O pior ano da vida de Temer

"O ano vai começar com a briga de foice pela presidência da Câmara, na qual ele ou vai ficar mal com os deputados do centrão ou com o PSDB, a depender do resultado. Ele não pode se dar ao luxo de perder aliados, mas não vai ter jeito", diz Alex Solnik sobre o que aguarda Michel Temer; "Não vai colar o discurso da 'herança maldita' porque a caneta está na sua mão, cabe a ele 'salvar o país', como tantas vezes preconizou", afirma; Solnik prevê que Temer ficará mais solitário no poder e questiona: "Qual será a solução? Entregar o governo para os tucanos?"

Eliseu Padilha, Michel Temer e Henrique Meirelles
Eliseu Padilha, Michel Temer e Henrique Meirelles (Foto: Alex Solnik)


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Eu nunca quis estar na pele de Michel Temer, muito menos agora quando tudo faz crer que 2017 será o pior ano da vida dele.

Ele só tem encrencas pela frente.

O ano vai começar com a briga de foice pela presidência da Câmara, na qual ele ou vai ficar mal com os deputados do centrão ou com o PSDB, a depender do resultado. Ele não pode se dar ao luxo de perder aliados, mas não vai ter jeito. Além disso, outro aliado, o PSB já ensaia a retirada de Laguna, convencido de que não cabe na pinguela.

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Sua governabilidade, portanto, estará mais em cheque do que esteve nos últimos sete meses e vai fragilizar o seu mandato já desgastado pela popularidade em queda livre.

Recuperar a popularidade é impossível por dois motivos: primeiro, porque ele nunca foi popular; segundo, porque as ruas não vão engolir a PEC 55, muito menos a próxima atração da fábrica de maldades chamada PEC da Aposentadoria ou da Não Aposentadoria.

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Não vai colar o discurso da "herança maldita" porque a caneta está na sua mão, cabe a ele "salvar o país", como tantas vezes preconizou.

Se agora ele já teme sair às ruas para não ser achincalhado, no ano que vem será pior ainda porque a população estará enfurecida ao se dar conta de que vai ter que trabalhar meio século para não morrer de fome ao se aposentar.

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Eliseu Padilha e Moreira Franco não vão durar até o próximo carnaval, pois vai ficar chato para Temer ter que explicar aos investidores estrangeiros e a outros chefes de estado porque seus dois auxiliares mais íntimos são mais conhecidos pelos apelidos "Primo" e "Angorá".

Temer ficará mais solitário no poder.

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Mas tem mais: tudo indica que a delação de Cunha está no forno e não há dúvida que seu principal alvo será Temer.

A delação vai vazar, como sói acontecer, e mesmo que não resulte na deposição imediata de Temer vai limar ainda mais seu já escasso ibope e aí é aquela história: à medida em que as ruas abandonem Temer o Congresso ou vai ouvir as ruas ou não se reelege. O apoio dos aliados vai, portanto, custar cada vez mais caro, o que vai entrar em choque com a política de austeridade.

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Além da de Cunha vão entrar no radar as delações dos Odebrecht pai e filho, de onde virá mais chumbo grosso em direção ao Palácio do Planalto.

As revistas semanais não têm que se preocupar com escassez de notícias bombásticas. Isso vai, sem dúvida, aquecer um pouco o setor, tem essa compensação.

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E ainda tem o julgamento do TSE a pender sobre sua cabeça com uma sentença que não será favorável, assim apontam os prognósticos. Isso vai derrubá-lo? Imediatamente não, porque cabe recurso, mas será mais uma flechada na sua imagem e na do governo.

É pule de dez que tanta instabilidade política não vai permitir que a economia se recupere nem aqui nem na China.

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Delações, queda de ministros, julgamento do TSE, cassação, cizânia entre aliados, protestos nas ruas, queda no ibope, economia em baixa são os fantasmas que vão rondar as noites mal dormidas de Temer em 2017.

Qual será a solução? Entregar o governo para os tucanos?

Parece que é o que Aécio quer, talvez sonhe com um revival do governo Itamar, que terceirizou o palácio para Fernando Henrique, este conseguiu emplacar um plano econômico batuta depois de sucessivos fracassos desde o governo Sarney e logo em seguida se elegeu presidente da República.

Para tanto será necessário não apenas ocupar a secretaria de Governo, prometida para depois da eleição da Câmara, mas tomar o lugar de Meirelles, que tem a chave do cofre.

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