O bolsonarismo que persiste

O mal causado pelos que são hoje rotulados de bolsonaristas se perpetua e foi apenas revelado por uma oportunidade eleitoral, pois eles sempre lá estiveram. Lembremos que morreram Hitler e Mussolini, mas o nazismo e o fascismo continuam



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Democracia e cidadania são como o amor: sobrevivem se construídos e praticados ininterruptamente. Com esse sentido, entendo os clamores até da mídia tradicional pelo poder da cidadania, completando com a necessidade do cérebro – ausente na condução da pandemia – junto ao coração. Parodiando a semântica e a etimologia, o sucesso para a cidadania libertária pós-pandêmica sabemos de cor.

Talvez pela vasta experiência de documentar o Brasil, João Moreira Salles incorporou a voz do analista político, social e psicológico para nos presentear com um retrato triste, mas fiel, do mandatário-mor do país. O artigo “A morte e a morte”, publicado na revista piauí de julho/2020, passa a ser material de rescaldo toda vez que o presidente abre a boca ou comete alguma atrocidade, o que acaba por ser um pleonasmo, concordo. A indignação estará amparada pela explicação. Já a análise profunda do professor João Cezar de Castro Rocha, publicada na Folha de S. Paulo, procura ser um contraponto a esse artigo, apresentando-se como uma crítica e oposição, mas eu o li como um complemento ao artigo do xará João Moreira Salles. O mal causado pelos que são hoje rotulados de bolsonaristas se perpetua e foi apenas revelado por uma oportunidade eleitoral, pois eles sempre lá estiveram. Lembremos que morreram Hitler e Mussolini, mas o nazismo e o fascismo continuam.

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Desta forma, à pergunta aparentemente simples se o Estado brasileiro é realmente fascista, a resposta é divergente, pois os elementos do fascismo abundam, mas ainda não se concretizam. Ainda. Com a recente constatação da tentativa de fechamento do STF por parte do presidente – também revelado pela piauí, edição de agosto/2020 –, apenas a covardia do nosso Parlamento tem sido a base desse comportamento dúbio: não destituiu o ogro néscio que ocupa o Palácio do Planalto, nem seu toma-lá-dá-cá foi suficiente para o estimular a bonapartizar seu governo.

Assim, não há como se acostumar com este criminoso e inepto governo a que estamos submetidos. Análises estão sendo cada vez mais comuns, que revelam a velha política em sua forma sórdida que está sendo praticada, uma vez que nunca houve ‘nova política’, somente no imaginário de eleitores e da mídia. No conjunto, partido de Bolsonaro e do governador fluminense Wilson Witzel, passando pelo até ontem ausente e, agora, redivivo Temer, lamento que o interior do estado de São Paulo tenha plasmado tão infelizes membros da política moderna.

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