Os EUA e a OTAN, antes de detonar suas bombas nucleares, atacam a Verdade!
O ataque à Verdade é a antessala do bombardeio atômico, que será detonado pelos que usam a mentira como escudo
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É preocupante que os cidadãos do mundo, incluindo alguns pensadores pela humanidade, pacifistas, defensores da democracia e dos direitos humanos, não tenham ainda entendido que o alvo principal nesta guerra entre a Ucrânia e a Rússia é a Verdade. Concordo com o que disse o jornalista Jeferson Miola: “Na guerra, a primeira vítima é a verdade”.
O ataque à Verdade é a antessala do bombardeio atômico, que será detonado pelos que usam a mentira como escudo para encobrir a ganância capitalista, a prepotência imperialista e o consequente genocídio. O combate à Verdade, o envenenamento e a hipnose das mentes humanas são também o detonante de golpes de estado travestidos de golpe suave para saquear e matar. Há muitas verdades a conhecer para defender a integridade e a verdadeira soberania dos povos.
A verdade histórica
Basta ler a verdadeira história da humanidade para constatar que, até hoje, o único que deflagrou impunemente a bomba atômica sobre a população civil, destruindo Hiroshima e Nagasaki, já no final da segunda guerra mundial, às vésperas da rendição de Hitler, foi o EUA. Este, e os ditos aliados europeus, pousaram nas fotos dos livros escolares como os heróis do desembarque na Normandia, quando a URSS, ao dar a vida de mais de 2 milhões entre soldados e cidadãos russos e soviéticos na sangrenta batalha de Stalingrado (equivalente ao total de mortos da França, Inglaterra, EUA e Holanda juntos), e 27 milhões em todo o país, foi a força decisiva que derrotou o nazi-fascismo. Isto é indubitável para Putin e os líderes russos que, renderam homenagem ao Exército soviético recentemente em Moscou por ocasião do 75o. aniversário do dia da vitória contra o nazismo. No dia 17 de dezembro de 2021, foi a Rússia que propôs na Assembleia Geral da ONU uma Resolução sobre a luta contra a glorificação do nazismo. O documento se intitula: “Combater a glorificação do nazismo, neo-nazismo e outras práticas que contribuem a exacerbar as formas contemporâneas de racismo, discriminação racial, xenofobia e formas conexas de intolerância”. A resolução foi aprovada por 130 países, 49 abstenções, enquanto os EUA e a Ucrânia se opuseram.
Nem é preciso retroceder tanto no tempo, para ver que foi a OTAN, braço armado dos EUA na Europa e no mundo, que levou a criminosa guerra contra o Vietnã, invadiu e destruiu a Iugoslávia, a Líbia, o Iraque, o Afeganistão e apoia Israel, detentora de armas atômicas, contra o povo da Palestina. Foi a OTAN que rompeu os acordos com a Federação Russa (após a desintegração da URSS e o fim da dita “guerra-fria”); se armou de mísseis e bombardeiros até os dentes, e a circundou com bases militares, cooptando com os novos governos títeres, desmembrados da URSS. Basta saber que a OTAN tinha 12 membros antes da dissolução do Pacto de Varsóvia (entre a URSS e ex-países socialistas da Europa), e agora possui 30 membros. Os EUA possuem cerca de 800 bases militares espalhadas pelo mundo; inclusive a Inglaterra (que é membro da Otan) tem base nas ilhas Malvinas, por onde navega um submarino susceptível de portar armas nucleares, transgredindo a soberania territorial argentina e as normas da ONU, que determinam que a região é Zona de Paz e Cooperação no Atlântico Sul. Os mesmos que no parlamento argentino expõem cartazes pró-Ucrânia hoje, são cúmplices de Macri, hoje acusado de envio ilegal de um arsenal de armas para contribuir ao golpe que derrubou Evo Morales na Bolívia.
A verdade histórica não se pode apagar nos momentos de julgar as razões de conflitos tão graves que levam à intervenção armada da Rússia na Ucrânia com repercussão mundial e consequências imprevisíveis para a humanidade. Há que admitir que não há antecedentes de intervenção “imperialista” da URSS, e mesmo da Rússia, que continua sendo o cerne vivo do que foi a força propulsora da economia estatal planificada e socialista da URSS. Apesar dos retrocessos e limitações burocráticas posteriores à queda da URSS, incluindo o retorno de oligarquias, pode-se dizer que Putin não é um Eltsin. Putin é um defensor do que resta da ex-URSS. Não significa inexoravelmente que tenha as pretensões ou a força para recuperar a URSS. O acordo assinado entre a China e a Rússia é um novo fato histórico e muda enormemente a relação de forças mundiais a favor da recomposição do bloco socialista e das economias dos países chamados em vias de desenvolvimento na América Latina, Ásia e África.
