O lavajatismo da mídia ressurge com Lula e Tacla Duran

Quando é Tacla Duran quem aponta para Moro e Deltan, o que antes era excesso vira subitamente proibição e silêncio. Está certo Lula de denunciar uma armação

Presidente Ljuiz Inácio Lula da Silva e advogado Rodrigo Tacla Duran
Presidente Ljuiz Inácio Lula da Silva e advogado Rodrigo Tacla Duran (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Reprodução)


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 Demorou quase 24 horas para a Globo suspender a censura sobre o depoimento do advogado  Tacla Duran, que  aponta Sergio Moro e Deltan Dallagnol como extorsionários durante a Lava Jato.

 Aguardado por semanas, o noticiário do depoimento foi escondido nas páginas internas pela Folha e o Estadão. Nos veículos do conglomerado Globo, ele simplesmente não existiu.

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 Na mídia independente, como este 247, ele fez manchetes, recheou transmissões, conduziu o noticiário e as repercussões. Foi um dos principais assuntos das redes sociais.

 A Globo, que vinha sendo menos agressiva que o habitual neste início de governo petista, mudou nas últimas duas semanas.

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 É que Lula, na entrevista a este 247 e na declaração em Itaguaí, atacou Moro, chamando-o de volta aos holofotes.

 Tacla Duran, também sobre Moro, completou com um grão de sal, a semana do ex-juiz suspeito de Curitiba.

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 A Globo e toda a mídia lavajatista foi sócia íntima de Moro e Dallagnol nas tramas da Lava-Jato. Até hoje essa colaboração não foi assunto de autocrítica dos veículos envolvidos, o que já foi cobrado até pelo ministro Gilmar Mendes.

 Agora, ao contrário, bastou Lula na entrevista a este 247 desabafar com um palavrão pelo sofreu, manifestar emoção, lembrar do   desejo passado de vingança contra seu algoz, para o lavajatismo da mídia corporativa retornar com plena força.

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 Em Itaguaí, já reagindo a  um cheiro de conspiração midiática tipo Celso Daniel para vitimizar Moro e envolver o PT, Lula denunciou uma armação e mencionou mais uma vez o nome do tabu: Moro.

 Foi o suficiente para manchetes, reportagens, notas e colunas comporem uma romaria de críticas às vezes enfeitadas de conselhos imperativos: "Esqueça Moro, Lula" virou um clichê. Não mexa com o nosso Moro, sentenciavam em cascata os peritos de boas maneiras políticos. 

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 Agora, quando é Tacla Duran quem aponta para Moro e Deltan, o que antes era excesso vira subitamente proibição e silêncio.

 Está certo Lula de denunciar uma armação. Quando Moro entra no foco, afinidades criminosas levam a mídia lavajatista a usar o velho cachimbo.

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 Na última vez em que isso ocorreu, Lula foi proibido de ocupar a Casa Civil e Dilma acabou sofrendo um golpe. O ex-presidente ficou preso 580 dias e foi proibido de concorrer em 2018. Veio Bolsonaro.

 Não demorou para que algumas peças daquele período voltassem a se aproximar agora, ainda no começo do terceiro mandato. Como se obedecessem a uma natureza incorrigível, que insiste em assombrar o país e seu presidente.

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