O fantasma da realidade assombra Carluxo
"Os fatos respondem a Bolsonaro: sim, um filho seu pode ser preso. Qualquer cidadão, que comprovadamente delinqüa, pode ser preso", escreve o colunista Ruy Nogueira. "Contra os Bolsonaro conspira a realidade. Vale lembrar o velho ditado inglês: 'os fatos são muito teimosos'"
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A situação desandou perigosamente.
Bolsonaro, em live de 29 de outubro, gravada na Arábia Saudita, perguntou: "querem prender um filho meu?". Mostrava-se muito mais irritado que de costume. Já sabia, por certo, o que hoje revela o grande jornalista Kennedy Alencar, da CBN: a polícia do Rio de Janeiro trabalha com a hipótese do envolvimento direto do belicoso Carluxo no cruel assassinato de #Marielle, com quem havia tido violentos debates e, sequer, cumprimentava.
O filho histérico do capitão-presidente chegou a abandonar um de seus fetiches (publicáveis...), os abortos mentais nas redes da internet, apagando-os todos (ingênua e inutilmente, por sinal, já que salvos).
Os fatos respondem a Bolsonaro: sim, um filho seu pode ser preso. Qualquer cidadão, que comprovadamente delinqüa, pode ser preso. Ninguém está acima ou abaixo da lei em Pindorama, apesar de Moro, Dallagnol, Fachin, Carminha e etc...
Recordo agosto de 1954: o presidente Getúlio Vargas, um Estadista e não um miliciano, se viu refém de crimes alheios. Tentou resistir. O Marechal Zenóbio (Ministro da Guerra) abandonou-o covardemente, só Tancredo (Ministro da Justiça) e uns outros poucos valentes ficaram fiéis ao grande Presidente, entrincheirados no Catete (protegido por barricadas de sacos de areia e metralhadoras fixadas nas janelas, pateticamente).
Quando a “República do Galeão”, investigando o atentado à Carlos Lacerda, convoca Benjamin Vargas, o "Beijo" (que era um calhorda), para depor, o Doutor Getúlio intuiu que o irmão teria a prisão decretada enquanto ainda estivesse dentro das instalações da Aeronáutica, na Ilha do Governador. E, após ler a convocação que lhe foi mostrada na noite anterior, matou-se ao amanhecer. Os dois primeiros a invadirem seus aposentos e vê-lo agonizando, peito ensanguentado, nos lábios algo parecido a estranho sorriso, foram a filha Alzirinha e o leal Tancredo.
Tio Karl já nos ensinou que a história se repete como farsa ou tragédia. Mas na família miliciana jamais, nunca, em tempo algum, qualquer de seus integrantes leu nada além dos extratos bancários registrando o dinheiro sujo das “rachadinhas”.
Contra os Bolsonaro conspira a realidade. Vale lembrar o velho ditado inglês: “os fatos são muito teimosos”.
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