Não é justo condenar a intervenção militar em Donbas e na Ucrania caracterizando-a como “invasão”, e nem ao Putin como Hitler ou Stalin. Mesmo o PC Russo, que é um opositor crítico interno, apoia a intervenção militar do governo russo, como desnazificação, desmilitarização necessária na Ucrânia. E não o fazem em nome do nacionalismo e nem da identidade russa. A estratégia nefasta dos EUA de usar o títere Volodymyr Zelensky para instalar bases da OTAN, e armar um ataque nuclear atingível a Moscou em 3 minutos, é inadmissível para o inteiro povo da Rússia, como da Ucrânia. Uma intervenção militar russa para autodefesa frente a uma ameaça de ataque nuclear na fronteira não é uma invasão, é uma ação preventiva, pela paz contra a OTAN que alimenta os Batalhões Azov.
Além disso, se em Donbas há fogo, e pedem socorro, não seria legítimo e moral “invadir” a casa vizinha para ajudar e evitar uma tragédia humana? Não se trata de uma questão de russos ou não. Os mesmos que acusam a Rússia de transgressão da legalidade internacional, destruíram a Iugoslávia, e agora, são os que ignoram a transgressão dos acordos de Minsk (2015). São os mesmos que usam a OEA para vigiar os “direitos humanos” mundo afora a ponto de justificar um Guaidó, instigador da violência num país como a Venezuela, onde há um governo democraticamente reeleito e que tem eliminado desigualdades sociais profundas. Certamente, a negociação no caso da Ucrânia é o caminho, mas a pacificação, sem prevalecer as garantias de segurança e a erradicação do mando nazista, não tem sustentação.
A Verdade midiática
Dado que a Verdade histórica, a dos livros, é muitas vezes conhecida somente pelos povos que a viveram diretamente, ou que têm a sorte de haver nascido numa sociedade alfabetizada, culta e organizada como a Rússia, ela é invisível para alguns extratos do povo brasileiro, latino-americano, ou até da Europa. Ela tem que ser pescada a gotas, nas TVs gestadas nos EUA ou no mar das fakenews das redes sociais. Estes passaram a deter o monopólio e o domínio mundial dos meios de informação e formação.
Portanto, não há que se assombrar que a Verdade é a principal vítima da guerra; esta, precede e é agredida diariamente durante a guerra das armas. Em poucos dias, Putin e os russos viraram monstros e assassinos emplacados em todas as manifestações “pacifistas” do planeta. A russofobia impera; a Rússia (que produziu para a humanidade uma das primeiras e mais eficientes vacinas anti-covid, a Sputnik-V) é país vilão e o anticomunismo virou moda. Não nos esqueçamos que mentiras, não somente midiáticas, mas encenadas, como a do ex-secretário de estado dos EUA, Colin Powell, contou com a cumplicidade da ONU; bastou a exposição do ridículo tubo de ensaio de “armas químicas” para incriminar Sadan Hussein. Assim, foram assassinados pela OTAN, dois presidentes honrados e progressistas: Hussein e Kadafi; e destruídos dois grandes países: Iraque e a Líbia. Assim foram saqueadas duas fontes de petróleo e recursos naturais.
A prova contundente de que a comunicação é uma arma fatal de guerra, é que a o primeiro alvo da OTAN ao bombardear a Iugoslávia foi a TV estatal desse país. Não é casual que a presidenta da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, dê ordens para vetar os canais de TV e meios de comunicação russos, a Sputnik e a RT (Russia Today). Desta forma, tenta combater as Verdades que fundamentam as razões da intervenção russa na Ucrânia. Veja Documentario RT TV e artigo da Sputnik. O engenheiro de telecomunicações Ariel Garbarz (UTN) num debate no canal C5N, na Argentina, alertou também sobre a ofensiva que farão os meios hegemônicos de poder através fakenews, sabotagens, apagões e ciberataques, sustentando os atos de guerra.
Além dessa tentativa de veto ser um atentado à liberdade de expressão, ao render-se às ordens da OTAN, os governos europeus cometem um suicídio com a sanção econômico-financeira à Rússia; e serão vítimas de uma crise energética brutal sem o gás russo, gerando-se uma crise social sem precedentes. A Rússia também sofrerá estragos na sua economia, mas serão amenizados pelos acordos com a China. Sua exclusão do sistema Swift, acarreta impactos negativos para todos. Mas, isso poderá acelerar o funcionamento do sistema alternativo entre russos, chineses e iranianos, baseado numa moeda alternativa ao dólar.
Acordo China-Rússia
O acordo entre a China e a Rússia, assinado por Putin e Xi Jinping, no dia 4 de fevereiro (2022), por ocasião dos XXIV Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim (boicotado pelos EUA), inicia uma nova ordem mundial, gera um terremoto nos centros de poder do capitalismo mundial, já em estado de decadência não restando mais que a indústria de guerra e um dólar sem lastro. Os acontecimentos na Ucrânia podem ser a repercussão dos primeiros abalos sísmicos. Transcrevo abaixo um dos pontos do acordo divulgado por Andrei Raevsky.
