O difícil, mas imprescindível processo de sair da Caverna

Os que se prestaram ao papel não suportam admitir que não o fizeram contra a corrupção, mas única e exclusivamente por ódio a um dos maiores partidos políticos da América Latina. O partido que produziu os maiores avanços econômicos e sociais da história deste País

11/08/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato fora temer. Foto: Guilherme Santos/Sul21
11/08/2016 - PORTO ALEGRE, RS - Ato fora temer. Foto: Guilherme Santos/Sul21 (Foto: Enio Verri)


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Desde a instalação do Mensalão, em 2005, a nação brasileira começou sua aventura de sair da Caverna que lhe impedia de enxergar como a política é feita, aqui e no mundo, e o que ela tem a ver com isso. Infelizmente, o processo tem no seu componente um ódio construído conta a política, sendo o Partido dos Trabalhadores (PT) o objeto odiado. Mas isso não lhe tira o mérito de fazer essa nação engatinhar rumo à sua politização.

Somos uma nação cujos alicerces são um tipo de massa feita de privilégio de poucos, muita injustiça e sangue, acobertados por um cínico silêncio imposto pela elite detentora na narrativa da história. Desde o primeiro golpe, em 1889, até o de 2016, o povo brasileiro assiste a tudo, "bestializado". Nesse sentido, é compreensível ver grupos que pedem a volta da ditadura militar, ou mesmo pessoas que se dispõem a se vestir de verde e amarelo e a bater panelas contra um governo legitimamente eleito.

Os que se prestaram ao papel não suportam admitir que não o fizeram contra a corrupção, mas única e exclusivamente por ódio a um dos maiores partidos políticos da América Latina. O partido que produziu os maiores avanços econômicos e sociais da história deste País. Admitir isso dói e os faz se afogar num mar de ressentimentos. Agora, por conta do seu ódio de classe, suprimiu-se a democracia e as leis que a regem.

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Somos alimentados, diuturnamente, por uma imprensa com lado definido no campo da elite. O resultado são pessoas vociferando frases feitas e exaustivamente repetidas por parte dessa imprensa, sem uma gota de conteúdo razoavelmente verificável. O argumento é o berro, o dedo na cara, o xingamento a qualquer pessoa que pense o contrário. O bebê ainda não consegue formular frases inteiras e conexas, estamos na fase gutural, do tatibitate da politização.

A conjuntura não é nada amistosa. Somos bebês políticos irascíveis e truculentos. As crises política e econômica e uma série de erros e abusos de órgãos de fiscalização e controle revelam o derretimento do golpe de Estado, em praça pública. Os manipulados estão ressentidos, com vergonha e indignados por terem sido usados pela mídia à serviço da elite, ou seja, dela mesma.

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Como somos imaturos politicamente, não assumimos o erro e realimentamos o rancor contra quem está do lado justo da História, por atos irrefletidos. O encontro entre os dois lados nunca é confortável. Os manipulados procuram fugir do debate: fecham-se em silêncio, ou se dizem apolíticos e não parlamentam.

O silêncio é a falta de informação e a segunda opção é um ledo e confortável engano. Para tirá-los do conforto, Aristóteles foi definitivo ao classificar o Homem como um "animal político". Não temos opção entre ser e não querer ser. Negar esta condição é o mesmo que uma vaca se negar a comer capim e produzir leite.

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O trabalho é árduo, mas necessário, caso a justiça social e a soberania sejam do interesse desta nação. O sol deve cegar, como disse o poeta, "o medo nos olhos de quem foi ver tanta luz". Nesse sentido, enfrentar o debate com respeito e amor são condição sine qua non para derreter a ignorância política e trazer para o campo da razão aqueles que não têm medo da luz. Avante.

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