O cavalo de tróia que não funcionou como queriam os ‘gregos’

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Luiz Paulo Dominguetti, que se diz empresário e representante da Davati Medical Supply, empresa que também se diz intermediária da AstraZeneca para venda de vacinas para o governo brasileiro, foi um cavalo de tróia que o governo preparou para derrotar a CPI do genocídio, mas que não funcionou como queriam os ‘gregos’.
Dominguetti, em entrevista à Folha de São Paulo, denunciou ter recebido proposta de propina de US$ 1 por dose de vacina em troca de fechar contrato de 400 milhões de doses, com o Ministério da Saúde, motivo que o levou à CPI.
Segundo Dominguetti, a propina partiu do diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, o exonerado Roberto Ferreira Dias, e do coronel Marcelo Blanco da Costa, então diretor substituto do Departamento de Logística, em encontro em um restaurante localizado em um shopping de Brasília.
O depoimento de Luiz Paulo Dominguetti é contraditório. Disse que tinha acordo verbal, não contratual, com a Davati, para tratar sobre importação de vacinas.
Que empresa enviaria um representante, não registrado, para tratar junto a um governo, a negociação de quatrocentos milhões de doses de vacinas? Que governo sentaria em um restaurante para tratar de assunto tão importante e fundamental para a saúde de seu povo?
Em determinado momento do depoimento, Luiz Paulo exibiu áudio do deputado Luis Miranda, o mesmo que denunciou fraude ao presidente Bolsonaro que nada fez, onde o deputado aparece falando de um negócio supostamente ilícito.
Dominguetti afirmou que Miranda tratava da negociação sobre vacinas, o que levou o deputado ao cartório registrar o áudio: “Eu estou no cartório agora, da Asa Norte, fazendo uma ata notarial dessas conversas, para comprovar que a relação é lá de setembro, de setembro e outubro de 2020. Tratava-se de uma aquisição de luvas para o mercado interno americano” – assegurou Miranda.
Ao que parece, Luiz Paulo Dominguetti, que também é policial militar bolsonarista, recebeu a missão de tumultuar os trabalhos da CPI. Seriam suas atribuições, jogar a responsabilidade para cima dos funcionários do ministério da saúde tirando o foco do andar de cima do Planalto, e desqualificar o depoimento dos irmãos Miranda que pode indiciar Bolsonaro por prevaricação, abrindo caminho para o impeachment.
O ex-comandante da PM de Minas Gerais, coronel Giovani Silva, atual presidente da FUNASA, entidade ligada ao ministério da saúde, é próximo de Luiz Paulo Dominguetti, o que desmonta a narrativa de que nada tinha a ver com o governo. Estamos diante de um esquema militar de corrupção sem precedentes na história da república.
O que ficou esclarecido é o que o governo recusou a compra de vacinas lícitas como a Pfizer e AstraZeneca, para negociar bilhões em verbas públicas por baixo dos panos, em detrimento de centenas de milhares de mortes que poderiam ser evitadas se o governo fosse minimamente humano.
Em dezembro do ano passado, Bolsonaro desafiou a imprensa: “Me chama de corrupto, porra”. Muitas verdades virão à tona nessa CPI, que vai mostrar ao Brasil como o militar Jair Messias Bolsonaro faz política.
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