O desrespeito ao Estado e o desrespeito do Estado
Há um bom tempo que o poder público – estado e município - está distante das comunidades que mais precisam dos seus serviços nas áreas de saneamento, saúde, educação e segurança
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As cenas de guerra urbana registradas no Conjunto Colibri, em Maceió, pareciam cenas de um filme. Renderam ótimas imagens para os jornalistas. Estes foram vítimas de ameaças e até um veículo da imprensa foi destruído, embora estivessem presentes apenas para relatar os fatos.
Mas por trás do ocorrido – e sem qualquer julgamento sobre a ação da polícia que desencadeou naquela reação desproporcional – fica claro que há um poder paralelo dominando regiões na capital alagoana.
Os relatos sobre a presença de pessoas da comunidade fortemente armadas é a comprovação. Há um bom tempo que o poder público – estado e município - está distante das comunidades que mais precisam dos seus serviços nas áreas de saneamento, saúde, educação e segurança.
Como inexiste espaço desocupado, grupos criminosos surgiram, cresceram e se reforçaram funcionando de maneira organizada como uma empresa. Lá eles governam. E como objetivam o lucro, enfrentam quem se dispor a enfrentá-los.
O Estado desrespeitou os mais pobres, estes agora desrespeitam o Estado. E não adianta usar como justificativa apenas que a questão da violência é nacional, porque é. No entanto, más administrações espalhadas pelo País deram espaço para o crescimento de tamanho poder paralelo.
Uma grande e grave omissão da classe política e dos gestores públicos aqui e alhures.
Talvez, pelo nível da classe política brasileira, esteja na hora de acolhermos uma ideia defendida por intelectuais e alguns poucos políticos, que é o de limitar que um político eleito possa ser reeleito para o mesmo cargo apenas uma vez.
Funcionaria assim: um deputado estadual eleito e reeleito após a conclusão do segundo mandato poderia concorrer, naquela eleição, ao cargo de deputado federal, senador ou governador. Essa regra funcionaria para os demais cargos e assim sucessivamente.
Dessa forma, abriria espaço para outros nomes, evitaria a profissionalização de políticos e clãs familiares. Talvez assim trabalhassem mais, fossem mais ágeis nas votações e efetivamente exercessem o poder.
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