O dia seguinte à avacalhação do 7 de Setembro
"As próximas pesquisas dirão se os atos pró-Bolsonaro causaram algum impacto na disputa. Não acredito que Bolsonaro tenha avançado", diz Bepe Damasco
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Se a justiça eleitoral não punir severamente Bolsonaro por flagrante abuso de poder político e econômico ao sequestrar o 7 de Setembro e transformá-lo em um grande comício eleitoral, a campanha de 2022 estará definitivamente manchada.
Vamos conferir como o TSE reagirá às ações neste sentido que serão apresentadas, não só pelos advogados da campanha de Lula, mas também por outros candidatos à presidência da República.
Não serão poucas as vozes, no entanto, que se levantarão para que Bolosonaro fique impune. Ontem mesmo, na GloboNews, o comentarista político Gerson Camarotti pregava cautela, para evitar a “vitimização de Bolsonaro.”
Ora, foi justamente devido a esta lógica que chegamos até aqui, com Bolsonaro afrontando a nação ao cometer crimes em série e permanecendo fora do alcance da justiça.
Sobre os possíveis impactos políticos das manifestações, é certo que as imagens serão fortemente exploradas pela campanha bolsonarista, em especial na televisão. A ideia é disseminar a narrativa segundo a qual quem tem apoio popular é Bolsonaro e que as pesquisas mentem.
As próximas pesquisas do Datafolha e do Ipec dirão se os atos pró-Bolsonaro causaram algum impacto na disputa. Cito os dois institutos porque entrevistam um grande número de pessoas de forma presencial, abrangem uma quantidade maior de cidades, em todas as regiões do país, e têm um nome de mercado a zelar.
Pode que ser que eu me engane, mas não acredito que Bolsonaro tenha avançado. Com toda a exposição de mídia que teve, no máximo, crescerá residualmente uns pontinhos dentro da margem de erro. E por dois motivos essenciais: ele pregou para convertidos e não foi capaz de falar para fora da bolha de apoiadores fanatizados.
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