O PMDB, do Doutor Ulysses ao golpista Temer

"O PMDB tornou-se o partido que adere a todos os governos. Não consegue viver fora do poder, porque vive da repartição das prebendas – de cargos e de recursos – de quem detém poder. Esteve com FHC, com o PT e agora com o golpe", diz o colunista Emir Sader; nem sempre foi assim, no entanto, pois, sob a liderança de Ulysses Guimarães, o PMDB foi o partido central na luta democrática; hoje, com Temer, é seu inverso; "traidor, corrupto, oportunista, medíocre, incompetente, covarde – vai acumulando os piores epítetos que um politico pode ter e, por isso mesmo, se prestou para ser instrumento do golpe e ser condenado por todo o País, que entoa o 'Fora Temer”, diz ele

"O PMDB tornou-se o partido que adere a todos os governos. Não consegue viver fora do poder, porque vive da repartição das prebendas – de cargos e de recursos – de quem detém poder. Esteve com FHC, com o PT e agora com o golpe", diz o colunista Emir Sader; nem sempre foi assim, no entanto, pois, sob a liderança de Ulysses Guimarães, o PMDB foi o partido central na luta democrática; hoje, com Temer, é seu inverso; "traidor, corrupto, oportunista, medíocre, incompetente, covarde – vai acumulando os piores epítetos que um politico pode ter e, por isso mesmo, se prestou para ser instrumento do golpe e ser condenado por todo o País, que entoa o 'Fora Temer”, diz ele
"O PMDB tornou-se o partido que adere a todos os governos. Não consegue viver fora do poder, porque vive da repartição das prebendas – de cargos e de recursos – de quem detém poder. Esteve com FHC, com o PT e agora com o golpe", diz o colunista Emir Sader; nem sempre foi assim, no entanto, pois, sob a liderança de Ulysses Guimarães, o PMDB foi o partido central na luta democrática; hoje, com Temer, é seu inverso; "traidor, corrupto, oportunista, medíocre, incompetente, covarde – vai acumulando os piores epítetos que um politico pode ter e, por isso mesmo, se prestou para ser instrumento do golpe e ser condenado por todo o País, que entoa o 'Fora Temer”, diz ele (Foto: Emir Sader)


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O PMDB tornou-se o partido que adere a todos os governos. Não consegue viver fora do poder, porque vive da repartição das prebendas – de cargos e de recursos – de quem detém poder. Esteve com FHC, com o PT e agora com o golpe.

Mas nem sempre foi assim. O PMDB foi o partido central da luta institucional contra a ditadura e pelo retorno da democracia. Congregou setores muito diferenciados, mas unidos por essa luta.

Teve a direção do maior líder da luta democrática, Ulysses Guimaraes. Que teria sido o candidato favorito para ser eleito presidente do Brasil, caso a campanha das diretas tivesse tido sucesso. A própria transição à democracia teria sido diferente, porque o PMDB tinha um programa de reformas econômicas e sociais, que acompanhavam indissoluvelmente a reinstalação da democracia no pais.

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A derrota das diretas e a morte de Tancredo Neves permitiram que a transição fosse vitima da mesma elite da época da ditadura, com o ex-presidente do partido da ditadura e dirigente da campanha contra as diretas, Jose Sarney sendo, paradoxalmente, o primeiro presidente civil da democracia, eleito pelo Colégio Eleitoral para ser vice-presidente.

A transição ficou assim restrita a um novo pacto de elite na história brasileira, com o novo regime instalado não com a cara da resistencia democrática e da campanha das diretas, mas com a cara do Colégio Eleitoral e do compromisso do novo com o velho, sob a égide de um dirigente da ditadura – Sarney. Não como acaso, ACM foi o todo poderoso ministro das comunicações, enquanto Ulysses ficava escanteado.

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Ainda assim, Ulysses comandou o momento mais alto da transição democrática, a Assembleia Constituinte, da qual ele foi o presidente e que ele denominou de Constituinte Cidadã, justamente porque afirmava o que a ditadura havia liquidado e o que o neoliberalismo voltaria a atacar. Apenas aprovada, Sarney já a atacou, afirmando que ela tornava o Estado ingovernável – diagnóstico já neoliberal -, porque garantia direitos que o Estado não estaria em condições de promover.            

O fracasso do governo Sarney esgotou o impulso democrático, levou a candidatura de Ulysses à presidência, em 1989 a não ter nenhuma transcendência, porque o PMDB, embora não dirigisse o governo Sarney, pagou o preço de tê-lo eleito e apoiado.

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Com a morte de Ulysses Guimaraes, o PMDB se descaracterizou completamente. Ficou reduzido a um partido fisiológico, sem capacidade de nem sequer lancar candidato à presidencia, mas controlando o Congresso e assim negociando seu apoio aos governos, seja o de FHC, como os de Lula e de Dilma.

A chegada de Michel Temer à presidencia é a resultante desse processo fisiológico e que teve num nome anônimo o perfeito para presidir um partido anônimo e adesista a todos os governos. O PT não o escolheu como vice, apenas aceitou a indicação do PMDB pelo seu presidente, em aliança que se tornou indispensável, depois que Lula quase foi derrubado por impeachment, em 2005, sem maioria parlamentar.

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Vice decorativo, conforma confissão dele mesmo, Temer ficou disponível para aventuras politicas, como o golpe, e ameaçado de condenação nos inúmeros casos de corrupção em que ele mesmo está diretamente envolvido, além de acobertar todos os outros casos do seu partido, sob a sua  presidência. Salvo pelo seu mentor Eduardo Cunha, Temer pôde ser o instrumento do golpe da direita para tirar o PT do governo e impor o programa derrotado, ao qual o próprio Temer se opôs, quando foi eleito vice presidente em 2010 e reeleito em 2014.

Traidor, corrupto, oportunista, medíocre, incompetente, covarde – vai acumulando os piores epítetos que um politico pode ter e, por isso mesmo, se prestou para ser instrumento do golpe e ser condenado por todo o País, que entoa o “Fora Temer”.

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Até que o PMDB se propõe a expulsar um dos últimos parlamentares dignos do partido, Roberto Requião porque, como ele diz, ele não é ladrão. Ao que chegou o partido do doutor Ulysses, honesto e combativo dirigente democrático brasileiro, a quem Temer não teria podido sequer se aproximar, pelo horror que provocaria naquele que protagonizou as glórias do PMDB, hoje partido reduzido ao golpismo, à corrupção e ao neoliberalismo, contra o povo, a democracia e o Brasil.

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