Nunes Marques mostra para o que veio: efetivar o garantismo seletivo do Judiciário
Se colocassem as vozes do golpismo e dos pensamentos deletérios do pessoal da Lava Jato na boca de Nunes Marques, certamente uma pessoa desavisada ou que ignore esse processo dantesco pensaria que o ministro é Moro ou que Moro é Nunes Marques... Ou Dallagnol
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Por Davis Sena Filho
O juiz calouro do STF, Kássio Nunes Marques, se alia ao juiz relator da Lava Jato no Supremo, Edson Fachin, parceiro dos interesses da falecida Lava Jato, cujos membros enveredaram por caminhos obscuros, a cometerem crimes em série, como se fossem seriais killers em busca de realizar suas predações contra o estado de direito.
A verdade é que Kássio Nunes acabou de se associar ao já conhecidíssimo garantismo seletivo do Judiciário, que emprega, indelevelmente, os dois pesos e duas medidas desde que a presidente trabalhista Dilma Rousseff foi deposta por um golpe de estado de direita travestido de legal e legítimo.
Um golpe bananeiro, que teve como protagonistas os juízes da Alta Corte, que primeiro se omitiram quanto às ações criminosas da Lava Jato de Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e CIA, para depois se associarem às ilegalidades desses servidores públicos, que prenderam o Lula por "atos indeterminados", simplesmente porque Lula, na verdade, não cometeu no poder e fora do poder quaisquer crimes. Se não há crimes, então se prende por atos indeterminados.
Mesmo a saber disso, como demonstram as gravações dos hackers publicadas pelo Intercept Brasil, o juiz Nunes Marques vem com seu "juridiquês" mirabolante para pôr panos quentes no que é relativo aos incontáveis crimes perpetrados pelos servidores criminosos da Lava Jato, que é um covil para se realizar todo tipo de armação, porque a intenção sempre foi derrubar o PT do poder e, posteriormente, prender Lula para que ele não pudesse concorrer às eleições presidenciais de 2018.
Nunes Marques é o mesmo do mesmo, pois apenas mais um integrante de uma Justiça burguesa com punhos de renda e frontalmente avessa aos interesses da população, a não zelar pelo estado de direito e também pela democracia brasileira, hoje um arremedo do que seria uma civilização, porque o Brasil tem um Supremo que permitiu um golpe de estado e a prisão de um presidente líder em pesquisas e que jamais incorreu em crimes, como comprovam os diálogos dignos de bandidos do bando da Lava Jato.
Contudo, o processo de suspeição do ex-juiz Moro, apesar do status quo representado neste momento pelo ministro Nunes Marques, continuará na Corte Suprema, porque a juíza Cármen Lúcia, que votou há dois anos contra a suspeição do juiz de Curitiba, poderá agora alterar seu entendimento e, com efeito, estabelecer um novo pensamento quanto aos crimes de Moro, que são mais do que comprovados e que envergonham o Direito, os tribunais, a Justiça, o estado de direito e a sociedade brasileira.
Para saber, o placar ficou em 3 a 2 a favor de Moro, que neste momento deixa de ser suspeito por realizar as maiores armações que se tem notícia no Judiciário e na história da República, em escândalos sem precedentes, que se fossem cometidos em um país civilizado com cortes que respeitam a Constituição, certamente que Moro e seu bando da Lava Jato seriam condenados a décadas de cadeia.
Porém, como citei anteriormente, a juíza Cármen Lúcia está propensa, segundo seus interlocutores mais próximos, a votar pela suspeição de Moro em relação a julgar os processos contra o Lula. Enfim, agora espera-se pelo desenrolar do voto de Cármen Lúcia, que poderá inverter o placar para 3 a 2 a favor de Lula.
Agora, se o juiz Nunes Marques por causa de filigranas jurídicas e interesses políticos se recusa a enxergar a verdade que está a passar debaixo do nariz da sociedade brasileira há algum tempo quanto aos crimes de Moro e companhia, a esperança é que Cármen Lúcia restabeleça a verdade e o STF enfim faça justiça em um País que há séculos luta para implementar seus marcos civilizatórios.
As palavras de Nunes Marques, para não considerar o ex-juiz autor de inúmeros crimes como suspeito, são absolutamente lamentáveis, porque quem ouviu o ministro nomeado por Jair Bolsonaro não terá dúvidas de que ele falou com os mesmos termos usados pelos ex-membros da Lava Jato ao se defenderem quando acusados de cometer crimes contra o ordenamento jurídico e contra brasileiros que são inocentes, no caso emblemático de Lula.
Enfim, se colocassem as vozes do golpismo e dos pensamentos deletérios do pessoal da Lava Jato na boca de Nunes Marques, certamente que uma pessoa desavisada ou que ignore esse processo dantesco pensaria que Nunes Marques é Moro ou que Moro é Nunes Marques... Ou Dallagnol. Nunes Marques foi convenientemente seletivo como o pessoal da Lava Jato e prestou um desserviço à nação. É isso aí.
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