“O ‘Mensalão’ foi o início da grande mentira que manchou o Brasil”, diz Pizzolato
Num depoimento ilustrado com documentos de peso, entrevista do pivô da Ação Penal 470 permite um ajuste de contas com a História recente do país

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Por Paulo Moreira Leite, do Jornalistas pela Democracia
“O Mensalão foi escola para a Lava Jato, o início dessa grande mentira que manchou o Brasil e se tenta esconder a todo momento”, afirma Henrique Pizzolato, condenado a 12 anos e 8 meses na AP 470, em entrevista feita por mim e por Dayane Santos para a TV 247.
No depoimento, de uma hora e 22 minutos, Pizzolato desmonta a tese central da denúncia, que deu base para um escândalo que emparedou o governo Lula no primeiro mandato.
Ao lado das principais lideranças do Partido dos Trabalhadores no período, como José Dirceu e José Genoíno, Pizzolato foi acusado de organizar um sistema de desvios de verbas publicitárias do Banco do Brasil -- onde era diretor -- para favorecer os cofres do PT.
Com base em levantamentos exibidos didaticamente durante a entrevista, Pizzolato deixa claro que os recursos que teriam sido desviados cumpriram sua finalidade original, chegando aos cofres da Globo, Folha de S. Paulo, Estado de S. Paulo e grandes empresas de comunicação de todas as regiões do país.
Num elemento que reforça a credibilidade dos argumentos de Pizzolato, o destino das verbas aparece na tela, centavo por centavo, num trabalho de apuração e esclarecimento que mobilizou dois profissionais consagrados de nosso jornalismo.
Um deles é Raimundo Rodrigues Pereira, editor da VEJA nos bons tempos iniciais, que também liderou publicações importantes da resistência ao regime militar, como Opinião e Movimento.
Titular de três Prêmios Esso e vários livros-reportagem nas listas de mais vendidos, o também escritor Fernando Morais aparece na tela, em vídeo, num raro momento de paletó e gravata, cabelos e barbas aparadas, para explicar o trabalho de agências de publicidade para rastrear o destino dos recursos envolvidos.
“O nazismo e o fascismo não foram a primeira tentativa de extermínio na Europa”, recorda Pizzolato. “Um milhão e meio de armênios foram exterminados e o que aconteceu? A Europa não se mexeu. Achou normal. Em seguida, Hitler começou a matar judeus, sindicalistas, homossexuais. Com Mussolini foi a mesma coisa. No Brasil, o mensalão foi a grande escola”.
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