“O povo unido jamais será vencido” é o novo grito dos bolsonaristas

O jornalista Alex Solnik relata, espantado, como Bolsonaro incorporou aos seus brados a mais conhecida palavra de ordem da esquerda

Bolsonaro discursa em motociata em Florianópolis
Bolsonaro discursa em motociata em Florianópolis (Foto: Reprodução redes sociais)


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Por Alex Solnik

Eu só acredito porque vi. Florianópolis, hoje. Estava no palanque o Véio da Havan. “Lembra”? disse cutucando Bolsonaro “quando você estava no Einstein, a primeira vez, eu te disse que o estado que mais te daria votos seria Santa Catarina. E agora vai dar muito mais. Vai dar 90%”!

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E aí, sem mais nem menos, o cara puxa uma palavra de ordem que me soa familiar e que a pequena multidão repete em uníssono:

“O po-vo u-ni-do ja-mais se-rá ven-ci-do”.

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Que é a mais conhecida palavra de ordem da esquerda nos protestos contra a ditadura de 64! Sendo que Bolsonaro quer a ditadura de 64 de volta. Dá pra entender?

Depois, confirmando que era comício fora de época, portanto ilegal, o senador Jorginho Mello, do G-3 da CPI, solta essa:

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“Não precisa fazer pesquisa nem eleição. É só tomar posse”! E jurou amor eterno a Bolsonaro.

“Chama o Datafolha”! provocou Silas Malafaia.

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Magno Malta, traído por Bolsonaro em 2019 voltou ao ninho atirando na CPI:

“É o poste mijando no cachorro”.

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A seguir, o motoqueiro Bolsonaro caprichou na narrativa mirabolante. 

A América Latina está na miséria por causa do socialismo. Exemplo: Venezuela. Quem apoia a Venezuela? perguntou. E ele mesmo respondeu:

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“O bandido de nove dedos”.

Barroso não quer o voto impresso porque pretende promover uma fraude para dar vitória a Lula e, se Lula ganhar, o Brasil, tal como a Venezuela, não terá comida nem liberdade.

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Por isso, quando insiste na “contagem pública dos votos” - avisou que não vai desistir, como se alguém esperasse o contrário - quer evitar a vitória de Lula, que vai tirar o pão e a liberdade dos brasileiros.

É inacreditável, mas acreditem: ele disse que “o outro lado”, ou seja, Barroso e Lula “sai fora das quatro linhas da constituição para nos atingir”. Eles é que não são democratas, por isso têm de ser excluídos:

“Não tem espaço no Brasil para quem não é democrata”.

"Liberdade é como água de poço” filosofou. “Só se dá valor quando se perde”.

 E então lançou mão da frase de maior efeito:

 “Vamos dar nossa vida pela nossa liberdade”!

 “O po-vo u-ni-do ja-mais se-rá ven-ci-do” responderam os bolsonaristas apalermados.      

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