O bolsonarismo "way of life" dentro da esquerda

Quem quer lutar na lama suja da mentira não é de esquerda. É reacionário. Enquanto os mesmos grupos existirem a direita estará sempre no coração do sistema produtivo e da política. Só há uma luta, a luta de classes

(Foto: Agência Brasil)


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"A verdade é sempre revolucionária." (Vladimir Lênin)

Há uma clara tendência em grupos, os quais denomino de "esquerda pós-moderna", adotando fakenews, sensacionalismo barato e pseudo jornalismo. Estão concentrados principalmente em coletivos como páginas que defendem grupos excluídos ou reprimidos em nosso pais, os movimentos dos afrodescendentes, das feministas, dos LGBTQI+, etc. 

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Ninguém da verdadeira esquerda nega a existência do racismo, do machismo, da homofobia, etc.  É língua morta dentro dessa esquerda a defesa da construção de uma sociedade inclusiva e que tem em sua agenda abolir todo e qualquer preconceito. 

Entretanto, a esquerda raíz sabe muito bem que para a abolição desse atual estado de coisas é necessário iniciar a luta pelo viés mais caro e que faz tremer a classe dominante: a luta de classes. 

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Vejamos:

Visitei Cuba onze vezes, cheguei a acidentalmente encontrar bons amigos do Brasil como Frei Betto, presidentes de partidos comunistas, e fiz amizades verdadeiras naquele país - que se o destino permitir ei um dia morar para sempre ali. Cuba é um país que aboliu a burguesia como classe social. Ato contínuo se desmoronou todo o aparelho discriminatório ali existente: hoje é o país não africano com maior representatividade de negros no parlamento e nunca assisti a um só caso de racismo naquele pais. No que tange às mulheres é o único país do planeta onde o parlamento tem mais mulheres do que homens como representantes do povo.

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Sobre as opções sexuais também notei total naturalidade e relações de amizade verdadeira entre héteros com qualquer pessoa com outra opção sexual. A filha de Raul Castro é a responsável por uma política formidável de educação social que praticamente pôs fim a uma discriminação que existia em tempos antigos onde o mundo julgava que qualquer opção sexual não normativa (heterossexual) era considerada uma doença psiquiátrica, havendo na OMS um CID especial sobre esse tema. 

Cuba é um país socialista que prova que apenas com o fim de uma sociedade de classes é possível eliminar todo o aparato repressor que existia no capitalismo. Quem não aprendeu isso, não é de esquerda. 

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Justamente por ser um país vizinho, latino americano e que teve uma longuíssima escravidão como a nossa e depois se tornou em um protetorado dos EUA, que fazia daquele país lavagem de dinheiro da máfia, promovia o jogo e a prostituição que era o maior atrativo para os turistas americanos… Cuba era um país com alta concentração fundiária e onde seus governantes eram lambe botas dos seus senhores do norte. Após a revolução aboliu-se tudo isso... Fidel Castro, homem, branco e heterossexual fez isso junto com outros grandes líderes homens, brancos e heterossexuais, como Che Guevara, Camilo Cienfuego, Abel Santa Maria, etc. E fizeram com o apoio de mulheres, pretos e de tantos outros com opção sexual desconhecida. 

Alguém pode acreditar que a revolução teria êxito caso os revolucionários se dividissem em coletivos? Claro que não. Ser socialista é transcender a sociedade de classes em sua consciência em nome de uma nova sociedade livre, como fizeram Lênin, Marx, Engels, Rosa Luxemburgo, etc.

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Mas nenhum desses coletivos brasileiros parece ter interesse nesses autores… Mas gostam de autores que sempre refutaram o socialismo como Simone de Bauvoir, Michel Foucault e principalmente vários ativistas norte-americanos. 

À sua forma, nada mais são do que lambe botas dos EUA e dos autores dos países imperialistas - igual o faz Bolsonaro. Criticam a China como um país machista e homofóbico e, como Bolsonaro, são sino-fóbicos e fazem afirmações repetindo o que a grande imprensa nacional e imperialista fala, ou melhor, mente. E dessa forma, espalham fakenews como Bolsonaro o faz.

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Ato contínuo, mentem e caluniam quem quiser em busca da monetarização dos cliques que conseguem angariar em suas páginas. Vivem da calúnia e da mentira, como Bolsonaro o faz.

Li em uma página feminista que a inquisição matava apenas mulheres emancipadas e intelectuais. Mentira. A inquisição matou muito menos do que se imagina e a proporção de vítimas é de 18 homens para 1 mulher. As vítimas não eram mulheres emancipadas e nem tinham pós-graduação nas universidades europeias. A educação era proibida para mulheres e as mesmas foram vitimadas pela mesma razão que os homens: foram todos considerados responsáveis por praticar cultos pagãos, propagar o judaísmo, o islamismo e fazer proselitismo sobre heresias. 

