O candidato

Só o messianismo político, como solução para os problemas sociais, institucionais e políticos do Brasil, é contra e desconfia da necessidade de renovação político-partidária. Mas é preciso ter em conta um objetivo maior, uma agenda estratégica, um programa comum que assegure os direitos e as conquistas sociais da Constituição de 1988 (Saúde, Seguridade social, direitos previdenciários) e o patrimônio público

urna eleições
urna eleições (Foto: Michel Zaidan)


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O caráter plebiscitário (contra ou a favor) das eleições presidenciais no Brasil, mormente em períodos de crise política e desesperança, esconde frequentemente uma realidade politico-institucional que não queremos ver: a fragilidade do quadro partidário brasileiro e a falta de alternativas viáveis (e confiáveis) para o pleito eleitoral. Apegamo-nos a uma tênue esperança como se ela fosse a salvação da República. O que pode aparecer como solução é, às vezes, mera falta de oportunidades e novas alternativas.

A política- como a economia – tem o seu ciclo. A diferença é que o ciclo econômico se renova, seu o concurso e o agenciamento de atores e protagonistas individuais. Já a política precisa de nomes, partidos, agendas, movimentos, ideias, para se renovar. Quando o presidente LULA diz que vai disputar as eleições, tendo como adversário uma candidatura com a assinatura da GLOBO na testa (Luciano Huck), é uma prova que estamos ainda num mesmo ciclo político e não no início de um novo clico. Essa polarização entre o PT e um candidato produzido pela mídia não é nova. E já conhecemos bem suas consequências.

Isso sem falar em dois fenômenos sociais e políticos que correm por fora dessa polarização: o proselitismo de algumas igrejas e seus pastores e o golpismo. Enquanto assistimos o recrudescimento da polarização entre LULA e o candidato da GLOBO (ou o requentamento da candidatura de Alkmin), esses fenômenos conspiram contra a institucionalização republicana da política. Um, atenta contra a laicidade do Estado brasileiro e coloca em xeque o direito das minorias; o outro, é contra a institucionalidade democrática. Além, é claro, dos apoiadores civis desses movimentos, como o MBL ou a Escola sem partido.

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Falamos – e vamos continuar falando – da necessidade de uma agenda mínima para a união das forças democráticas, republicanas e socialistas nessa eleição. Mas não podemos perder de vista o necessário e saudável processo de renovação da vida partidária brasileira. São bem-vindos novos partidos, novos candidatos e novas ideias. Só o messianismo político, como solução para os problemas sociais, institucionais e políticos do Brasil, é contra e desconfia da necessidade de renovação político-partidária. Mas é preciso ter em conta um objetivo maior, uma agenda estratégica, um programa comum que assegure os direitos e as conquistas sociais da Constituição de 1988 (Saúde, Seguridade social, direitos previdenciários) e o patrimônio público. Aí, está base para uma união dos partidos que conjugam democracia, republicanismo e socialismo.

 

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