O golpe paraguaio foi derrotado e a direita é o inimigo interno do Brasil

Quem não tem projeto de País e programas de governo para apresentar ao povo brasileiro e efetivá-los para melhorar a qualidade de vida da população, resta-lhe apenas apostar na demagogia, nos factoides

Quem não tem projeto de País e programas de governo para apresentar ao povo brasileiro e efetivá-los para melhorar a qualidade de vida da população, resta-lhe apenas apostar na demagogia, nos factoides
Quem não tem projeto de País e programas de governo para apresentar ao povo brasileiro e efetivá-los para melhorar a qualidade de vida da população, resta-lhe apenas apostar na demagogia, nos factoides (Foto: Davis Sena Filho)


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A verdade é a seguinte: quem não tem projeto de País e programas de governo para apresentar ao povo brasileiro e efetivá-los para melhorar a qualidade de vida da população, resta-lhe apenas apostar na demagogia, nos factoides como ações políticas e em acusações infundadas e maquiavelicamente direcionadas para sangrar politicamente a presidenta Dilma Rousseff. Tal processo dantesco tem o propósito de paralisar a governança e, com efeito, atingir também a moral de Lula, único ex-presidente no mundo que é combatido, sistematicamente, pela mídia empresarial nativa, bem como pela oposição de direita capitaneada pelo PSDB.

O Brasil há anos sofre com as peripécias e os arranjos dos udenistas, que estão presentes em todas as eras presidenciais e na história deste País, que se torna vítima de agruras impostas por uma direita alienígena, que faz questão de demonstrar aos quatro ventos não ter quaisquer compromissos com a Nação, porque irremediavelmente dissociada dos interesses nacionais.

Trata-se de um processo surreal, a tal ponto que os golpistas há um ano tem apenas como proposta apresentada à sociedade o golpe à moda paraguaia, sem se preocupar, entretanto, em transformar o Brasil de 210 milhões de habitantes, fortemente industrializado, dono de um mercado interno poderoso, além de ser a sexta economia do mundo, em um reles País terceiro-mundista, politicamente e institucionalmente anão, bem como envergonhado por ter uma casa grande provinciana e colonizada, que deseja o retrocesso político e o fim do desenvolvimentismo, porque considera o Estado um instrumento para alavancar suas riquezas e garantir seus benefícios e privilégios.

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O ódio da direita golpista é devido à perda do controle do orçamento federal, o Estado deixa de ser patrimonialista e, consequentemente, o clientelismo, que é a artimanha de controle do voto de cabresto e de gratidão, perde sua influência e, por sua vez, enfraquece o poder dos políticos coronéis, urbanos e rurais, bem como os midiáticos, que apostam no retrocesso, porque sonham com um Brasil pouco desenvolvido, com seu povo deseducado e sem instrução.

As tentativas de golpes contra uma presidenta legitimada pelo voto e que respeita o jogo democrático e as instituições republicanas são sintomas, recorrentemente, chauvinistas, como se fossem doenças, cujos enfermos sofrem de radicalismo ideológico e partidário e, por seu turno, tornam-se radicais que desprezam e combatem seus adversários, as minorias, as esquerdas, pois, irrefragavelmente, mitômanos, narcisistas e egocêntricos. Ponto..

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A direita, antes de tudo e de qualquer coisa, é narcisista, e, por conseguinte, possui um caráter egoísta, sectário e elitista. As elites, presentes nos setores públicos e privados, são moralistas, porque "éticas" de forma seletiva. Os conservadores não conseguem negociar, porque, para eles, a força do dinheiro e a individualidade é que contam para que se conquiste poder e influência, que, de acordo com o conservadorismo, estão intrinsecamente ligados à construção de uma sociedade onde a meritocracia adormecesse os conflitos de classe social e o que derivam de tais conflitos, a exemplo dos preconceitos raciais, culturais e de gêneros.

