O Ibope e o que o povo quer?
Os especialistas agora estão debruçados sobre os dados da pesquisa. Avalia-se o porquê de o governo Dilma ser bem avaliado e ela perder pra Marina e vencer apertado com Aécio
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A pesquisa do Ibope divulgada ontem (26) traz alguns esclarecimentos e muitas dúvidas também, especialmente quanto ao que o eleitor quer e pretende para o futuro. Os números esclarecem e escondem algo.
Vejamos: na espontânea, Dilma Rousseff (PT) tem 27%, Marina Silva (PSB) 18% e Aécio Neves (PSDB) 12%. Na estimulada, eles ficam com 34%, 29% e 19%, respectivamente. E o principal é quanto à aprovação do governo petista. Ótimo, bom e regular somados dá 70%. Ruim/péssimo 27%. No quesito rejeição dos candidatos Dilma lidera com 36%.
A pesquisa também mostra que no segundo turno Dilma venceria Aécio - 41 a 35 por cento e perderia para Marina - 45 a 36 por cento. Os especialistas agora estão debruçados sobre esses dados. Avalia-se o porquê de o governo Dilma ser bem avaliado e ela perder pra Marina e vencer apertado com Aécio.
Acredito que um dos motivos é o desgaste de um partido criado a partir dos movimentos sindicais, intelectuais e classe média, prometendo mudanças e rompimento com tradicional política. Mudanças ocorreram. A vida de todos melhorou dentro de casa, mas não do lado de fora.
Com os políticos não, não houve rompimento, houve aliança para governar, além dos casos de corrupção. Portanto, o governo é bem avaliado, mas parece que o povo quer testar algo novo, diferente. O problema é que o que se apresenta não é novo.
O eleitor se envolve na disputa para o Executivo, não para o Legislativo. Daí não compreende que da forma como está instituído o sistema político brasileiro o governante é extremamente refém dos deputados. Tem que negociar espaço.
Marina foi petista, participou do governo Lula. Aécio Neves esteve no poder com FHC. Não são desconhecidos. Atacam o governo, mas não mostram propostas para mudar esse ou aquele programa. Não. Prometem melhorar e avançar.
Bom, sendo isso, por que então tanta rejeição a Dilma por um lado e por outro a aprovação da gestão? Acredito que o antipetista ficou mais contundente nas críticas. Já o petista viu que governar é dividir o poder, e isso tem custos sensíveis na imagem, na ação política e administrativa.
E o povo? Bom o povo parece dividido. Parece, também, tender a querer trocar pra avançar. Acha que já é muito tempo de poder do PT. De qualquer forma, sendo agora ou mais adiante, é forte e crescente o sentimento de que está na hora de trocar o partido com assento no Palácio da Alvorada.
Se o PT escapar nessa eleição, terá que fazer a leitura do futuro. E essa leitura passa por novos quadros, acompanhar e defender os desejos dos mais jovens e fazer a reforma política. Caso contrário, estará envelhecendo sem renovar o seu discurso. O momento é crítico.
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