O ministro do Turismo não cai porque, se cair, derruba Bolsonaro

Se for aceita a denúncia, Álvaro Antonio, na condição de ministro, tem garantido o foro privilegiado. E isso lhe garante algum tempo para, por exemplo, poder renunciar antes que haja julgamento no Supremo Tribunal Federal

(Foto: Marcos Correa/PR)


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Marcelo Álvaro Antônio é a alcunha de Marcelo Henrique Teixeira; este é o nome verdadeiro do Ministro do Turismo que, estranhamente, mesmo diante de um escândalo de proporções mineiras, não cai! E não cai por quê? A resposta a essa pergunta é tão certa quanto as candidaturas laranjas de Minas Gerais e do restante do Brasil. Marcelo Henrique Teixeira era durante as eleições de 2018, o presidente estadual do PSL (aquele partido que dizia que não era corrupto) de Minas Gerais.

Para as eleições, foi montado um esquema de candidaturas de mulheres que não seriam candidatas, mas que receberiam uma verba nas contas de campanha. Essa verba foi gasta em empresas ligadas à família do famigerado ministro do Turismo.

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Para tanto, a candidata laranja, tinha que assinar um ou mais cheques como se tivesse feito gastos de campanha, como por exemplo material gráfico, que nunca fora feito. Desse valor, vamos supor, 400.000,00 mil reais, de 10 a 20% ficava com a candidata, o restante de 80 a 90% era “pago” à gráfica que não fazia o material de campanha e assim, “lavava” o dinheiro e investia via caixa dois, em outras coisas, como por exemplo, a própria campanha ou enriquecimento ilícito, mas isso, é o que o inquérito policial vai tentar descobrir!  Pois bem, tudo isso já está comprovado! Já há provas a ponto de o Ministério Público o acusa de falsidade ideológica, falsidade eleitoral e associação criminosa. Agora, a justiça vai decidir se aceita a denuncia e inicia formalmente o processo contra o ministro.  

Explicado isso, vamos ao que interessa! Porque é que Marcelo Álvaro Antonio não cai? Não cai e por lá vai ficar até a exaustão! É mais fácil Bolsonaro renunciar do que demitir Álvaro Antonio! E por quê?

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A resposta é também óbvia! Se for aceita a denúncia, Álvaro Antonio, na condição de ministro, tem garantido o foro privilegiado. E isso lhe garante algum tempo para, por exemplo, poder renunciar antes que haja julgamento no Supremo Tribunal Federal, fazendo com que, em tese o processo volte para a justiça de primeira instância! Em tese, porque a manobra já é, como dizem os jogadores de bingo, bola cantada e pode ser que em casos onde a procrastinação seja explícita, não se permita a volta! Mas é uma boa aposta!  

Álvaro Antonio, sabe que será condenado! Bolsonaro também! Tanto sabe que já está tentando se vacinar, dizendo que o processo é pra derruba-lo! Não vai funcionar! E aqui está a razão para que leva Bolsonaro a não demitir o acusado por Associação Criminosa... adivinha quem ele – o ministro – vai dizer que é o maior associado da organização?

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Sim... o principal beneficiário do esquema, nada menos que o senhor Jair Bolsonaro, que fez sua campanha, com base no caixa dois, que vai de suspeitos de serem “doadores”, como um certo “periquito da Ana Maria Braga” (que aliás, anda sumido, né?), até o famigerado esquema de corrupção de desvio de dinheiro publico usando candidaturas falsas de mulheres. É isso que acusa as candidatas e é isso que uma testemunha ligada à Álvaro Antonio.  O assessor parlamentar do Ministro e COORDENADOR da campanha em Minas Gerais (no vale do Rio Doce), Haissander Souza de Paula, que foi preso por causa do esquema, já deu o recado... deixou um verbo que pode ser mudado a qualquer momento. O mesmo disse à Polícia Federal que “acha” que parte dos valores depositados para as campanhas femininas, na verdade, foi usada para pagar material de campanha de Marcelo Álvaro Antônio e de JAIR BOLSONARO.

Marcelo Álvaro foi denunciado pelos crimes de falsidade ideológica eleitoral (com penas previstas de até 5 anos), apropriação indébita de recurso eleitoral (cujas penas variam de 2 a 6 anos) e associação criminosa (com penas que variam de 1 a 3 anos de reclusão).

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Somadas, no máximo dariam 14 anos de prisão! Vamos descontar 1/6 da pena, pensar no bom comportamento do moço, diminuir pelos seus antecedentes criminais que não foram achados, somado, diminuído, medido e mexido, dá mais ou menos uns 2 anos e 5 meses de cana em regime fechado!  O recado foi dado... se houver uma queda, o verbo da testemunha muda! De “acho”, haverá uma delação premiada que levará o verbo para um “fiz”, “enviei”, “mandei”, ou qualquer outro que traga o presidente que afirmava não ser corrupto, embora tenha sido deputado de baixo clero por quase 30 anos, que tem funcionários fantasmas (Val do Assaí que o diga) e esquemas com Queiroz até a alma e fez uma campanha com esse tipo de esquema de forma acintosa e explícita!  Como diz uma musica que eu gosto muito... “A verdade não dura nessas margens estreitas demais!”

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