O atentado contra Lula e a ameaça a Fachin
"Causa estranheza que a notícia de ameaças à família do Fachin surja no exato momento em que é perpetrado o mais grave atentado a um ex-presidente do Brasil desde aquele atentado automobilístico perpetrado contra Juscelino Kubistchek na rodovia Dutra, em 1976", destaca o colunista Jeferson Miola; "É impossível não atentar para a eventual existência de interesse subliminar da notícia. Afinal, de onde poderiam partir as supostas ameaças a Fachin e à sua família, senão –supostamente – “de petistas contrariados com a posição de Fachin contra Lula”?", completa
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A caravana do ex-presidente Lula sofreu um atentado a tiros na “República do Paraná”, o território dos principais propagadores do ódio e da violência no Brasil, quando se deslocava entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras do Sul.
Apesar de felizmente não ter produzido vítimas, o atentado é de extrema gravidade, não só por ser dirigido contra um ex-presidente da República, contra populares e parlamentares, mas por confirmar a escalada do terrorismo de setores da classe dominante.
Na página oficial na internet, Lula diz que o Paraná, governado pelo tucano Beto Richa, “foi o único estado da federação de todos os percorridos pela caravana, a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus”.
O atentado contra Lula é a violência mais grave perpetrada contra a caravana. O atentado aconteceu apenas 2 semanas depois daquele atentado fatal que matou Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes.
Antes deste atentado a tiros no Paraná, a caravana do Lula tinha sofrido toda sorte de barbaridades no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. E isso aconteceu, lamentavelmente, sempre com a complacência dos executivos, das polícias militares e civis e dos ministérios públicos estaduais; assim como com a conivência do ministério público e da polícia federal.
Os noticiários da Rede Globo banalizam o fascismo. A Globo chama de “manifestantes” os terroristas que desferem tiros, usam relhos, armas e pedras contra a caravana do Lula. Para a Globo, a violência contra Lula – inclusive a armada – é “protesto”.
Autoridades também incitam a violência. A senadora Ana Amélia Lemos, do reacionário PP, aplaudiu e estimulou a violência de jagunços criminosos. Seus colegas no Senado, todavia, não a julgam por promover crimes que atentam contra a ordem política e social do país.
Nesta terça-feira 27/3, mesmo dia em que ocorreu o atentado contra Lula, a Globo tentou “equilibrar” o noticiário com a repercussão da entrevista de Edson Fachin à Globo News. Nela, o juiz do STF citou ameaças supostamente dirigidas à sua família.
É impossível não atentar para a eventual existência de interesse subliminar da notícia. Afinal, de onde poderiam partir as supostas ameaças a Fachin e à sua família, senão –supostamente – “de petistas contrariados com a posição de Fachin contra Lula”?
Na entrevista à Globo News, Fachin não citou um único fato, um único telefonema anônimo, um único episódio ou um único evento concreto de alguma ameaça sofrida por algum familiar seu. Ainda assim, porém, é importante dar crédito à denúncia do Fachin, e é imperativo prover a ele toda a segurança que deve ser conferida a um agente de Estado – desde a um inspetor de vigilância sanitária, a um juiz do stf e a um ex-presidente da República.
Causa estranheza que a notícia de ameaças à família do Fachin surja no exato momento em que é perpetrado o mais grave atentado a um ex-presidente do Brasil desde aquele atentado automobilístico perpetrado contra Juscelino Kubistchek na rodovia Dutra, em 1976.
O fascismo deita raízes no Brasil.
O nazismo e o fascismo começaram se manifestar na Alemanha e na Itália com Hitler e Mussolini nos anos 1920 e 1930. Estes regimes não foram decapitados na origem e, assim, se tornaram as experiências mais genocidas e mais anti-civilizacionais e mais monstruosas da humanidade.
Se nada for feito no Brasil para deter a perigosa ascensão da tirania midiático-jurídico Globo-Lava Jato, o país mergulhará em definitivo no arbítrio e no obscurantismo fascista.
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