O presidente 5% pode governar no mar de lama?
"O vídeo em que tenta se defender complicou mais a situação de Michel Temer, um náufrago à deriva no meio do mar de lama que invadiu o Palácio do Planalto. O presidente 5%. Ao confirmar a reunião de 15/7/2010, em seu escritório, em São Paulo, na qual a Odebrecht acertou o pagamento de US$ 40 milhões de propina ao PMDB relativos a 5% do contrato de US$ 825 milhões com a Petrobrás ele endossou as delações de dois funcionários graduados da Odebrecht: Marcio Faria e Rogério Santos de Araújo", escreve o colunista Alex Solnik; "É fácil deduzir que ele não pode ser o único limpo se todos os seus amigos, correligionários e aliados estão na lama", diz ainda o colunista
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O vídeo em que tenta se defender complicou mais a situação de Michel Temer, um náufrago à deriva no meio do mar de lama que invadiu o Palácio do Planalto. O presidente 5%.
Ao confirmar a reunião de 15/7/2010, em seu escritório, em São Paulo, na qual a Odebrecht acertou o pagamento de US$40 milhões de propina ao PMDB relativos a 5% do contrato de US$825 milhões com a Petrobrás ele endossou as delações de dois funcionários graduados da Odebrecht: Marcio Faria e Rogério Santos de Araújo.
Em sua defesa, o presidente 5% disse que a reunião foi marcada por Eduardo Cunha, com o propósito de apresentar diretores de empresa que gostaria de colaborar financeiramente com o PMDB, não se falou de valores e a conversa girou em torno dos assuntos nacionais.
Rogério Santos de Araújo disse que o motivo da reunião, na qual também estava Henrique Eduardo Alves foi outro: os U$40 milhões: “Era um valor muito alto e era preciso cobrar o engajamento do PMDB em toda a sua cadeia, acima do Eduardo Cunha”.
Ele confirmou que não se tratou de valores (pois estavam previamente acertados): “Não se falou de valor de propina, mas se falou de todos os compromissos que a gente tinha assumido e que a empresa ia honrar. Não se falou explicitamente dos 5%, mas ficou implicitamente subentendido que a cúpula estava abençoando o processo”.
Ele detalhou a reação do então presidente do PMDB e candidato a vice-presidente da República na chapa de Dilma Rousseff:
“O Michel Temer assentiu, falou ‘Ô, tá bom, feliz aí, a Odebrecht é uma grande empresa, preparada para trabalhar no exterior e tal”.
O chefe da PGR, Rodrigo Janot tentou blindar o presidente 5% brandindo o parágrafo 4º. do artigo 86 da constituição – “o presidente da República não pode ser responsabilizado por atos estranhos às suas funções” – mas as ruas já perceberam de quem se trata, investigado ou não.
É fácil deduzir que ele não pode ser o único limpo se todos os seus amigos, correligionários e aliados estão na lama: seu maior sócio, Aécio Neves; seu maior amigo, José Yunes, “a mula do Padilha”; o ex-ministro e atual líder do governo no Senado, Romero Jucá; os oito ministros atuais, com destaque para Eliseu Padilha, Moreira Franco e Aloysio Nunes Ferreira; o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, genro de Moreira Franco; o presidente do Senado, Eunício Oliveira; o líder do PMDB, Renan Calheiros; o ex-presidente do PMDB Valdir Raupp; os ex-ministros Henrique Eduardo Alves e Edison Lobão.
Vamos ver por quanto tempo ele consegue governar dentro do mar de lama.
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