O caminho do são quiabo com costela
Hoje seria politicamente incorreto empinar maranhão com cerol, soltar balão com tocha de breu e de borracha de câmara de ar picada, quanto mais montar um biribão usando fogos de artifício desmanchados e pedregulhos
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A gente sempre está procurando um caminho para melhorar a nossa vida do dia a dia. Uns procuram o conforto nas igrejas, nos templos e nas paisagens desse nosso maltratado planeta Terra, além de outras possibilidades espirituais.
A oportunidade de rever os amigos (muitas vezes mais que amigos) faz bem para o corpo e para a alma. Amigos do tempo de escola e do bairro, que não se encontram há muito tempo, sempre é um momento bom para se lembrar das xaropices que são feitas quando se têm em média uns 17 anos de idade, tendo como cenário os anos 70 do século passado.
Hoje seria politicamente incorreto empinar maranhão com cerol, soltar balão com tocha de breu e de borracha de câmara de ar picada, quanto mais montar um biribão usando fogos de artifício desmanchados e pedregulhos. Isso não se faz, tudo pode causar danos materiais e humanos, mas foi feito há uns 50 anos e pedimos desculpas pelos possíveis transtornos, mesmo sabendo que não machucamos ninguém naquela época.
Por outro lado, andar de carona para ir à praia era quase uma obrigação moral desse grupo de amigos que, cada um do seu próprio jeito, carrega até hoje, ao longo dessa tortuosa estrada da vida, um grande coração e uma hospitalidade incomum.
Muitas vezes ocorriam uns perrengues nessas caronas, de certa maneira bem fáceis de serem pegas nessa época, com aquela famosa e internacional indicação do polegar no sentido do destino pretendido. Se fosse para ficar na casa de algum conhecido ou numa barraca de praia sempre tinham os metidos a cozinheiros encarregados da preparação daquele substancioso grude. Feijão, arroz, uma saladinha, um peixinho frito ou bife a milanesa, acompanhado da famosa batatinha frita era o cardápio da turma. De noite, um pedaço de pizza de mozarela e uma cervejinha gelada, fechava a festa do dia.
Nessa época de escola, do antigo científico, uns jogavam futebol, outros bola ao cesto e até mesmo “handball”. Ninguém seguiu carreira no esporte, geralmente muito curtas, mas como profissionais que ainda não largaram a chuteira, continuam dando muito trabalho no difícil mercado das ciências exatas, humanas e biológicas.
E por falar em mercado, confesso que nunca fiz o caminho do são quiabo com costela, mas que deve ser muito bom se for feito como um cozido ou um abafadinho. A costela pode ser de boi ou de porco. Cebola, alho, sal e pimenta dedo de moça, bem refogadinhos, deve dar certo nessa receita. O mais demorado é o cozimento da costela.
O prato que costumo fazer é quiabo com carne moída. Muito fácil e tempo de preparo bem curto. Doure a carne moída com óleo nesses temperos e quase ao final acrescente os quiabos cortados na diagonal para mais uns minutinhos de fogo. Desligue a panela, pegue um copinho de cachaça para abrir o apetite e um abraço. Um pouco de arroz branco e dois ovos fritos podem completar esse prato dos deuses.
Até a próxima, amigos!
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