O papel da esquerda na eleição da Câmara
A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, no dia 1.º , é de extrema importância para a democracia e o futuro do País. Primordialmente, trata-se da derrota do genocida Jair Bolsonaro e do bolsonarismo, para garantirmos um Legislativo independente e em condições de combater políticas antidemocráticas, ultraliberais e antinacionais do atual governo.
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A eleição para a presidência da Câmara dos Deputados, no dia 1.º , é de extrema importância para a democracia e o futuro do País. Primordialmente, trata-se da derrota do genocida Jair Bolsonaro e do bolsonarismo, para garantirmos um Legislativo independente e em condições de combater políticas antidemocráticas, ultraliberais e antinacionais do atual governo.
A eleição do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) para presidir a Casa, com o respaldo de um amplo arco de forças da esquerda, centro e centro-direita, é uma tarefa estratégica para um momento gravíssimo da Nação.O que está em jogo é uma disputa que, em resumo, coloca Bolsonaro enfraquecido ou fortalecido.
O governo enfrenta crise de grandes proporções – da falta de vacina contra a Covid-19 ao desemprego massivo , depredação ambiental, desalento do povo brasileiro e uma balbúrdia administrativa - e joga suas esperanças políticas na candidatura de Arthur Lira (PP-AL) para se fortalecer.
Quem não entender que esse movimento tem um objetivo estratégico evidentemente não está entendendo nada da conjuntura.Além da disputa com o neofascista e necropolítico Jair Bolsonaro, para as forças de esquerda está em jogo também a busca de um caminho que as unifique. Não se pode vacilar num momento grave como o atual. Qualquer lançamento de candidatura no campo da esquerda só fortalece a nome bancado por Bolsonaro. O capitão-presidente tem lançado mão de todos os instrumentos governamentais para favorecer seu candidato, com práticas que beiram a imoralidade.
Qualquer movimento errado do campo da esquerda pode facilitar a vitória do bolsonarismo, com profundos e drásticos reflexos no dia a dia dos cidadãos brasileiros, já que a agenda do Parlamento pode vir a ser desastrosa para os interesses do conjunto da sociedade brasileira.
Não é uma questão de princípio, o que está em jogo é uma questão tática de grande relevância. Não estão em jogo, na disputa pela presidência da Câmara, as eleições do ano que vem. É importante a esquerda não sair dividida no dia 1° de fevereiro.A união da esquerda,em 2020, foi extremamente positiva para o país. Desde o combate à Covid-19 até o enfrentamento de políticas antipopulares e supressoras de direitos formuladas pelo governo do capitão. Essa unidade precisa continuar.
Assim, com todo o devido respeito, considero errada a posição da Executiva nacional do PSOL em favor do lançamento de uma candidatura própria. É preciso rever essa posição. O partido tem que estar unido ao PT,PCdoB, PDT, PSB, Rede e vários outros setores da sociedade brasileiro que se referenciam na esquerda, para, juntos, derrotarmos o inimigo central neste momento, que é o candidato de Bolsonaro à presidência da Câmara.
É preciso lembrar que nós, do campo da esquerda, não estamos disputando nem abrindo mão de nosso ideário no campo econômico e nem cedendo a qualquer programa liberal para o País.
Na prática, esse modelo ultraliberal de Paulo Guedes, com amplo apoio no Congresso, foi derrotado, só falta ser sepultado, pois os números superlativos do fracasso estão à mostra: desemprego massivo, carestia, falta de investimentos e planejamento etc. Sem falar da falta de vacina contra a Covid-19 e a desesperança crescente do povo brasileiro.
Por isso, a importância do voto em Baleia Rossi, com uma plataforma em defesa da democracia, dos direitos, das conquistas civilizatórias com autonomia e independência do Legislativo diante de um presidente da República que quer tratar o Congresso Nacional como anexo do Palácio do Planalto.A união da esquerda neste momento seria a melhor e mais eficiente contribuição que poderia dar ao Brasil. O governo atual e sua tropa têm bandeiras anticivilização, antivida, antivacina. É, essencialmente, um governo de adeptos da necropolítica. Não podemos vacilar.
Nosso apelo é para que toda a esquerda esteja unida em torno da candidatura que expressa valores contrários às ações danosas e bárbaras implementadas pelo atual governo.Naturalmente, cada um tem sua história e seu legado. O PT, por exemplo, não vai mudar sua opinião sobre o passado recente, como o golpe contra Dilma Rousseff. Entretanto, neste momento facilitar a vitória de Bolsonaro é um erro grave que pode comprometer – aí sim- as articulações para 2022. Não estamos discutindo alianças, mas o fato é que a posição da esquerda no cenário de disputa pelo comando da Câmara dos Deputados pode fortalecer a posição de Bolsonaro em 2022.
Por isso, não tem outra opção aos partidos de esquerda: temos que votar em Baleia Rossi, o candidato de um bloco que compõe o centro, centro-direita e a esquerda. Podemos fazer maioria e evitar uma tragédia.Diante do desprezo à vida, da incompetência e do caráter autoritário de um governo nefasto, com o País à deriva, é inconcebível qualquer posição que fortaleça o candidato bolsonarista.
O nosso papel, como parlamentares de esquerda e democratas é votar no candidato que tem chances reais de vencer o pleito e garantir a autonomia, independência e, principalmente, o restabelecimento das prerrogativas do Parlamento. A Câmara dos Deputados não é um puxadinho do Palácio do Planalto, mas sim, o canal legítimo para expressar os interesses da sociedade.
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