O “Fico” e o “Saio” maranhense
A data de hoje será conhecida no Maranhão como o dia do "saio", numa demonstração de estratégia política dos Sarneys, que não conseguiram emplacar a candidatura de Luis Fernando
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Na semana passada (4), a governadora do Maranhão, Roseana Sarney, confirmou que ficará no governo até o dia 31 de dezembro deste ano. Ou seja, decidida, ela não cedeu à pressão do senador José Sarney, para se candidatar a uma vaga (considerada garantida) no Senado Federal, no intuito de "concluir as obras importantes do seu governo." Para os mais chegados, Roseana confessou que "está cansada da vida pública, mas que irá participar ativamente no processo sucessório."
Na contramão, o então ex-super-secretário e pré-candidato da família Sarney ao governo do Maranhão, Luis Fernando Silva, numa atitude inesperada, divulgou nota nesta segunda (7) desistindo da tão sonhada candidatura ao mais alto cargo do executivo maranhense.
Acontece que Silva (PMDB-MA), na pesquisa realizada pelo Instituto Data M no dia 2 de fevereiro deste ano, aparece com apenas 13% das intenções de voto, num esquisito segundo lugar, diante de 55,3% do pré-candidato Flávio Dino (PCdoB-MA), maior opositor do Clã Sarney na atualidade e favorito ao governo do Maranhão. Em terceiro lugar aparece a deputada Eliziane Gama (PPS-MA), com apenas 6,9%.
Como uma terceira via, Gama trabalha no sentido de despolarizar os votos dos contra e a favor da família Sarney, para conseguir levar as eleições para um segundo turno, e ser fatalmente cortejada, para o embate final.
Dia 4 ficou conhecido no Maranhão como o dia do "Fico", em alusão ao dia 9 de fevereiro de 1922, quando D. Pedro I, contra as ordens das cortes portuguesas, que exigiam sua volta à Lisboa, decidiu ficar no Brasil. Esse episódio culminou com a Independência do Brasil, em setembro do mesmo. Hoje (7), ficará também conhecido como o dia do "Saio", numa demonstração de estratégia política dos Sarneys, que não conseguiram emplacar a candidatura de Luis Fernando. E óbvio, não querem perder as eleições de outubro.
Porém, a governadora Roseana, num ato contínuo, já lançou a candidatura do senador Edison Lobão Filho (PMDB-MA), também conhecido como "Edinho", que é suplente do pai, o senador Edison Lobão, que vem a ser o ministro das Minas e Energia do governo Dilma.
Outra alternativa para a disputa ao governo maranhense seria a do ex-ministro do Turismo e cria da família Sarney, deputado federal Gastão Dias Vieira, que pleiteia, em suas viagens ao interior do estado, uma vaga ao Senado em outubro próximo.
Para alguns analistas no imenso tabuleiro das apostas, Gastão teria mais carisma e engajamento político do que "lobinho", que por outro lado, tem a força e o trabalho do papai, Ministro Lobão, que já foi governador do Maranhão, possui experiência e um grande curral eleitoral no estado.
Para quem não se lembra, Edison Lobão Filho foi aquele senador polêmico que retirou a palavra "ética" do novo regimento do Senado Federal e excluiu também do documento a obrigação para que os parlamentares apresentem, quando empossados, declaração de bens de seus parentes até o segundo grau. A medida buscava evitar os chamados "parentes laranjas" - familiares aos quais os parlamentares transferem parte de seu patrimônio, conforme veiculado matéria na da revista VEJA de 06 de agosto de 2013.
Resta-nos saber se o coringa Lobão Filho (PMDB-MA) vai ser realmente páreo para o dinossauro comunista da oposição balaia, que agora mais do que nunca subirá nas pesquisas e na intenção de votos do povo maranhense. Ou se nos 45 minutos do segundo tempo, D. Rose Sarney vai estrear a popularidade de Gastão Vieira para enfrentar o Flávio Dino (PCdoB-MA) nestas eleições. Só as pesquisas é que dirão!
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