O bolsonarismo cristão anti-vacina de Silas Malafaia e a morte de crianças como vontade de Deus

Silas Malafaia
Silas Malafaia (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)


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A pandemia nos deu a exata noção do que significa a ideologia bolsonarista e o risco que ela representa para a coletividade. Seus adeptos são como árvores negacionistas plantadas num pomar terraplanista regado a sangue e adubado com cloroquina, que produzem a morte como fruto. Muitos desses se apresentam como “cristãos”, evangélicos ou católicos, que creem estarem seguindo a vontade de Deus apoiando o maior inimigo do evangelho que Jesus Cristo nos deixou.

Já ouvimos de muitos desses cristãos bolsonaristas, que a vacina é a marca da besta e que ela pode provocar “mutações” no organismo dos seres humanos. Um grupo de missionários evangélicos tentou convencer indígenas de aldeias da região norte do país a não tomarem a vacina, porque, segundo eles, ela já vem “contaminada” da China e faz parte de um plano diabólico para a chegada do anticristo. A tais narrativas desprovidas de qualquer sanidade, soma-se a fala irresponsável e criminosa do pastor de gados Silas Malafaia, que classificou a vacinação de crianças contra a covid-19 como “infanticídio”.

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A naturalização da barbárie e do absurdo durante o governo de Jair Bolsonaro, conta com o apoio irracional e irrestrito de um “cristianismo” adoecido, raivoso, excludente, vicioso e paradoxal em seu modus operandi. O mesmo segmento do cristianismo que faz milhões de pessoas crerem na eficácia de objetos “ungidos” e pseudomilagrosos, como fronhas de travesseiro, tijolinhos e chaves que abrem a porta do céu, tenta desacreditar da vacina que já salvou milhões de vidas e que poderia ter salvo outras tantas, não fosse a negligência de um governo que colocou a sua ideologia genocida acima de tudo e de todos.

Ainda sobre souvenires ungidos e curas milagrosas, faço aos leitores desta coluna uma pergunta. Vocês souberam de algum caso de cura de covid-19 realizada por pastores reconhecidamente famosos por operarem milagres em nome de Deus? Quem souber de algum, por favor, deixe relatado nos comentários desse artigo. Não quero ser injusto com esses bravos homens de Deus, como Silas Malafaia, que queriam arriscar suas vidas se recusando a manter os seus templos fechados durante a pandemia, para atender as necessidades espirituais de suas ovelhas, sem nenhum interesse em movimentar a economia dos seus negócios religiosos.

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O bolsonarismo cristão anti-vacina parece enxergar a morte por covid-19 como um milagre de Deus. A morte dos outros, é claro. Porque, não apenas Malafaia, mas também outros líderes evangélicos como Edir Macedo, Ana Paula Valadão, os bispos da Igreja Renascer e até a primeira dama Michele Bolsonaro, foram se vacinar nos USA. Parafraseando aquele famoso adágio popular, eu diria que vacina de casa não faz milagre nessa turma de ungidos e abençoados. Enquanto isso, suas ovelhas seguem alienadas e sendo conduzidas ao matadouro, acreditando que o céu e a salvação as espera. O problema é que no céu a entrada só é permitida com comprovante de vacinação contra maldade, ignorância, estupidez e egoísmo. E se chamar São Pedro de comuni sta é pior. Vai direto para a quarentena do fogo eterno.

Quando Jesus Cristo disse: "Deixem vir a mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos céus pertence aos que são semelhantes a elas", ele estava admoestando a seus apóstolos que tentavam impedir a aproximação dos pequeninos junto dele, por acharem que eles iriam fazer bagunça e atrapalhar a pregação que ele fazia. Em situação análoga, os que se dizem apóstolos de Jesus nos dias de hoje, querem impedir que crianças se aproximem da vacina e fiquem imunizadas e protegidas. E não há outro motivo para tal posicionamento, senão a vontade de que elas fiquem expostas e gravemente vulneráveis ao vírus e exponham os adultos de sua convivência a um risco maior de con taminação e morte. Uma vez que vacinar crianças interfere na proteção direta da população, já que aumenta a cobertura vacinal e diminui a circulação do vírus e suas variantes.

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É para ontem a necessidade de combatermos e nos livrarmos de Jair Bolsonaro e de toda a caterva diabólica e alucinada que ainda sustenta a sua ideologia na nossa sociedade. E a vacina que vai exterminar o vírus do bolsonarismo do nosso meio é o voto.

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