O pulso das ruas no décimo dia

Em novo artigo, a colunista Tereza Cruvinel afirma que os primeiros protestos contra Michel Temer são café pequeno diante do que pode vir pela frente; "Até aqui o 'Fora Temer'' foi puxado por setores pensantes da sociedade ou movimentos organizados, como o MTST", diz ela; "Imagine-se o que virá quando vierem medidas que afetem a vida real do andar de baixo, como as prometidas reformas trabalhista e previdenciária. A coragem para ser impopular é de pouca valia para governantes rejeitados. A não ser quando resolvem apelar para a força bruta e a repressão"

Em novo artigo, a colunista Tereza Cruvinel afirma que os primeiros protestos contra Michel Temer são café pequeno diante do que pode vir pela frente; "Até aqui o 'Fora Temer'' foi puxado por setores pensantes da sociedade ou movimentos organizados, como o MTST", diz ela; "Imagine-se o que virá quando vierem medidas que afetem a vida real do andar de baixo, como as prometidas reformas trabalhista e previdenciária. A coragem para ser impopular é de pouca valia para governantes rejeitados. A não ser quando resolvem apelar para a força bruta e a repressão"
Em novo artigo, a colunista Tereza Cruvinel afirma que os primeiros protestos contra Michel Temer são café pequeno diante do que pode vir pela frente; "Até aqui o 'Fora Temer'' foi puxado por setores pensantes da sociedade ou movimentos organizados, como o MTST", diz ela; "Imagine-se o que virá quando vierem medidas que afetem a vida real do andar de baixo, como as prometidas reformas trabalhista e previdenciária. A coragem para ser impopular é de pouca valia para governantes rejeitados. A não ser quando resolvem apelar para a força bruta e a repressão" (Foto: Tereza Cruvinel)


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No domingo que se seguiu à sua posse, o do dia 15 passado, o presidente interino Michel Temer disse em entrevista ao Fantástico (TV Globo) não ter medo de ser impopular. No domingo de ontem, décimo dia de seu governo provisório,  ele foi alvo do maior de uma sequência de protestos. Até aqui o 'Fora Temer'' foi puxado por setores pensantes da sociedade ou movimentos organizados, como o MTST.  Imagine-se o que virá quando vierem medidas que afetem a vida real do andar de baixo, como as prometidas reformas trabalhista e previdenciária. A coragem para ser impopular é de pouca valia para governantes rejeitados. A não ser quando resolvem apelar para a força bruta e a repressão.                                                                                  

Nestes primeiros dez dias houve protestos espontâneos pelo país afora e o movimento vigoroso do setor de cultura e artes contra a extinção do Minc, que obrigou Temer a recuar anunciando a recriação da pasta. Este segmento da sociedade ele já perdeu.  O fim da TV Pública, depois da tomada da EBC, vai engrossá-lo. No mesmo segmento social, com grande influência sobre a construção do imaginário,  incluem-se os protestos de cientistas e pesquisadores contra a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia com o de Comunicações. Mas ontem, a coisa começou a mudar de figura.  

O protesto que sitiou a casa de Temer em São Paulo e terminou perto da meia noite com a dispersão dos últimos acampados pela polícia, com uso de bombas de gás lacrimogêneo, tinha outra origem de classe e outra bandeira. O MTST e outras entidades que compõem a Frente Povo Sem Medo estão à esquerda do PT. Chamaram a marcha em protesto contra a anulação da portaria que, ainda sob Dilma, reservou uma pequena verba do Minha Casa, Minha Vida, para a construção de moradias pelas próprias comunidades. A verba atenderia a 11,5 mil famílias. Depois o Governo anunciou a suspensão de todos os financiamentos do programa e a revisão da meta fixada por Dilma, de financiar dois milhões de moradias até 2018. Deu no ato de ontem.

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Se o governo continuar colaborando, a onda vai crescer. Já se falou em redução do atendimento pelo SUS (que a Constituição define como universal). O ministro recuou mas a ameaça está no ar em relação a todos os programas da rede de proteção social construída nos governos petistas.  E espera-se, a qualquer hora, que o ministro Meirelles apresente a proposta de reforma previdenciária – fixando a idade mínima de aposentadoria em 65 anos – e a prevalência dos acordos sobre a lei em relação a jornada de trabalho e salários. Esta será uma boa mexida no vespeiro.

Nesta segunda, às 17 horas, haverá uma entrevista coletiva dos ministros da Fazenda, do Planejamento, da Casa Civil e da Secretaria de Governo da Presidência. Meirelles, Jucá, Padilha e Geddel têm o que para anunciar? Possivelmente vão denunciar a     “herança maldita” do Governo Dilma. Mas como pode o PMDB denunciar o governo de que por tão longo tempo participou, com tantos ministros em posições importantes? Tudo agora é permitido em matéria de contradição. Inclusive ampliar a previsão de déficit, contra todo o discurso feito para condenar Dilma, de que o governo teria é que ter feito cortes drásticos ao invés de alargar o déficit fiscal com pedaladas e decretos de suplementação.

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Quando tudo isso atingir seu momento mais agudo, enfrentar a impopularidade não será uma questão de coragem.

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