O PSDB errou
Errou feio o PSDB com o programa de ontem à noite na TV. E errou justamente por “admitir” que errou. Porque, por Zeus, os caras disseram que erraram, mas se esqueceram a parte mais importante: quem errou, onde errou, quando, como errou, em quê, por que diabos errou; essas coisas
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errou feio o PSDB com o programa de ontem à noite na TV.
e errou justamente por “admitir” que errou.
porque, por Zeus, os caras disseram que erraram, mas se esqueceram a parte mais importante:
quem errou, onde errou, quando, como errou, em quê, por que diabos errou; essas coisas.
e mais, botaram esse mea culpa meia boca na boca alheia.
numa demonstração de covardia e desprezo pela verdade.
quer dizer que é isso, um jovem negro vai à TV assumir os erros do PSDB?
com mil diabos!
para acertar no erro, teria que saltar da tela, em 3d de preferência, o seu presidente afastado, o aético neves.
com algemas.
ele chegava lá, fundo infinito, e lia no teleprompter: eu errei e o meu partido errou.
erramos juntos. admitiria.
em 2104, qual uma criança mimada, eu não aceitei a minha derrota. não aceitei que o povo brasileiro não tivesse escolhido a mim para governá-lo.
despeitado, toquei fogo no país.
infernizei a vida da presidenta desde o seu primeiro dia de trabalho e ajudei a inviabilizar seu governo.
aí entrava FHC, todo maquiado, e dizia, olhando nos olhos do jovem negro e, às vezes, para a câmera:
o PSDB errou ao pagar 45 mil lascas para Janaína Paschoal redigir aquele parecer fajuto.
num corte seco, surgiria Alckmin. cercado de assessores, ele lia o TP:
erramos também ao colocarmos o Doria na linha de sucessão para o governo do Estado. agora esse ator infeliz quer me dar uma rasteira e virar presidente.
numa transição confusa, surge, em fusão, a careca do Serra. depois, ele inteiro. com aquele sorriso único:
eu não errei, tava com dores na coluna e tive que me licenciar.
mas meu partido errou.
errou quando destampou o bueiro de onde saíram todos aqueles midiotas verdeamarelos.
fizemos a turba sentir ódio pelo PT, nisso acertamos, mas não conseguimos fazer com que eles nos amassem.
hoje, esses ingratos admitem que vão votar no Bolsonaro.
logo em seguida, entraria uma vinheta alegre com um mosaico de imagens de Doria: fantasiado de gari, de garçom, de garça, do diabo.
o mosaico formaria um coração, de onde emergiria o rosto sem rugas do velho jovem.
acelera São Paulo, ele diria, fantasiado de candidato a presidência. xingaria o Lula e faria uma tesourinha com os dedos da mão.
por fim, entraria o Tasso, em silêncio.
e calado permaneceria.
a tela ficaria negra. como BG, ouviríamos as Bachianas Nº 5, de Villa-Lobos.
na voz de Bidu Saião.
aí, em fusão, entraria a logo do PSDB.
sumiria logo em seguida, dando lugar à palavra FIM.
tão fácil, tão simples, tão lógico.
mas os tucanos insistem em continuar errando.
palavra da salvação.
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