“A Rússia e a China se opõem às tentativas de forças externas de minar a segurança e a estabilidade em suas regiões adjacentes comuns, pretendem combater a interferência de forças externas nos assuntos internos de países soberanos sob qualquer pretexto, se opõem às revoluções coloridas e aumentarão a cooperação nas áreas mencionadas”. Ou seja, “A China apoiará a Rússia em seus esforços para impedir que os EUA/OTAN/UE transformem a Ucrânia em uma anti-Rússia ou derrube governos amigos da Rússia”. Da mesma forma, condenaram a nova aliança militar da AUKUS (Austrália-Inglaterra-Estados Unidos). “A China e a Rússia pedem que os Estados Unidos respondam positivamente à iniciativa russa e abandonem seus planos de implantar mísseis terrestres de alcance intermediário e curto na região da Ásia-Pacífico e na Europa. A China é solidária e apoia as propostas apresentadas pela Federação Russa para criar garantias de segurança juridicamente vinculativas de longo prazo na Europa”. “A Rússia não permitirá que os EUA cerquem militarmente a China; e a China não permitirá que os EUA cerquem militarmente a Rússia. A Rússia e a China estão de costas um para o outro e se protegerão, frustrando assim qualquer plano da Anglo de cercar uma ou ambas as nações”. O compromisso é bastante forte. Inclusive a Rússia apoia o princípio de “Uma só China”, “confirmando que Taiwan é uma parte inalienável da China e se opõe a qualquer forma de independência de Taiwan”. ... “as relações entre a Rússia e a China são superiores às alianças políticas e militares da era da Guerra Fria”. “Rússia e China decidiram estabelecer uma verdadeira ‘amizade que não conhece limite’, que é uma irmandade muito maior em escopo e muito mais profunda por natureza do que qualquer aliança formal”.
Portanto, a intervenção da Rússia na Ucrânia não é produto da “loucura de Putin”. É uma conclusão de um processo longo e real que circunda a região eurásica. À França, Alemanha e Itália só restam duas opções: ou sucumbem aos mandos dos EUA e da OTAN, ou aceitam a golfada de gás e ar que lhes traz o Cinturão e a Rota da China. O alerta russo a esta situação na Ucrânia já vem desde os acontecimentos de 2014 em Maidan, com conhecimento da ONU, ao longo de 8 anos, causando mais de 14 mil mortos, incluindo a repressão ao Partido Comunista e sindicatos. O vídeo da RT (TV russa) sobre os bombardeios a civis em Donbas por militares e milícias nazistas ucranianas são de 2019. Vale ver o que diz Pepe Escobar sobre o que antecedeu o atual conflito.
Perspectivas
Não há sentido limitar o debate sobre um acontecimento mundial que incide nos ritmos e perspectivas dos processos nacionais, evitando emitir posições em função de resultados eleitorais de 2022. Pouco importa discutir o aumento do rating de Bolsonaro após a pseudo-neutralidade no caso Ucrânia-Rússia. Não surpreendem falas erráticas e contraditórias de Bolsonaro, sem o apoio de Trump, abandonado pelos globalistas norte-americanos de Biden, que optam agora por investir na centro-direita ou terceira via no Brasil. É hora das forças progressistas e da esquerda, combater as mentiras midiáticas, debater as narrativas que conduzem ao pacifismo abstrato e à neutralidade. Para quê serve a neutralidade dos que tiveram posições firmes contra as vacinas e a pandemia? Para quê serve os que pregam a paz se é para sustentar regimes nazistas criminosos, ou mesmo “democráticos”, como no Brasil, com milhões de famintos, sem teto, e abaixo da linha de pobreza?
É hora de expor claramente o que é a violência contra um povo e como se chega à paz verdadeira. É hora de mostrar que no Brasil temos dezenas de Donbas quando se fala de desrespeito aos direitos humanos vitais e soberania de um povo. É hora também de que o futuro governo Lula tenha um grande projeto de comunicação pública, de apoio às mí dias comunitárias e independentes, de transmissão da Telesul e RT russa, para que a Verdade seja conhecida, sem novos Maidans, como a ex-presidenta Dilma experimentou com as jornadas de junho-2013; evitar primaveras ucranianas, novos Bolsonaros, ou qualquer presidente neonazista disfarçado de palhaço. A Rússia e a China devem fazer-se conhecer, através dos canais como RT-TV ou Telesul, pela sua grandeza sócio-cultural-científica como sociedade humana, mais que pela sua capacidade competitiva econômico-industrial. A China e a Rússia, são mais que seus produtos eletrônicos, de super-mercados ou armamentos. São Olimpíadas, esporte, arte, ciência espacial e relações humanas superiores. Sem meios de comunicação pela Verdade, torna-se mais difícil vencer a guerra das armas.
De toda forma, não só russófobos, ou nazistas embandeirados pró-Ucrânia se manifestam. No Parlamento francês, como no Bundestag alemão acabam de ocorrer protestos de parlamentares contrários às resoluções dos respectivos governos de enviar armamentos de suporte à Ucrânia, dado que esta ainda não pertence à OTAN. E no Brasil, em algumas cidades, como anunciou o Rui Costa Pimenta na TV247, o PCO prepara manifestações de apoio à Rússia diante das suas embaixadas.
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