O presidente e o rei
O governo Lula não tem como pressionar Lira; é Lira quem pressiona o governo
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Lula começou o governo a mil por hora. Depois de se desvencilhar dos atos golpistas de 8/1 (nunca antes tentaram derrubar um presidente com uma semana de governo), partiu para cima do presidente do Banco Central.
Investiu contra a autonomia da instituição e contra a sua disposição de manter a taxa de juros nas alturas. Mas bastou Arthur Lira dizer que a autonomia do Banco Central é inegociável para o assunto morrer. A taxa de juros continua como estava e o dólar, também.
Logo a seguir, um de seus ministros ficou na berlinda. Lambanças éticas jogaram todos os holofotes em Juscelino Filho, todos os dedos foram apontados contra ele, que ficou na marca do pênalti. Só faltava Lula chutar.
Mas foi só Arthur Lira insinuar que Juscelino Filho deveria ficar para Lula lhe dar cartão amarelo, em vez do vermelho.
Mais recentemente, Lira deu mais uma demonstração de seu poder, ao afirmar que o governo não tem votos na Câmara para aprovar coisa alguma. Ele não disse, mas ficou evidente que quem tem votos é ele, não Lula.
De nada adiantou o governo apoiar a reeleição de Lira. Também não está dando resultados a estratégia de entregar ministérios a partidos do Centrão. Lira manda e desmanda, na Câmara e no governo. Agora está sentado em cima das medidas provisórias que o governo precisa aprovar, antes que expirem.
O governo não tem como pressionar Lira; é Lira quem pressiona o governo.
Dada a inapetência de Geraldo Alckmin pelo poder, é Lira, na prática, o vice-presidente da República.
Outro dia, o líder do PT na Câmara, Zeca Dirceu, disse que o governo está disposto a dividir o poder com Lira.
Precisa ver se Lira está disposto a dividir o poder com o governo.
Mais que presidente da Câmara dos Deputados, ele age como um rei.
É o Rei Arthur.
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