O castelo da fantasia começa a ruir
Sérgio Moro desmorona e a imprensa parece não saber ao certo o que está acontecendo. Alguns poucos jornais divulgaram o vazamento das conversas, suas repercussões, bem como os pronunciamentos oficiais. Se foi pela nova tecnologia a forma de fazer a velha política, é também pelos meios eletrônicos que se revela a podridão que sustentou os acontecimentos políticos dos últimos três anos
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Sérgio Moro desmorona e a imprensa parece não saber ao certo o que está acontecendo. Alguns poucos jornais divulgaram o vazamento das conversas, suas repercussões, bem como os pronunciamentos oficiais. Se foi pela nova tecnologia a forma de fazer a velha política, é também pelos meios eletrônicos que se revela a podridão que sustentou os acontecimentos políticos dos últimos três anos.
A postura do agora ministro, de terno e gravata, em evento esportivo, é, pois, análoga ao que os ditadores do passado, europeus e latinos, faziam quando a desgovernança estava instalada. Uma pantomima para esconder a gravidade da situação, quando o juiz passou a ser o protagonista de julgamentos. Ao menos o STF dá sinais de que foi incomodado com a questão, ainda mais que um dos ministros se revelou diretamente envolvido. Vamos ver o quanto de Justiça – em maiúscula – resultará dessa história.
O juiz sem moral se comprovou mais ainda nas mensagens vazadas, provando do próprio veneno ilegal que utilizou para condenar Lula e eleger Bolsonaro. Mas a demência impera e o criminoso é, até agora, mantido no governo e condecorado como cortina de fumaça. A greve geral convocada e o apoio a ela por alguns veículos e instituições talvez sejam o estopim da derrocada dessa malta que se instalou em Brasília. No entanto, não bastará a tempestade passar, pois os ventos que a alimentam continuam estocados na histórica casa-grande.
Da mesma forma que não foram os políticos e o STF que minimizaram as manifestações 'a favor do governo' do mês passado, como foi repercutido: elas é que foram mínimas. Apesar de grandes, ficaram muito aquém do que preconizava o governo que as convocou e a menção a elas na internet. Ou seja, os robôs que movimentam os bolsonaristas não se materializaram em pessoas nas ruas. Ao menos por enquanto, política é feita por gente de verdade, ausente, por certo, entre os que se acastelaram em Brasília para comandar o País.
A primeira consequência da revelação da promiscuidade entre juiz e promotores é a perda de apoio para tocar o estapafúrdio projeto do ministro-bandido sobre o 'combate à criminalidade'. No que pese a marcante diferença ideológica dos diferentes governos representados por seus ex-ministros da Justiça e da Segurança Pública, o artigo por eles assinado possui a lógica como característica fundamental ("Carta aberta pelo controle de armas", Folha de S. Paulo de 4/6). O desarmamento como elemento para combate à violência é questão pacífica por quem estuda – e pratica – o assunto. Porém, repito, no governo que aí está, tanto a lógica quanto o estudo são ausentes, e, portanto, não vejo a sensibilização ou denúncia como instrumentos para a mudança de rumos. Ao que tudo indica, somente uma disruptura poderá trazer o Brasil de volta ao caminho da paz social que lentamente estava trilhando.
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