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Li em uma página LGBTQI+ que qualquer assassinato ou morte de uma pessoa não normativa heterossexual era crime contra a opção sexual dos mesmos. Não havia evidências, apenas ilações e pseudo jornalismo, usavam dos mesmos mecanismos que Sérgio Moro usou ao condenar Lula sem provas.

Em outras, em defesa dos pretos, o modus operandi era igual: falácias, ilações, calúnias, pseudo- jornalismo - como faz Bolsonaro. Em uma delas, “Almas Pretas” esse autor foi acusado de racismo e de ser interesseiro. Tudo isso porque alertei aos meus alunos que havia a possibilidade do fim do sistema de cotas porque a lei, promulgada em 2012, se não revisada perderia validade em 2022. Ato contínuo, disse que a verdadeira inclusão se dará apenas com o ensino básico, público, gratuito e de qualidade e não com medidas paliativas como um sistema de cotas que continua excluindo a maioria da população preta e pobre.

A matéria foi escrita por um pseudo jornalista que pouco domina a língua portuguesa, um tal de Jucá Guimarães. Antes da publicação entrei em contato com o mesmo “jornalista” para não publicar nada sem antes ouvir o meu lado da história. De nada adiantou. Foi publicada ainda assim, uma matéria recheada de mentiras. Disse que tinha ouvido meus alunos. Mentiu. Nunca conversou com ninguém. Chamou-me de racista. Mentira. Promovo intensa militância contra a segregação e dou cursos gratuitos voltado à população afro-descendente e pobre. Fato reconhecido em moção de aplausos na Câmera Municipal de Bauru. Hoje em conversa com o presidente da Câmera dos Vereadores consegui convencer o mesmo a ceder o espaço da própria Câmera para aumentar o número de beneficiados. 

Esse Jucá fez como Bolsonaro, espalhou fakenews… e ganhou dinheiro em troca de quase 4 mil “likes” em cima de suas mentiras. 

Ao ver publicado pedi o meu direito constitucional de resposta (artigo V; inciso V). Escrevi duas respostas. O dito jornalista distorceu trechos inventou mais mentiras e manteve a essência de sua calúnia numa reedição de seu artigo mentiroso. Fiz duas respostas porque meu filho recebeu uma mensagem de que a primeira poderia “prejudicar o movimento”. Fiz uma segunda mais light e ainda assim fiquei sem o direito de resposta. Agiram como uma página bolsonarista. Desprezaram a constituição em uma de suas cláusulas mais democráticas. Seguindo a página percebe-se um enxurrada de matérias sensacionalistas, acusando, fazendo ilações, sem nunca ouvir o outro lado… Como fazem os bolsonaristas.

Quando minha matéria caiu no esquecimento rápido de outras fakenews produzidas de forma frenética, mostrei a mesma aos professores que sentiram nojo e indignação pela página. O que havia sido escrito sobre nossa escola provava o que sempre disse: esses movimentos setoriais são parte de uma esquerda pós-moderna e que nada mais são do que o braço esquerdo da direita. 

São eles verdadeiros bolsonaristas da esquerda e que, por assim serem, jogam água no moinho da direita. Como são lambe botas dos EUA e de seus pífios movimentos sociais, os denomino como adeptos do “bolsonarismo way of life”. Está feita a grande obra de Bolsonaro: fazer parte da esquerda se tornar bolsonarista em sua essência conceitual.

Mas não nos esqueçamos jamais: Quem foge da verdade não é de esquerda. É reacionário. Quem foge da luta de classes não é de esquerda. É reacionário. Quem quer lutar na lama suja da mentira não é de esquerda. É reacionário. Enquanto os mesmos grupos existirem a direita estará sempre no coração do sistema produtivo e da política. Só há uma luta, a luta de classes. As outras lutas são efeitos colaterais da direita que está estruturada nesses coletivos que apenas alimentam mais reacionarismo e se proclamam, como parasitas que são, “de esquerda” ou “progressistas”.

Assim me ensinaram Lênin, Marx, Engels, Gramsci, Rosa Luxemburgo, Marighela, Lamarca, Fidel, Che Guevara, Luis Carlos Prestes e tantos outros verdadeiros revolucionários. Por isso alerto a esquerda em relação à esses coletivos com a mesma certeza e convicção que tive quando desmascarei Ciro Gomes como um agente da direita infiltrado na esquerda desde 2016. Foram dezenas de artigos… que hoje se confirmam verdadeiros. Foram 5 anos de luta… Talvez isso me dê alguma credibilidade, porque não minto, sou de esquerda e pesquiso muito antes de fazer qualquer afirmação. Mesmo que ao custo de me tornar impopular, a verdade está em cada palavra desse breve texto.

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