O canto de torcida organizada fascista de Israel nos coxinhatos brasileiros
Os organizadores dos coxinhatos golpistas do Brasil, contra o PT e a esquerda, se inspiraram nos cantos da “torcida de futebol mais racista de Israel”, do Beitar Jerusalem
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Por Juca Simonard
Com quatro anos do golpe de Estado contra Dilma, neste 31 de agosto de 2020, é bom lembrar um pouco dos coxinhatos organizados pela burguesia brasileira e internacional para legitimar o processo de usurpação.
Todos sabem que os que foram às ruas pedir a derrubada do governo petista são hoje a base do bolsonarismo. Isto é, em sua maioria eram núcleos de extrema-direita, organizações financiadas por capitalistas estrangeiros (como o MBL) e setores da classe média mobilizada pela imprensa. Em outras palavras, os coxinhatos de 2015 e 2016 foram uns dos marcos para o desenvolvimento do fascismo no País.
Com comprovação da participação dos Estados Unidos, através do FBI, na Operação Lava Jato, já não há mais dúvidas de que o golpe foi financiado e estimulado pelo imperialismo. Naqueles “atos” - que mais pareciam micaretas de ricos histéricos - a bandeira dos EUA e de Israel já estavam presentes, pois, apesar de se apresentarem como patriotas, com suas bandeiras e camisas verde e amarelas, os coxinhas brasileiros odeiam o Brasil e o seu povo.
De qualquer forma, é um erro acreditar que os EUA e Israel (principal país de apoio à política imperialista norte-americana no Oriente Médio e antro do fascismo na região) apenas apoiaram as manifestações. Quem tem conhecimento da atuação do imperialismo na História, sabe que estes tipos de manifestações são diretamentes organizadas pelo imperialismo - não só com dinheiro, como também na forma de expressão.
No dia 20 de agosto deste mês, o canal de futebol Peleja, no YouTube, fez um vídeo sobre o posicionamento político de algumas torcidas organizadas pelo mundo, no qual o apresentador falou sobre a origem do hino “Chora petista, boliviariano, a roubalheira do PT está acabando”. Para quem se esqueceu desta canção, segue o vídeo:
Para quem não sabe, esse ritmo é popularizado por uma das torcidas organizadas mais reacionárias do mundo do futebol, do Beitar Jerusalem. O clube ficou famoso pelo seu posicionamento coeso, quase unânime, contra os muçulmanos e em defesa de posições de extrema-direita. Um dos cantos do clube se glorifica de ser “o clube de futebol mais racista do país [Israel]”. Compare as canções:
A semelhança das canções não é um mero acaso; participaram da organização dos atos grupos de extrema-direita internacionais que tem ligações com os fascistas de Israel. Não é por nada que até hoje os bolsonaristas levam bandeiras dos Estados Unidos e de Israel para suas manifestações.
O grupo, além de ter apoio do primeiro-ministro de Israel, o fascista Benjamin Netanyahu (maior assassino de palestinos da história, um verdadeiro criminoso de guerra), ficou conhecido mundialmente por conta do racismo contra jogadores muçulmanos do próprio time.
Em 2013, o clube abriu as portas, pela primeira vez, para jogadores muçulmanos, com a contratação de Gabriel Kadiev e Zaur Sadayev, russos originários da Chechênia. Os jogadores foram hostilizados durante os treinos e os jogos, vaiados, xingados e atacados pelos torcedores da própria torcida, “a mais racista do país”, que gritava “guerra! guerra!” e carregava faixas pedindo “pureza” dentro do clube.
Neste mesmo ano, Sadayev marcou seu primeiro e único gol para o Beitar em um jogo de Liga isrealense. A reação da torcida, que há algumas semanas hostilizava os dirigentes do clube, foi histórica: uma vaia estrondosa contra o jogador russo que estava dando a vitória para o clube de Jerusalém. Milhares de fascistas deixam o estádio após ver seu time saindo vitorioso pelo gol de um muçulmano.
Enfim, apenas queria relembrar quais eram as relações políticas dos organizadores dos coxinhatos brasileiros: a corja da humanidade.
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