O discurso do decano Celso de Mello e o louvor ao golpe de estado

Dizer que a "suprema" corte – suprema em que mesmo? Nas divindades que se assentam em retângulo para abençoar o golpista e o golpe? – é guardiã da Constituição é subir ao píncaro do deboche e da falta de respeito à democracia



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Querido Educador Clério Kayoso< Juiz de Fora, MG

Ontem, dia 05 de outubro de 2016 foi o Dia da Constituição.

Esse dia poderia ser festejado com celebrações democráticas, muita festa, samba, carnaval, pinga e enorme alegria.

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Mas não. Não poderíamos celebrar os 28 anos de aniversário de nossa Constituição Cidadã e democrática.

Nossa Constituição foi rasgada, pisada, escarrada e reduzida a escombros litúrgicos pelos golpistas.

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Na Câmara dos Deputados insanos e coveiros constitucionais negaram o espírito de nossa Carta Magna ao iniciarem, sob o comando de um safado, sujo, ladrão e dizimista, o "seo" Eduardo Cunha, o protagonista do golpe e amigo de MiShel Temer, a marcha do golpe, consolidado por 61 canalhas no Senado.

Este aniversário da Constituição virou luto e pranto porque o golpe iniciado pelo bando de traidores, verdadeiros quintas colunas do imperialismo e da casa grande, fizeram da Constituição latrina do que suas mentes expelem sobre o povo brasileiro.

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Triste foi o dia 05, quando nossa Constituição e o seu capitão Ulysses Guimarães foram lembrados apenas de modo fingido, sarcástico e safado!

O STF se superou na encenação da falácia, do sofisma mentiroso, como anteparo do golpe e da traição à Constituição.

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A presidenta Cármen Lúcia recepcionou o traidor golpista e o tratou com a dignidade imerecida devida aos verdadeiros Presidentes da República, eleitos pelos votos democráticos do povo brasileiro.

Triste sena transmitida pela TV Justiça, o STF fingindo-se de morto diante do golpe, dos golpistas e dos traidores, chamando o golpista na presidência de constitucionalista.

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O decano ministro Celso de Mello, aquele que apoiou a falaciosa teoria do fato – que poderia ser intitulada de doutrina da enrolação, da manipulação, da mentira e do princípio do golpe – e participou das estripulias do apelidado mensalão, verdadeiro espetáculo da mídia, esta sim autêntico STF da canalhice, da mentira e das manipulações da opinião pública, conseguiu se superar num discurso "abençoador" do golpe e do golpista.

Causou-me asco ver e ouvir o ministro louvar altissonantemente a instituição de que participa, repetindo num pequeno discurso tantas vezes as palavras "suprema" e "corte".

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Numa conjuntura de terra arrasada do Brasil. com milhões de trabalhadores sem emprego, às portas da fome e os que ainda trabalham com seus direitos absolutamente ameaçados, causa mal estar o exibicionismo do ministro e seus altos salários obtidos em pleno processo golpista.

Dizer que a "suprema" corte – suprema em que mesmo? Nas divindades que se assentam em retângulo para abençoar o golpista e o golpe? – é guardiã da Constituição é subir ao píncaro do deboche e da falta de respeito à democracia.

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O STF, por acaso, guardou com coragem e soberania nacional os direitos constitucionais de Olga Benário quando foi deportada pelo bandido, torturador e assassino nazista Filinto Müller?

Não, o decano não conhece a história da barbárie no Brasil, apoiada por sua "suprema corte". Sua suprema corte foi covarde, omissa, alienada e traiçoeira quando por maioria condenou à morte uma das mais belas e inteligentes mulheres brasileiras – embora alemã de nascimento.

Como se comportou a auto louvada suprema corte quando o golpe civil-imperialista-militar de 1964 assombrou a democracia brasileira e nos fez passar pelos piores anos de chumbo?

O decano se esqueceu, mas o STF foi um dos primeiros a se curvar para lamber as botas dos ditadores, que fizeram do Estado brasileiro aparelho terrorista e assassino da liberdade.

E agora com o golpe parlamentar? Novamente o STF cumpriu papel solerte, covarde e traiçoeiro. Omitiu-se diante das desordens do dizimista corrupto Eduardo Cunha, sem mover nenhuma palha contra sua falta de respeito à substância constitucional.

No Senado a "suprema corte" participou e até presidiou o golpe com o ministro Ricardo Lewandowski à frente, que nada fez para denunciar o cadafalso a que foi conduzida a democracia, enforcada pelos canalhas corruptos, investigados, fichas sujas e imorais que votaram a favor do golpe num impeachment sem crimes, como pura manobra golpista.

Que guardião da democracia é o STF ao permitir que um juiz de primeira instância, como filho mimado, dobra a República no exercício de um uma justiça caolha e seletiva, em flagrante faturação da Constituição e da verdadeira justiça?

Que guardião da Constituição é um STF que se encolhe diante de promotores e procuradores espetaculosos que fazem festa ao destruir a honra de cidadãos brasileiros?

Que cinismo e ignorância são as que levam um ministro da "suprema corte" a ignorar, a se omitir vergonhosamente diante do que os golpistas fazem com nossa soberania nacional ao doarem e leiloarem o pré-sal e a destruírem nossa Petrobras?

Não, meu caro Clério, não vejo nenhuma missão guardiã na "suprema corte" do decano Celso de Mello.

Pelo contrário, vejo os guardas dormindo, por um lado, e, por outro, os vejo coniventes e apáticos diante da Pátria entregue aos ladrões e vampiros do sangue de nossa classe trabalhadora e de nosso empresariado produtivo.

Sinceramente, quando vi o golpista MiSchel Temer sentado à mesa da presidência do Supremo Tribunal Federal do Brasil senti vergonha, nojo e revolta com o ponto tão baixo a quem chegou nossa decantada suprema corte. O discurso do decano que ouvi e li, então, me fez ingerir remédio para o estômago.

Como podem os guardiães beijar as mãos do golpista? De mesma forma, como podem as forças armadas, que também se arrogam e defensoras da Constituição, bater continência a um usurpador e golpista que se fez indignamente seu comandante supremo?

Meu Deus, que vergonha! Quanta baixaria suprema! Quanta humilhação da democracia, do Brasil e do nosso povo!

Não há alternativa senão no levante popular através das grandes mobilizações de Norte a Sul, de Leste a Oeste. Ninguém é mais capaz de guardar os direitos constitucionais do que o povo a eles agarrado. Não são os deuses do olimpo das cortes que nos defendem. Aqueles só fazem discursos empolados e nada mais.

Sou também cristão ao abominar profundamente Judas, o Iscariotes, seus devotos e seguidores. Fora Temer!

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