O difícil dilema (da oposição) de eleger as mesas do Congresso Nacional
Demarcar posição (e estar, mais uma vez, fora de combate) pode significar, simplesmente, deixar o caminho livre no parlamento para todos os setores associados ao "ou o inverso disso" e todas as consequências na vida de quem a oposição pensa estar protegendo quando discursa "contra o golpe"
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A oposição está às turras sobre como se comportar diante da eleição das mesas diretoras do Senado e da Câmara.
Refém da narrativa do rompimento da ordem constitucional, divide-se entre polarizar com o governo e ser alijada de comissões e funções estratégicas nas duas casas ou compor com a base governista, conquistar tais espaços, mas acumular desgastes com uma parcela da sociedade que se embala na narrativa do golpe.
Mas, antes de tudo, há de se saber que o Congresso Nacional é um espaço de produção legislativa, que expressa um jogo de forças social e parlamentar. Dele saem mais direitos, aperfeiçoamento deles, incentivos à novas oportunidades, regulamentações à falhas de mercado (ou excessos dele) ou o inverso disso. Para simplificar.
Para qualquer um destes lados, com as devidas gradações, neste tabuleiro, ocupar tarefas de poder na condução das casas e nas comissões que analisam os projetos de lei, emendas constitucionais e medidas provisórias, é fundamental.
Para qualquer um destes lados, estar em espaços estratégicos no parlamento é imprescindível para ser player da gestão do sistema político (inclusive de eventuais mudanças nele).
Demarcar posição (e estar, mais uma vez, fora de combate) pode significar, simplesmente, deixar o caminho livre no parlamento para todos os setores associados ao "ou o inverso disso" e todas as consequências na vida de quem a oposição pensa estar protegendo quando discursa "contra o golpe". Ou pior, todas as consequências na vida de quem a oposição pensa estar angariando apoio quando discursa "contra o golpe".
PS.: Esta reflexões valem para eleições de mesas de assembleias legislativas e câmaras municipais.
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