O esquema no DF e o silêncio dos empresários
Entidades de classe como a CNI e a 'combativa' Fiesp cumprem um silêncio sepulcral. Não há manifestação alguma sobre as revelações da imensa relação promíscua entre setores do empresariado, o governo Michel Temer e os seus ministros e um grande número de deputados e senadores de quase todas as siglas
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Durante o processo que culminou com o afastamento da presidente Dilma Rousseff, lideranças de alguns setores da indústria, do agronegócio e do sistema bancário se manifestaram, como uma boiada, a favor do processo de cassação.
Muitos ajudaram, inclusive, financeiramente na estrutura dos protestos de rua, propaganda paga na imprensa e na guerra travada nas redes sociais.
O raciocínio lógico posterior era de que a mudança da chefe do Executivo levaria esses setores a continuarem cobrando uma nova relação com o governo federal e com o Congresso Nacional. Mas nada disso ocorreu.
Entidades de classe como a CNI e a 'combativa' Fiesp cumprem um silêncio sepulcral. Não há manifestação alguma sobre as revelações da imensa relação promíscua entre setores do empresariado, o governo Michel Temer e os seus ministros e um grande número de deputados e senadores de quase todas as siglas.
É como se nada do que existe no casamento infeliz entre o público e o privado tenha relevância para os seus negócios. Quando interessa e são contrários ao governo do momento, reclamam do excesso e dos altos impostos cobrados e da interferência do Estado na economia. Mas é somente isso.
O cerne da questão, a corrupção que limita o crescimento de novos empresários, as negociações com parlamentares por medidas provisórias e projetos de lei não há reclamação, muito menos uma luta de classe contra a extorsão a que são submetidos ou, ao que parece, grandes interessados, pois são beneficiários diretos dos esquemas.
Não se escuta um grito forte de revolta da indústria da construção civil, por exemplo, ou da indústria naval, cujas empresas sangram empregos na conjuntura atual.
Serão todos eles vítimas ou compadres de todo o esquema montado e alimentado entre empresas, campanhas eleitorais, partidos, deputados e senadores?
Será que alguém do mundo dos negócios vai gritar por transformação nessa relação?
Ou sentem falta do contato de um líder dentro do Congresso com o peso de um Eduardo Cunha?
O fato é que a elite empresarial brasileira gosta apenas é do seu bananal com menos direitos trabalhistas e investimentos sociais.
Faltam lideranças no setor que pensem em grandes transformações.
Portanto, "viva a banana, viva o bananeiro, viva o banana!"
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