É por causa disto (que fique registrado o que eu afirmo, porque desejo que haja atenção para a conclusão deste pensamento) que as elites não conseguem cumprir com os acordos e os contratos sociais. Quando a casa grande se depara com derrotas eleitorais e, com efeito, seus interesses econômicos e políticos não são mais atendidos como antes, seus inquilinos ou agentes políticos e empresariais que defendem os status quo passam a apostar na ruptura democrática e institucional, o que, seguramente, coopera para fomentar crises políticas, que levam ao confronto, porque o propósito é inviabilizar o diálogo.

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A política é o território no qual se edifica o diálogo, a negociação entre os contrários e as correntes de pensamentos políticos e ideológicos antagônicos. Contudo, a política tem regras, que devem ser observadas, a começar pela Constituição e pelos estatutos das instituições republicanas. A verdade é que o candidato do PSDB e, portanto, da direita brasileira, não aceitou ser derrotado em uma eleição presidencial, bem como seu inconformismo e autoritarismo recebeu associados, a exemplo dos monopólios dos oligarcas midiáticos, de setores insubordinados e conspiradores da Justiça e do MP e da PF.

Além desses setores reacionários, quem realmente está à frente do movimento golpista são lideranças vinculadas ao grande capital privado, exemplificadas em Eduardo Cunha, Carlos Sampaio, Cássio Cunha Lima, Aloysio Nunes Ferreira, Paulinho da Força, Álvaro Dias, Rodrigo Maia, Agripino Maia, Ronaldo Caiado, Mendonça Filho, Roberto Freire, Jair Bolsonaro, dentre outros, que resolveram, por conta própria e total falta de compromisso com o País, tentar, ridiculamente e irresponsavelmente, transformá-lo em uma República das bananas, o que, evidentemente, não será tolerado pelas forças democráticas e legalistas do País. Afinal, a maioria dos brasileiros não é desprovida de bom senso, discernimento e juízo, como tem sido a conduta dos políticos de uma das direitas mais atrasadas do mundo, pois, sobretudo, herdeira da escravidão de quase quatro séculos.

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Agora o que se vê é que o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, está de joelhos e, como o mundo gira, aquele que se orgulhava de ser o algoz do Governo Trabalhista o procura para não ser cassado, pois cadáver político o deputado fluminense e do PMDB já o é. A desmoralização moral em vida é pior do que a própria morte biológica. Homens poderosos que tiveram suas imagens desconstruídas por causa da corrupção, mesmo a continuar a ter dinheiro, nunca mais recuperaram, integralmente, sua honra perante a sociedade. Está cheio de exemplos por aí...

O golpe foi derrotado, e a direita brasileira sabe disso. Todavia, creio eu, tal revés não servirá como aprendizado, porque a direita não aprende, pois seu DNA é o lucro, ou seja, manter seus privilégios e benefícios, estratificar em classes (castas) a sociedade e, obviamente, manter de forma indefinida e atemporal seu poder econômico, político e estatal. Porém, a luta pelo sossego, que para a burguesia é sentir seu interesse estável, o Estado tem de ficar sob seu controle, a fim de a casa grande mamar em suas tetas sem se preocupar em dividir o bolo.

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E por quê? Porque quem elabora e determina as políticas públicas são os políticos. Como o político de direita não pensa o Brasil e quer o povo ignorante e sem instrução, certamente que dominar e limitar a vontade de liberdade e o poder de reivindicação da maioria de uma sociedade se torna mais fácil e, por sua vez, usar as forças de repressão contra qualquer rebeldia se torna, ideologicamente para a burguesia e a pequena burguesia (classe média coxinha), uma "boa" ação.

O golpe paraguaio e de direita expirou seu tempo. Há um ano Aécio Neves e seus bate-paus estão a peregrinar pelos tribunais e Congresso. Suas intenções golpistas recebem as vestes de "legalidade" da imprensa de negócios privados dos magnatas bilionários sonegadores de impostos. Por causa disto é que eles são bilionários e fortes o suficiente para se contrapor a um governo constitucional vitorioso nas urnas e apostar em golpe de estado, porque golpe é golpe, seja pela força das armas ou por meio de chicanas jurídicas ou ardis parlamentares de políticos sorrateiros. O golpe paraguaio foi derrotado. A direita é o inimigo interno do Brasil. É isso aí.

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