O Brasil pós Cunha

Sem Cunha, transformado agora numa espécie de morto-vivo, o governo Dilma tem chances de sair das cordas e levar adiante uma agenda de reformas tão necessárias para que o Brasil comece a sair da profunda crise em que se encontra. Uma crise que, antes de ser econômica, foi eminentemente política

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Bras�lia - O Presidente da C�mara dos Deputados, Eduardo Cunha, durante reuni�o de l�deres (Marcelo Camargo/Ag�ncia Brasil) (Foto: Leonardo Attuch)


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A goleada aplicada pelo Supremo Tribunal Federal ao deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), primeiro presidente de uma casa legislativa federal a ser transformado em réu, vira uma página importante da história brasileira. Cunha é o símbolo maior de um modelo político viciado, que, aos trancos e barrancos, vem sendo enterrado no País.

Réu por corrupção e lavagem de dinheiro, Cunha representa o modelo de financiamento privado que ele próprio tentou gravar na Constituição em sua malfadada tentativa de reforma política. Como já ficou fartamente demonstrado no Brasil, as doações empresariais transformaram políticos e parlamentares de todas as colorações partidárias em despachantes de interesses privados. E fizeram, ainda, com que o Congresso Nacional se transformasse num imenso balcão de negócios.

Foi nesse ambiente que Cunha emergiu como um foguete. Capaz de trafegar com desenvoltura entre empresários, Cunha formou sua própria base parlamentar e, a partir dos seus votos de cabresto, passou a ocupar espaços no Executivo. Assim, o sistema alimentava seu moto-contínuo. Quanto mais parlamentares sob o seu comando, maior a capacidade de Cunha de arrecadar e extrair vantagens junto a grandes empresários.

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Quando chegou ao auge de sua carreira política, já como presidente da Câmara, Cunha foi abatido pelo erro que frequentemente atinge diversos políticos: além das doações de campanha, havia também o pé-de-meia, escondido em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais.

Sem Cunha, transformado agora numa espécie de morto-vivo, o governo Dilma tem chances de sair das cordas e levar adiante uma agenda de reformas tão necessárias para que o Brasil comece a sair da profunda crise em que se encontra. Uma crise que, antes de ser econômica, foi eminentemente política.

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