O ano de 2021 vai chegando ao fim marcado por lutas sociais
Teremos que construir um ano para receber as mudanças que estão por vir e trabalhar para que sejam mudanças positivas, acabando com esse ciclo de governar para pequenos grupos
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Estamos entrando no mês de dezembro, e já dá para refletir que o ano foi de lutas duras. Tivemos grandes desafios na Câmara dos Deputados na busca pela preservação de direitos históricos e nas votações de propostas, que mexem, principalmente, com a vida da população mais vulnerável do país.
Desde o primeiro semestre, o governo tem pautado propostas que não priorizam as necessidades mais urgentes do país. Tanto Bolsonaro quanto Guedes escolheram governar para pequenos grupos e se envolver em polêmicas para desinformar a população.
Para começar, ainda com a pandemia de Covid-19 no auge, o governo ignorou ofertas de contratos com as fabricantes de vacinas e negou comprar imunizantes para vacinar brasileiros. Além disso, fez propaganda e estimulou uso de medicamentos sem eficácia no combate ao vírus. Todas as denúncias de omissão no enfrentamento da pandemia resultaram no relatório da CPI da Covid-19, no Senado, apontando crimes cometidos pelo presidente e outras 65 pessoas.
Na economia, a ordem foi privatizar. Mesmo com a altíssima inflação, o recorde de desemprego, com a parcela da população em situação de pobreza e extrema pobreza, a equipe econômica finge que a economia do país está no mundo dos sonhos. A base governista aprovou na Câmara a privatização dos Correios e da Eletrobras. E, ainda, estamos vendo refinarias e subsidiárias da Petrobras sendo fatiadas e vendidas a preços irrisórios. Deixando imenso prejuízo financeiro e de soberania ao Brasil.
Áreas como a agricultura familiar foram negligenciadas. Mesmo com a aprovação de um segundo projeto de lei de amparo ao produtor rural pelo Congresso Nacional, o presidente vetou a proposta, negando qualquer tipo de auxílio ao setor.
A Educação também sofre muito com um governo que não valoriza o estudante, nem professor e muito menos as instituições públicas de ensino. Até o final deste ano, ainda estamos batalhando para a recomposição no orçamento para a educação pública, além da ciência e tecnologia, que sofreram cortes enormes nos repasses de recursos da União, colocando em risco o futuro do nosso ensino público.
Na área social não é diferente. Tivemos um veto de um programa que ia ajudar milhões de meninas e jovens alunas, de baixa renda, que convivem com a pobreza menstrual. Mas o golpe maior foi com o programa de distribuição de renda mais importante que já tivemos no Brasil. O Bolsa Família. Por 18 anos o programa criado pelo presidente Lula mudou a vida de muitos brasileiros e brasileiras. Hoje, temos mais de 24 milhões de pessoas excluídas de qualquer tipo de renda ou auxílio do governo.
Ainda temos pautas extremamente nocivas rondando o Legislativo, como a Reforma Administrativa, que ataca o servidor público e penaliza a população com a redução da oferta dos serviços públicos e o fim do papel de protetor social do Estado.
O ano deixa uma série de questões para 2022. Teremos que continuar uma luta árdua para que as pessoas recuperem a autoestima, recuperem o orçamento familiar, que voltem a ser incluídas nos planos do governo. Teremos que construir um ano para receber as mudanças que estão por vir e trabalhar para que sejam mudanças positivas, acabando com esse ciclo de governar para pequenos grupos.
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