O IDH brasileiro e Padre Cícero
No Brasil, religiosidade, política e negócios caminham de mãos dadas. O maior exemplo disso, hoje, é Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados
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Quase ao mesmo tempo em que os devotos comemoravam o início da reconciliação da Igreja Católica com padre Cícero Romão Batista, foi anunciado que o Brasil perdeu uma posição no ranking que mede o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) dos países, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas (ONU).
E quem tomou a nossa vaga foi o Sri Lanka. Nos últimos 30 anos, crescemos 36,4%. Os sinais de piora começaram a aparecer em 2014. Após anos de alta na renda média do brasileiro, houve uma queda nesse indicador em comparação com 2013.
A tendência é de que não haverá recuperação em 2016, especialmente por conta da crise política, da operação Lava Jato, que influenciam substancialmente na economia. E ninguém se engane. Essa conta será paga por aqueles que ascenderam de classe social e estão perdendo os empregos.
Mas essas questões da economia e da política certamente não vão atingir Juazeiro do Norte, terra de Padre Cícero Romão Batista. Muito pelo contrário. Após ser iniciado todo o processo de reconciliação da Igreja Católica, um importante passo para a reabilitação, o que deve ocorrer com a suspensão das punições sofridas pelo Padre Cícero há mais de um século.
Juazeiro, lá no Ceará, recebe quase 3 milhões de devotos por ano. É um dos maiores centros de romaria e religiosidade popular. Cresceu e se desenvolveu em torno da figura de "Padim Ciço", com hotéis, pousadas, restaurantes, bares, enfim, um forte comércio religioso.
Padre Cícero foi influente na vida política, social e religiosa do Nordeste desde o início do século passado. Foi prefeito de Juazeiro do Norte, foi eleito deputado federal, mas não tomou posse, e vice-governador do Ceará.
Bom, se em todos os anos governadores, prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais ajudaram a bancar a viagem de romeiros ao Ceará, a tendência é que esse apoio cresça ainda mais a partir de agora por dois motivos: o início da reconciliação e o calendário eleitoral. 2016 é ano de eleições municipais.
No Brasil, religiosidade, política e negócios caminham de mãos dadas. O maior exemplo disso, hoje, é Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados.
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