O marqueteiro, Rui, Renan e o enxuga gelo

Não nomear, extinguir cargos e reduzir salários é um tiro no pé do ponto de vista político e funcional. Muitos órgãos só funcionam por causa dos comissionados, seja no executivo estadual ou municipal

Não nomear, extinguir cargos e reduzir salários é um tiro no pé do ponto de vista político e funcional. Muitos órgãos só funcionam por causa dos comissionados, seja no executivo estadual ou municipal
Não nomear, extinguir cargos e reduzir salários é um tiro no pé do ponto de vista político e funcional. Muitos órgãos só funcionam por causa dos comissionados, seja no executivo estadual ou municipal (Foto: Voney Malta)


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No geral, os candidatos quase nada discutem durante a campanha eleitoral. Apenas leem o que os marqueteiros decidem. Após a vitória nas urnas é que têm que resolver os problemas e, enfim, começar a entender o funcionamento da máquina, o que não quer dizer que vá resolvê-los.

Dizem que no mundo os dois maiores mentirosos são jogador de pelada, após o racha, e político durante campanha eleitoral. O primeiro porque conta vantagens e descreve jogadas fora da realidade que mais parecem um sonho fantástico, desejável.

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E o segundo porque só diz o que marqueteiro quer porque este sabe o que o povo precisa ouvir. Ou seja, fantasias, ações desejáveis. Claro que isso não é uma regra geral, tampouco pretendo carimbar dessa forma o prefeito Rui Palmeira e o governador Renan Filho. Mas há um porém.

O prefeito Rui Palmeira, na metade de sua gestão, decide reduzir cargos e salários dos comissionados, incluindo o seu, para economizar nas despesas. Do ponto de vista econômico isso de nada adianta.

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Do ponto de vista jurídico o prefeito ou governador não pode reduzir salário por decreto, mas sim, em regra, por Lei. Ora, quando é pra aumentar é encaminhado o projeto para a Câmara, então, por qual motivo não é feito o mesmo para reduzir?

O governador eleito Renan Filho também tem falado em reduzir despesas, extinguir e fundir secretarias, enfim. Oratória que o eleitor acima dos trinta anos está cansado de ver e ouvir. Muda o personagem, mas o "chororô" é o mesmo.

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O Estado tem cerca de 3 mil cargos comissionados. O salário de um secretário é, bruto, de cerca de R$ 16 mil, 5 mil a mais do que o do sub. Chefe de gabinete e diretor de autarquia ganham em torno de R$ 6 e 5 mil, respectivamente.

A partir de R$ 4 mil, estão 70% dos cargos de chefia. Funções gratificadas, que são aquelas exercidas pro funcionários efetivos, cuja gratificação é de R$ 350 a mais no salário. São esses funcionários que efetivamente fazem a máquina pública funcionar.

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Ou seja, não nomear, extinguir cargos e reduzir salários é um tiro no pé do ponto de vista político e funcional. Muitos órgãos só funcionam por causa dos comissionados, seja no executivo estadual ou municipal.

Portanto, considero esse tipo de discurso vazio, que não cabe mais por ser repetitivo e por não significar verdadeiramente economia. Agora, o discurso sério e que impacta nas finanças é a economia de gastos com água, locação de veículos, passagens, diárias, telefone celular, entre outras.

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Aí sim, impacta mesmo as finanças públicas.

O resto é enxugar gelo e conversa de marqueteiro.

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