O movimento estudantil a caminho do Planalto
"A vitória de Haddad será a vitória da verdade e da justiça sobre versão e sobre a crueldade incivilizada que estrutura o caráter dos golpistas e seus vassalos, tanto os de toga, quanto aqueles que transformaram uma concessão pública em feudo", diz Pedro Maciel
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Fernando Haddad e Manuela D’Avila são quadros de seus partidos e ambos são filhos do movimento estudantil.
Comentei com uma querida amiga, a Professora Ana Angélica Marinho - que tem emprestado aos soteropolitanos todo seu entusiasmo, carisma e generosidade militante - que com Haddad no Planalto nossa geração estará representada e terá a oportunidade de ser protagonista na quadra da Política, bem como no fortalecimento de políticas públicas a partir de nossa visão de mundo e nossa práxis.
Somos formados no movimento estudantil. Participamos do movimento estudantil de forma intensa, disputamos eleições, vencemos e perdemos; fomos para as ruas pela aprovação da Emenda Dante de Oliveira, vivenciamos magicamente o movimento das “DIRETAS JÁ!”; defendemos uma Assembleia Constituinte e a auditoria da divida externa; vibramos com o nascimento do SUS; lutar pela reorganização e autonomia dos centros acadêmicos; votar em Lula para governador e Jacó Bittar para senador em 1982; tudo isso e muito mais faz parte da nossa adolescência e juventude, faz parte da nossa história, faz parte da História.
Ana Angélica e eu na PUC Campinas, Haddad na PUC São Paulo, respirávamos o desejo da redemocratização e acreditávamos no movimento estudantil como espaço de militância fundamental e transformadora, acreditamos que através da Política alcançaríamos a democracia.
Éramos protagonistas dos nossos sonhos e de nossas paixões e nosso objetivo era catalisar mudanças na Política, fazer o debate sobre as questões ambientais, econômicas ou sociais, era o fim da ditadura.
No lendário “Pátio dos Leões”, em cada Congresso das UNE, da UEE e, no nosso caso, o ENED – encontro Nacional dos Estudantes de Direito, pudemos escolher em qual margem do rio desejávamos estar, com quem desejamos caminhar e o tipo de vida que teríamos. Nossas escolhas tiveram reflexos para toda a vida: somos radicalmente democratas, somos de esquerda e desejamos justiça social, não é negociável.
A vitória de Haddad será a vitória da verdade e da justiça sobre versão e sobre a crueldade incivilizada que estrutura o caráter dos golpistas e seus vassalos, tanto os de toga, quanto aqueles que transformaram uma concessão pública em feudo.
Mas não podemos perder de vista quem são os adversários.
Ciro, Boulos, Marina, setores do PMDB representados por Requião, dissidentes do PSDB como Bresser Pereira e mesmo democratas de centro-direita não são inimigos, nem adversários do um projeto desenvolvimentista, democrático e popular, serão parceiros na construção do país ao qual todos têm direito.
Nossos adversários estão na FEBRABAN, na FIESP, na parcela plenipotenciária do Poder Judiciário e numa parcela da imprensa; nossos adversários estão grandemente no hegemonismo infantil e na falta de autocrítica.
Por isso que não percamos de vista que “Vamos precisar de todo mundo pra banir do mundo a opressão / Para construir a vida nova vamos precisar de muito amor / A felicidade mora ao lado e quem não é tolo pode ver (...) Vamos precisar de todo mundo, um mais um é sempre mais que dois / Pra melhor juntar as nossas forças é só repartir melhor o pão / Recriar o paraíso agora para merecer quem vem depois / (...)”.
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