O que as pesquisas revelam
"Os dados indicam que não apenas se consolidou de vez a disputa entre Jair Messias e Lula, como o atual presidente será massacrado", analisa Eric Nepomuceno
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Por Eric Nepomuceno, para o 247
A semana nos trouxe os resultados de duas pesquisas: uma, realizada pelo DataFolha. A outra, pelo ministro de Comunicações do pior presidente da história, Fábio Faria.
Vamos começar pela segunda pesquisa.
Numa tentativa de fazer humor, Faria lançou em suas redes sociais uma pesquisa insólita. Perguntou quem acreditava em, pela ordem, Papai Noel, Duendes, Pinóquio e Datafolha.
O resultado: dos 176 mil votos apurados até o final da tarde da sexta-feira (diga-se de passagem: mais de oito vezes o número de entrevistas pessoais realizadas pelo DataFolha), 70% diziam acreditar no instituto de pesquisas.
Com isso, Faria mostrou que seu talento para a ironia ou o humor é nulo. Talento mesmo ele tem, e demonstra há tempos, para se entupir de dinheiro – seja especulando, intermediando, seja como for. Terminado o governo, voltará ao anonimato de sempre. E, como sempre, entupido de dinheiro.
Já a pesquisa do DataFolha, cujos resultados foram sendo apresentados em etapas, o que realmente interessa – o quadro da disputa presidencial – teve forte impacto.
Os dados indicam que não apenas se consolidou de vez a disputa entre Jair Messias e Lula, como o atual presidente será massacrado. E que aumentou a possibilidade de que esse massacre ocorra já no primeiro turno.
Claro que vale reiterar que a pesquisa é nada mais que o retrato do momento, e que faltam ainda quatro meses para a eleição.
Portanto, é bom entender que é possível que o quadro venha a sofrer mudanças.
Possível, sim. Provável, não. E por um único motivo: esse quadro sedimentado se repete há meses. A tal terceira via mostrou-se inviável, e Ciro Gomes não sai do mesmo lugar. Não faz mais que, indiretamente, beneficiar Jair Messias: se desistisse agora, aí sim, a vitória de Lula no primeiro turno seria praticamente certa.
Sua reação ao resultado do DataFolha não tem nenhuma importância.
Já a de Lula e principalmente do PT pode preocupar: apesar dos números, a batalha ainda não está ganha. Nada mais perigoso que deitar sobre os louros do momento. Há muita batalha pela frente, e mais que nunca será preciso formar alianças sólidas e principalmente eleger um Congresso sem tantas figuras abjetas e patéticas como o de hoje, a começar por Arthur Lira e companhia.
Lula mostrou-se cauteloso, mas poderia ter evitado a piada sobre Jair Messias ter perdido o sono: pode ter parecido prepotência.
Quanto a Jair Messias, bem, ele perdeu muito mais que o sono: perdeu o chão.
O primeiro sinal evidente foi a suspensão de sua famigerada “live” da quinta-feira.
O segundo foi a escalada em suas agressões contra os tribunais superiores, tanto o STF como o TSE.
E a terceira foi a “live” realizada na sexta-feira.
Confesso que tive a pachorra – e o masoquismo – de ver até o final. Uma hora e uns tantos minutos.
E o que vi foi um Jair Messias mais desequilibrado ainda que o normal, se é que isso é possível.
Devo admitir que do aluvião de frases furiosas pouco entendi. Mas esse pouco mostra que daqui para a frente, tudo vai ser diferente – e para pior.
Ele disse, por exemplo, que Edson Fachin foi advogado do MST. E por aí seguiu, mentindo em velocidade alucinante e despejando uma carga de fúria impressionante.
Foi só o começo. Daqui a outubro, o descontrole do desequilibrado não fará mais que crescer. E com isso, a tensão.
Há muito perigo nas ruas e nas esquinas. O que o que vem por aí será cada vez mais tenebroso.
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