O mesmo Brasil que jogou milhares à fome emerge 11 novos bilionários



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O ano de 2020 foi devastador para o mundo todo. A pandemia do novo coronavírus levou milhares de pessoas à vulnerabilidade e nos fez rever nossa forma de viver. Para as brasileiras e brasileiros, os impactos foram ainda piores. Sob a gestão de um governo negocionista e genocida, o país perdeu (e perde diariamente) milhares de vidas e relegou 19 milhões de pessoas à fome. O que mais assusta é que, a mesma pandemia que deixou famílias sem ter o que comer em casa, emergiu 11 novos bilionários brasileiros à lista da Forbes em 2021.  

Esses dados, que evidenciam a desigualdade social escancarada pela pandemia, nos lembra que a letra de uma canção icônica da banda Legião Urbana nunca esteve tão atual. Que país é esse? Um país assolado pelo contraste social, onde o presidente gasta mais de R$ 2 milhões durante suas férias e um trabalhador não tem sequer acesso a direitos básicos.  Uma nação onde o filho do chefe do executivo compra uma mansão por mais de R$ 6 milhões e famílias mais pobres são obrigadas a viver na miséria. Uma pátria que valoriza o capital em detrimento da vida humana. 

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Pesquisadores indicaram que, em 2020, a fome no Brasil superou os níveis registrados no início da década passada. Cerca de 59,4% da população não teve acesso a alimentos na quantidade e qualidade ideais. Isso significa que mais da metade dos domicílios brasileiros sofreu algum tipo de privação. Segundo o estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Rede PENSSAN), o índice exato de famílias nessa situação chegou a 55,2%. 

Apesar do cenário pandêmico e do abismo social, o governo de Jair Bolsonaro decidiu reduzir o valor do auxílio emergencial, um benefício que no decorrer de 2020 foi salvaguarda para as vítimas econômicas da Covid-19. Em sua fase inicial, o valor pago foi fixado em R$ 600. Isso só ocorreu porque a Contracs, a oposição no Congresso Nacional e diversos movimentos da sociedade civil pressionaram o governo. Pela vontade de Bolsonaro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, o valor seria apenas de R$ 200 e para um número bem abaixo do que foi contemplado. Entretanto, na segunda etapa do pagamento, para justificar a prorrogação do auxílio por mais quatro meses ­─ setembro a dezembro ─, Bolsonaro reduziu o valor pela metade.  

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Após o pagamento da última parcela no final de 2020, a população mais vulnerável ficou sem qualquer amparo do governo. Não havia vacina, nem auxílio e muito menos governo. E, apenas em abril deste ano, por meio da pressão de organizações progressistas, é que o auxílio voltou a ser pago. No entanto, mais uma vez, o governo decidiu pagar um valor bem abaixo do mínimo necessário para uma família conseguir viver com dignidade em meio à pandemia.  Com valores que variam entre R$ 150 e R$ 375, a nova rodada do benefício auxilia menos da metade dos beneficiários da primeira etapa.  

Paralelo a isso, as medidas econômicas tomadas por Bolsonaro e os projetos aprovados no Congresso Nacional impulsionaram ainda mais o cenário de vulnerabilidade. Não à toa, 11 novos bilionários emergiram e a riqueza de outros 65 bilionários brasileiros quase dobrou: teve um salto de US$ 127,1 bilhões do ano passado para US$ 219,1 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão). Os dados, além de contrastar com a pandemia, escancarou a desigualdade no país, trazendo à tona uma pauta urgente: a tributação dos super-ricos.  

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Tributar os super-ricos hoje é garantir a reconstrução do país com dignidade para a população mais vulnerável e dar ao Estado condições de enfrentar a crise agravada pela pandemia. E para que essa pauta ganhe força, só depende do Congresso Nacional. Já foram apresentados diversos projetos sobre leis tributárias que isentam os mais pobres e onera apenas os 0,3 mais ricos. Porém, os parlamentares nunca deram a devida atenção ao tema. Infelizmente, não haverá justiça social e avanço econômico no Brasil se não houver justiça tributária. 

Por isso, seguiremos lutando para que todas e todos tenham comida na mesa, vacina, acesso a serviços básicos e vivam com dignidade. Não podemos usar a pandemia como desculpa para deixar milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade. A miséria não pode ser uma realidade. Se antes, em governos progressistas, conseguimos vencê-la, atualmente, isso só não acontece porque mantemos no poder o pior inimigo que o povo brasileiro já teve.  

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