horacio Cartes (2013-2018). Por sua vez, esta é a terceira vez que Alegre disputa a eleição presidencial. Ele é do Partido Liberal Radical Autêntico (PLRA), de centro-esquerda, e o principal bastião opositor ao Partido Colorado. 

Em comum, tanto Alegre como Peña pretendem manter o diálogo aberto e permanente com o governo do presidente Lula, sem pretensões de mudanças no rumo da relação bilateral, segundo analistas paraguaios. O Brasil é o principal sócio comercial do Paraguai e os dois países compartilham a hidrelétrica de Itaipu. 

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Mas onde entram os Estados Unidos nesta história? Em janeiro deste ano, o Escritório de Controle de Ativos do Departamento do Tesouro divulgou comunicado informando “sanções por corrupção contra o ex-presidente Horacio Cartes e o atual vice-presidente Hugo Velázquez”. Em agosto do ano passado, os americanos já tinham proibido a entrada de Cartes, padrinho político do presidenciável Santiago Peña, no país. Velázquez, eleito com o atual presidente Mario Abdo Benítez, também está na mesma lista, impedido de ingressar nos Estados Unidos. 

Os dois foram acusados de “corrupção desmedida que afeta as instituições democráticas”. Cartes, que é presidente do Partido Colorado e empresário do ramo do tabaco, foi denunciado por realizar corrupção “antes, durante e depois” do seu mandato presidencial. Velázquez e Cartes são opositores dentro do longevo e múltiplo Partido Colorado, que governa o país, quase ininterruptamente, há 70 anos. Eles negaram as denúncias. 

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Para analistas paraguaios, “queira-se ou não” os Estados Unidos estão “presentes” nesta eleição, a partir das decisões do Departamento do Tesouro sobre os dois políticos colorados.

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