O que Bolsonaro quer com “novo” vídeo sobre a Facada?
Bolsonaro sabe que Lula cresce igual massa de pão ao sol; livre, voando baixo e cada dia conquistando mais e mais eleitores
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O vídeo que o presidente Bolsonaro publicou nesse dia 14 de fevereiro, ou seja, no período em que começam as discussões mais acirradas para as decisões eleitorais de outubro, como uma comparação, os chamados “blocos de pré-carnaval”, aquecendo para a festa magna, o carnaval em si, possui uma mensagem oculta extremamente necessária ao jogo político, a saber: re-converter, meta-converter, ou “aprisionar” de vez os seus 20, 25% de fanáticos.
Vamos pensar.
Bolsonaro sabe que Lula cresce igual massa de pão ao sol; livre, voando baixo e cada dia conquistando mais e mais eleitores. Sabe também que a 3ª via é um “titanic” que tentam resgatar do fundo do mar para vê se “ainda presta” a navegar nos mares eleitorais do Brasil. Isto posto, há enorme chances de Lula vencer a eleição já no 1º turno (sem salto alto). Portanto, a única esperança para Bolsonaro é impedir que Lula sacramente a eleição na largada e possa ele ao menos disputar os votos indecisos, ou anti-petistas (que votarão no “resto” do primeiro turno), para, quem sabe, buscar uma vitória ele, Bolsonaro, pela diferença de “um nariz” no segundo tempo do pleito eleitoral.
Bolsonaro sabe que possui um núcleo rígido de eleitores, alienados, pouco esclarecidos do universo da política, doutrinados em seus segmentos. São parcelas significativas no mundo evangélico e em menor proporção, cristãos católicos também. E parte significativa do corpo militar brasileiro, que também representa uma mentalidade (não todos) de um conservadorismo e patriarcado colonial sem precedentes. Ou seja: deixar que pelo menos 30% de eleitores que também pensam assim “cativos” de um “santo”, um “messias” como Bolsonaro, é a diferença que falta para que ele se garanta na disputa de segundo turno e tente vencer com o rancor que ainda paira das narrativas de potência cognitiva desde o Golpe de 16.
Esta frase que sintetiza o vídeo[1] do Bolsonaro, a saber, "Todos nós temos uma missão aqui na terra…", é uma senha para este comando de meta-conversão dos oprimidos que, na paráfrase aos ensinamentos de Paulo Freire, engravidam-se do opressor.
Quem assiste ao vídeo vê todo o conjunto semiótico (sentidos) voltados à dor, ao sofrimento, à comoção, entretanto, com a resiliência cristã, usando o nome de Deus para remeter à dimensão da esperança. Vejamos: são três fortes apelos: i) dor e sofrimento geram – quando nos nossos – empatia; ii) “Deus” é um grande mobilizador de multidões; e iii) esperança é mola mestra na catapulta da existência, e, se pensarmos no momento em que as pessoas sofrem tanto com a pandemia da COVID-19, com a fome e o desemprego, com a polarização de sensações civilizatórias em colisão, ora, a mensagem no vídeo de Bolsonaro, seja este uma nova “mega produção” dos estúdios do Carluxo (filho do presidente), ou seja um vídeo autêntico, isto é, filmado no dia em que Jair fora esfaqueado pelo Adélio Bispo, o fato é que isso tende a “segurar” os seus eleitores desesperados pela chegada tão atrasada do “messias” brasileiro.
Veremos os próximos capítulos dessa novela. Enquanto isso vamos nos divertindo (#SQN) com as fantasias na rua no pré-carnaval eleitoral.
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[1] Caso desejes assistir ao vídeo, ou entender melhor esse novo fato da história fétida do Brasil de Bolsonaro, clique aqui:
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