O Ódio é a “Nova” Velha Politica

A identidade com políticos vazios como Witzel, Dória, Bolsonaro, Trump, e uma série de ídolos de internet, que viraram deputados, senadores, sem nenhum preparo, nem de mínima educação política, reforça o estereótipo do ódio às instituições e à sociedade plural, inteligente, tolerante

(Foto: Alan dos Santos - PR)


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A que ponto chegam o ódio cego e visceral, quando não patológico, a irracionalidade do comportamento humano e o fundamentalismo político daqueles que, podendo legitimamente criticar, de forma dura e veemente, posições antagônicas, optam, no entanto, por incitar práticas criminosas, conduta essa que constitui, ela própria, o delito de incitação pública ao crime, tipificado no artigo 286 do Código Penal e perseguível mediante ação penal pública incondicionada!” (Ministro Celso de Mello)

É fato que as disputas políticas, em todas as épocas, muitas e tantas vezes chegaram às vias de fato, a paixão desmedida, os vários discursos irracionais quase sempre viraram para ódios e grandes rupturas, mortes de líderes e/ou partidários de ideias, algumas vezes guerras civis, guerras entre países e adventos maiores como as duas grandes guerras mundiais.

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Depois da II Guerra, pelo caráter devastador, e logo a seguir veio a disputa armamentista da Guerra Fria, com duas superpotências atômicas com suas bombas capazes de destruírem até 14 mil vezes a terra, quando bastava destruir uma única vez, contraditoriamente, esse medo, do botão (quase um FODA-SE) ser acionado, houve uma certa racionalidade na disputa.

As economias em geral se expandiram de forma incrível, com riquezas e incorporação de amplos setores ao mercado, a bipolaridade mundial, o “medo do comunismo”, de certa forma, foi decisivo para construção de sociedades modernas na velha Europa ocidental, os EUA, por óbvio, Canadá, Japão, entre os principais. Esse “padrão”, por outro lado, contribuiu para ruína do leste, a sociedade denominada de “comunista”.

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A queda do Muro que seria o divisor de águas para o mundo, quase o “fim da história”, não se afirmou como tal, de mãos livres, o “mercado”, partiu para o que mais lhe caracteriza, um processo de exclusão, sem precisar fazer as concessões pelo “medo” do leste, o novo “medo” era o terror, as guerras religiosas, o ódio ao islã, entre outros métodos usados para restringir liberdades em geral e diminuição acentuada de Direitos sociais e econômico.

A Crise de 2005-2008, repôs o mundo numa realidade mais complexa, o avanço da China e dos BRICS, fez os EUA, reordenarem sua intervenção política e econômica para retomarem o controle geral do mundo. O Dólar ao invés de sair, virou porta de reentrada ao império, o poder atrativo fez retornar empresas e empregos, fazendo a economia dos EUA voltar ao topo.

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Do ponto de vista político, o cenário são as guerras e intervenções combinadas de criar instabilidades, tendo a Internet o veículo mais eficaz de mudança de paradigma de todos os tempos. O controle do que se pública, como organiza os conteúdos, para quem e onde, são uma lição sofisticada de como são as novas disputas ideológicas e de guerra.

Nesse campo, a racionalidade é completamente substituída pelo apelo emocional, especialmente o apelo ao ódio, a divisão, em que não se pode, por nenhum momento encontrar um instante de diálogo, esse novo paradigma, invisível aos olhos das forças progressistas, acostumadas (viciadas) numa forma de fazer política de apelo à razão, de discussões fundamentadas, científicas e baseadas em  conceitos humanísticos, de igualdade e democracia.

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A desconstrução desse discurso foi simples, por uma combinação de ideias simples, inteligíveis e de fácil assimilação que podem ser repassadas, sem nenhuma sofisticação, mas extremamente eficaz. A facilidade com que se criou uma onda formatada em conceitos de tão absurdos, foram subestimadas, algo como terra plana, mamadeira de piroca, até o ódio aos políticos, como os responsáveis por tudo que há de ruim na sociedade.

Essa onda destruidora avança de forma avassaladora impondo medo a toda a sociedade, forçando um tipo de conduta francamente fascista, em que a força é a lei, não há nenhuma aceitação de democracia, de convivência pacífica, com respeitos às diferenças políticas, raciais, de gênero, culturais, nada pode ser mediado, apenas imposto, o extremo do ódio.

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A lei, as instituições, os poderes, ficaram reféns dessa horda desumana, coesa e sem modos. Sua estética é a violência, aberta, direta ou indireta, quando ameaça um professor na sala de aula, um deputado ou um ministro num avião, num restaurante, acompanhado de um celular para compartilhar a façanha, que retroalimenta o medo e a falta de reação à barbárie.

A identidade com políticos vazios como Witzel, Dória, Bolsonaro, Trump, e uma série de ídolos de internet, que viraram deputados, senadores, sem nenhum preparo, nem de mínima educação política, reforça o estereótipo do ódio às instituições e à sociedade plural, inteligente, tolerante. A arma do barulho das panelas, dos gritos, das ameaças, caçar as vozes, asfixiar financeiramente, exigir demissões.

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O tempo é do ódio, da escuridão, é preciso paciência e aprender rapidamente como enfrentar o CAOS.

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