O futuro do PT e a necessária reorientação política

Muitos de nós se embeveceram com a convivência com setores elitistas e seus salões refrigerados e deixamos de lado pautas que sempre estiveram no nosso horizonte e que transformariam a sociedade

Muitos de nós se embeveceram com a convivência com setores elitistas e seus salões refrigerados e deixamos de lado pautas que sempre estiveram no nosso horizonte e que transformariam a sociedade
Muitos de nós se embeveceram com a convivência com setores elitistas e seus salões refrigerados e deixamos de lado pautas que sempre estiveram no nosso horizonte e que transformariam a sociedade (Foto: Alberto Cantalice)


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A derrubada da Presidenta eleita Dilma Rousseff, por um golpe parlamentar, urdido pelas forças do grande capital nacional e internacional, respaldados na grande mídia e em setores do aparato de estado, do judiciário e do ministério público, desnudou o conservadorismo elitista e excludente que estava guardado nos armários dos poderes e na parte abastada da sociedade.

A assunção ao governo do ilegítimo Michel Temer veio acompanhada da pauta mais regressiva da história política brasileira. Ensaio geral dessa empreitada estava expresso no documento apresentado pelo PMDB intitulado “Uma Ponte Para o Futuro”, que, na verdade, reapresentava para a população o programa encabeçado pelo candidato derrotado Aécio Neves com o agravante de não ter sido votado pelos eleitores.

Para a consecução desse malfadado “programa”, exige-se a quebra de direitos conquistados ao longo dos anos, culminando em “rasgar” a Constituição de 1988, principalmente, no que concerne aos direitos e garantias individuais e coletivos. Soma-se a isso, a ruptura da legalidade democrática com a crescente criminalização de personalidades e dos movimentos sociais, tudo isso com a conivência ou omissão do Supremo Tribunal Federal, a quem cabe o papel de guardião da Constituição.

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Acresce, ainda a crescente partidarização e seletividade das investigações de casos de corrupção, querendo transmudar a realidade, colocando sobre os ombros do Partido dos Trabalhadores a pecha de corrupto, como se a corrupção tivesse iniciado sua escalada a partir de 2003 e não fizesse parte do panorama brasileiro desde o império, perpassando todos os poderes da república e da vida nacional.

Esse caldo de cultura levou o Partido dos Trabalhadores a colher a pior derrota eleitoral desde a sua ida ao governo central com a eleição de Lula. Seria desastroso de nossa parte “culpar” as ações dos adversários como a única causadora dessa derrota. Não reconhecer os equívocos e erros que cometemos, nesse trajeto seria o mesmo que querer “tapar o sol com a peneira”.

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Nesta semana em que haverá a reunião do Diretório Nacional do PT apresentaremos um conjunto de reflexões para tentar ajudar no debate sobre os rumos do Partido.

Temos que reavaliar em um balanço crítico e autocrítico a política de alianças que, na minha concepção, foi ampla em demasia, além da velha ilusão de classe que contaminou os membros do parlamento e da direção do nosso partido e do próprio governo, incluindo aí os presidentes Lula e Dilma que, ao optarem em não colidir com o verdadeiro sistema de poder, relegaram as reformas fundamentais para as “calendas gregas”.

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A opção pela prevalência da ação política no parlamento e no governo engessou o partido, criando um sistema de burocratização e institucionalização sem precedentes essa opção nos afastou dos movimentos sociais, tornando-nos prisioneiros da velha política que tanto combatemos.

Muitos de nós se embeveceram com a convivência com setores elitistas e seus salões refrigerados e deixamos de lado pautas que sempre estiveram no nosso horizonte e que transformariam a sociedade.

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POR ESSAS E OUTRAS PRECISAMOS MUDAR!

A melhor forma de manter a situação partidária no quadro trágico em que se encontra é personificar em pessoas as raízes da derrota. Na verdade, fruto do açodamento em que foi realizado o Quarto Congresso, vivendo a euforia das vitórias eleitorais, criou um sistema de direção frágil e de pouca experiência política.

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Não podemos ter na Comissão Executiva Nacional do partido membros que não tenham um mínimo de experiência de direção partidária ou de direção nos movimentos sociais. Ninguém aprende a ser dirigente político atuando no órgão máximo.

Sendo assim defendo que o Sexto Congresso do PT possa rever essas questões bem como, dar um novo rumo estratégico e tático no enfrentamento com os nossos adversários políticos.

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Temos que discutir o PED, Processo de Eleições Diretas que surgiu como uma correta ideia de aprofundamento da democracia interna e que foi ao longo do tempo se desvirtuando.

Também não podemos admitir que em um partido de massas como o PT se eleja as direções e se aprove a linha política para a quadra futura excluindo-se das decisões a imensa massa de petistas.

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A unidade do partido é a mola-mestra do futuro. Nenhum companheiro ou companheira, tenha a posição que tiver pode ser convidado a deixar as fileiras partidárias. O PT só tem a força que tem pela participação de figuras públicas e também de uma gama variada de militantes sociais que constroem o sonho de futuro no dia a dia.

Temos que ser ousados para que possamos volta a encantar corações e mentes e fazer o nosso país avançar incluindo.

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