O partido lulista dos brasileiros

As marcas maiores do governo de Lula foram a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU e 20 milhões de empregos. Os programas sociais e de infra-estrutura  mundialmente reconhecidos foram insumos para estes resultados

Sumaré- SP- Brasil- 18/11/2016- Ex-presidente Lula durante visita à Vila Soma. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Sumaré- SP- Brasil- 18/11/2016- Ex-presidente Lula durante visita à Vila Soma. Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula (Foto: Leopoldo Vieira)


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Dois spots publicitários elaborados por Duda Mendonça, entre 2001 e 2002, marcaram o que viria a ser o projeto realmente existente do Partido dos Trabalhadores. 

Uma casa humilde, com um casal e seus filhos pobres finalmente descobrindo que podiam não saber, mas, no fundo, também eram um pouco PT.

Um certo João, jovem que não nascera mau nem bandido, amava seu país e só queria uma oportunidade, em busca da qual gritava vivas a um Luiz Inácio Lula da Silva.

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Não eram nem dirigentes sindicais e nem estudantes.

As frentes de esquerda e o discurso mais ou menos radical de 1989, 1994 e 1998 foram incapazes, antes, de conduzir o maior do operariado brasileiro ao poder, ainda que seu partido tenha se tornado player por expressar as lutas do operariado na Vila Euclides.

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As marcas maiores do governo de Lula foram a saída do Brasil do Mapa da Fome da ONU e 20 milhões de empregos. Os programas sociais e de infra-estrutura  mundialmente reconhecidos foram insumos para estes resultados.

Para isso, primeiro chamou para ser vice um industrial e, depois, aliou-se ao maior partido do Brasil, de centro e fiador desde a abertura, da governabilidade. Antes, fez divulgar a Carta aos Brasileiros, documento que expressou o acordo permanente com o sistema financeiro sobre os rumos da economia.

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Desse processo, emergiu a classe C, fruto da mobilidade social, que bancou Lula em 2006, 2010 e 2014 e, em 2015-2016, assistiu ao Impeachment por ter perdido empregos e poder de compra.

O tradicional pacto das elites, modernização conservadora e transição por cima deram lugar ao pacto nacional, com participação dos trabalhadores.

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Hoje, quando o PT discute diversas maneiras de se reinventar, cresce a ideia de que o que cientistas sociais chamam de Lulismo foi o erro cometido, sobretudo porque, supostamente, a fase do ganha-ganha teria terminado. 

Ora, nada prova que Lula não poderia reconciliar interesses para reformas estruturais ou pontuais que atualizassem o ganha-ganha.

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Quando o PT sofre sua mais retumbante derrota eleitoral e cai do governo, com a maior rejeição de seu trajeto, Lula parece liderando as pesquisas presidenciais para 2018 no primeiro turno em todas as cenas.

Ou seja, a recuperação do PT reside unicamente em transitar do “Partido dos Trabalhadores” para o “partido Lulista dos trabalhadores”. A melhor forma, inclusive, de projetar seu legado como uma corrente perene na sociedade, como se trata o peronismo, na Argentina. Com Lula vivo ou morto.

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De fato, a esquerda do Brasil tem dois governos para chamar de seu. O de Jango (assim como o Dilma 2) perdeu. O de Lula foi um sucesso.

Apenas não enxerga a solução quem não quer. Quem deseja que Lula seja reduzido a um radical concentrado em polêmicas do marxismo e da “estratégia socialista”.

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